O Príncipe e o Guarda

Capítulo Um

O salão estava bastante movimentado, empregados, mordomos, cozinheiros e decoradores estavam para enlouquecer naquele palácio, andando de um lado para o outro, no objetivo de deixar tudo pronto para o evento que haveria naquele noite. Nada que fosse tão inesperado, afinal era o salão de festas e recepções do castelo e naquele dia, o príncipe herdeiro estava completando dezenove anos.

Todos os reinos vizinhos haviam sido convidados para a tão importante festa, já que aquele seria o último aniversário de Nishinoya Yuu como príncipe, pois aos vinte anos ele seria coroado Rei, mesmo com seu pai, Sawamura Daichi, vivo e sendo o atual Rei do Reino Karasuno, a tradição diz que ao completar vinte anos, o primeiro filho do Rei deverá assumir o trono.

Karasuno, desde sua criação à quinhentos anos, sempre foi um reino próspero e de uma economia forte, estes dependiam muito da agricultura e do artesanato, algumas poucas indústrias, mas era o suficiente para a maioria das trezentos mil pessoas que viviam naquele vasto Reino, viverem bem - Sawamura Daichi ainda lutava para conseguir uma maneira de melhorar a condição de vida dos aldeões que viviam mais distante da cidade principal.

Graças ao atual Príncipe-Regente e esposo de Daichi, Sawamura Koushi - antes um Sugawara e ainda apelidado como Suga -, o Reino Karasuno havia conseguindo uma aliança de paz com o tão renomado Reino Aoba Johsai, conhecido também como Seijoh, pouco se sabe sobre como conseguiu tal aliança, já que este era um dos reinos mais poderosos do continente e não era qualquer um que conseguia tal feito, pois fazia mais de três gerações que Karasuno tentava uma aliança com Aoba Johsai - muitos ousam dizer que o casamento dos dois foi arranjado, já que Koushi era o conselheiro fiel do atual Rei do Seijoh, Oikawa Tooru; mas são apenas boatos.

Arranjado ou não, todos amavam a família real, principalmente porque os dois foram o primeiro casal de homens a assumirem o trono, não que não fosse permitido, já que haviam vários homens e mulheres homossexuais desde a criação do Reino, sem contar que a probabilidade de homens nasceram com úteros aumentou desde a formação do continente e Sawamura Koushi era um exemplo disso, pois tivera cinco filhos com Daichi - uma enorme prova de amor? Talvez -, os cinco são o orgulho dos dois e todo o Reino sabia disso.

Tratando mais sobre o Reino e a história de Sawamura Daichi e Suga depois, senão falarei muita coisa antes da hora, vamos voltar para o acontecimento no Palácio.

Parte do salão já estava enfeitado com as cores do outono, principalmente o laranja, a cor favorita do príncipe, pois combinava perfeitamente com ele junto ao preto e por obra do destino, aquela era as cores representativas da bandeira do Reino.

Apesar de Nishinoya Yuu ter fama de arteiro, muitos adoravam seus discursos nos eventos, como ele se divertia com os plebeus e principalmente sua forma de interagir com as crianças, todos que viam isso se orgulhavam da pessoa que Nishinoya estava se tornando, e para a alegria deles, Yuu amava seu povo.

O que mais o irritava era quando o confundiam ou o tratavam como criança, ter um e cinquenta e nove de altura naquela idade o prejudicava de certa forma, mas apesar de ser pequeno, sua presença era gigante, sem contar que era extremamente bonito. Nishinoya possuía o cabelo negro igual o do pai, mas uma rebeldia o atacou dois anos atrás e tingiu sua franja de loiro, somente a franja e por usar o cabelo baixo apenas em eventos importantes, ao usar o penteado espetado diretamente em casa, parecia um delinquentezinho.

Suga se desesperou na época, pois tudo o que não queria era um filho rebelde, Daichi apenas riu de toda a situação, os irmãos de Nishinoya o trataram como uma inspiração e Yuu sentiu-se como um independente, por isso continuou a retocá-la todos os anos.

Koushi estava no centro do salão observando toda a organização para a festa, estava um pouco irritado já que o filho mais velho fugiu da obrigação de o ajudar e acabou sobrando tudo para si, mas Suga conhecia todos os gostos de Nishinoya, portanto era bem mais comuns ele dar esses deslizes consigo do que os outros.