O Príncipe e o Guarda

Capítulo Seis

— Asahi-san. — Nishinoya o chamou enquanto estava deitado sobre a grama.

Os cotovelos apoiados no chão, as mãos sobre o queixo e as pernas balançando. Yuu vestia uma bermuda marrom e uma camiseta branca, devia estar com uns nove ou dez anos; os cabelos pretos em um topete rebelde e o sorriso animado de sempre. Já Azumane Asahi havia acabado de completar seus onze anos, usava uma camisa de mangas, azul e uma bermuda cinza, seu cabelo estava preso com apenas algumas mechas não alcançadas, soltas. Os dois estavam em mais um sábado de encontros e aventuras.

Asahi o olhou com curiosidade ao ser chamado e então, Nishinoya prosseguiu.

— Você gosta de mim? — ele perguntou, com sua inocência infantil.

— Gosto. — Azumane respondeu sem rodeios — E você, Noya, gosta de mim?

— Gosto. Gosto muito. — o mais novo respondeu.

Asahi estava encostado no tronco de uma das árvores próximas e Yuu arrastou-se um pouco, deitando a cabeça no colo do amigo. Azumane o olhou curioso no instante em que o mais novo lhe mostrou um enorme sorriso.

— O que foi? — ele questionou.

— Vamos ser melhores amigos pra sempre! — Nishinoya exclamou.

— Como você tem tanta certeza disso? — o mais velho tombou a cabeça para o lado, em dúvida.

— Não faço ideia! — ele respondeu sincero, fazendo com que Azumane risse da situação.

— Bom, mas já que você tem tanta certeza, vou confiar em você. — o mais velho garantiu, afagando o cabelo arrepiado do menor.

— Promete não me abandonar? — Yuu questionou sentando-se rapidamente e olhando Asahi nos olhos.

O acastanhado o observou com curiosidade, estava surpreso por Nishinoya pedir algo como aquilo, afinal achava que ele mesmo fosse fazê-lo e não o mais novo. Azumane sorriu e o abraçou.

— Prometo, Noya.

— Ok, então eu prometo também!

***

Nishinoya acordou com um susto, estava extremamente atordoado e sentou-se. Só então percebeu que havia adormecido no colo de Chizuru e que ainda estava dentro da carruagem da família Oikawa, indo para o reino do Seijoh. Yuu ainda tentava processar aquele sonho, parecia mais um déjà vu do que, de fato, uma lembrança.

Olhou para Chizuru que dormia elegantemente no acento, os trigêmeos não se desgrudavam e Kageyama parecia resmungar alguma coisa enquanto dormia. Foi então que passou a olhar pela janela, afim de que se distraísse ao menos um pouco.

— Você sabe que te chamei para refrescar a mente por uns dias, certo? — Oikawa se pronunciou ao perceber que Nishinoya havia acordado.

— É... Eu sei... — respondeu.

— Quando você voltar, vai contar a verdade para ele? — questionou.

— Não sei, talvez ele me odeie. — Yuu riu forçado — Sem contar que não tenho autoridade para revelar isso.

— Se ele te odiar pelo que você vai contar, Azumane-san não é para você.

— Não seria pelo motivo, mas Asahi-san é sentimental e acha que não confio nele. Eu fico mal porque eu já tive que esconder tantas situações, sendo que ele sempre esteve ao meu lado, sem hesitar...

— Quando ele descobriu sua identidade?

— Algumas semanas depois de toda aquela confusão... — explicou.