𝐴𝑏𝑜𝑢𝑡 𝐿𝑜𝑣𝑒

Chapter 10✨

Por volta das 02:00 da madrugada, depois de termos acabado com todo o vinho e devorado todos os petiscos, acabando pegando no sono na sala mesmo. Flynn e eu dormimos no colchão que eu coloquei no chão, e Willie literalmente babou no meu sofá. Acordei na manhã de sábado com meu telefone tocando incessantemente de algum lugar na sala.

Com um esforço fora do comum abri os olhos mas logo os fechei devido a claridade que vinha da minha janela.

Eu sempre esqueço de fechar essa merda.

Me sentei no colchão e senti minha cabeça rodar. Malditas sejam as ressacas. Ainda não entra na minha cabeça o fato de que quando estamos bebendo, sequer pensamos no quão ruins vamos ficar no dia seguinte. Bom, pelo menos eu não penso.
Praticamente me arrastei até o balcão da cozinha onde estava meu celular e atendi sem ver quem era. Péssima ideia.

– Alô?

– COMO ASSIM VOCÊ VAI SE APRESENTAR HOJE E NÃO ME CONTOU? -  meu querido irmão literalmente gritou do outro lado da linha. E por um breve momento esqueci completamente que eu o amo mais do que tudo e só que pensei em mata-lo. O que pensando bem seria uma péssima ideia, já que se fizesse isso, automaticamente minha sobrinha Jade iria se tornar órfã de pai; o que seria péssimo.

– Carlos você pode falar mais baixo por favor? -  resmunguei e ele riu

– De ressaca né sua cretina.

– Cretina maninho? Sério? -  perguntei e coloquei o celular no viva voz e tomei um generoso copo de água junto com um remédio  pra dor de cabeça.

– Oooh me desculpe se não sei como chamar a traidora da minha irmã que não me conta mais nada. -  ele diz ironicamente – Eu tive que ficar sabendo pela Maggie Jules! E todo mundo nesse mundo sabe que seu irmão favorito sou eu! -  ele esbravejou chateado.

Com certeza o fofoqueiro do meu pai contou pra Maggie e esqueceu de ligar pro Carlinhos.  Ray Molina é o tipo de pai que conta a novidade pra somente um filho, e espera que esse mesmo espalhe a novidade pro resto dos filhos. Então isso não é novidade nenhuma pra mim. E também, tem o fato de que Carlos mais vive viajando do que em casa, então na maioria das vezes que ligo ele não atende. Ou quando retorna, é de dia pra ele e 3 da manhã pra mim, já que nossos fusos horários quase nunca batem por que Carlos sempre está viajando a trabalho e quase nunca para em casa.

– Em minha defesa, essa semana foi tão puxada que mal tive tempo de pegar no celular -  confesso e ele permanece em silêncio esperando que eu prossiga – Me desculpa ok? Desde que aceitei o convite do Caleb minha rotina ficou super corrida. Você me desculpa? -  perguntei uma última vez e me sentei na banqueta perto da bancada, e aproveitei pra tirar o celular do viva voz.

– Só desculpo com uma condição.

– Dependendo da condição eu desligo na sua cara. -  avisei e Carlos gargalhou.

–  Só vou te desculpar se você me contar exatamente tudo o que aconteceu nessa semana, e por favor não me poupe os detalhes. -  ele pede e não posso evitar o sorriso que surge em meus lábios. Carlos é uma das minhas pessoas favoritas nesse mundo. O melhor irmão que eu poderia ter, o que eu não tinha de intimidade com Maggie, tinha de sobra com Carlos.

Não é que eu não goste de Maggie, é que ela nunca lidou muito bem como fato de eu me sentir extremamente conectada com a música. Sem dúvidas alguma, se tem alguém que não lidou bem com o sumiço da mamãe foi ela. Eu era muito pequena pra me lembrar dela ou do dia em que ela sumiu por esse mundo a fora, deixando meu pai totalmente perdido com 3 crianças pra cuidar. Até hoje não entendo essa história. Ela simplesmente se foi sem olhar pra trás. Que tipo de pessoa faz isso? Abandona os filhos? As vezes penso que seria mais fácil se ela tivesse morrido. Por que aí eu iria saber onde ela está e não iria ficar imaginando mil possibilidades sobre o que aconteceu pra ela ter feito isso.