Força Imparável

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A sala fica em uma silêncio fúnebre enquanto Thoth conta a história que todos conhecem.

Thoth:

— Pendragons, os caçadores de deuses, devoradores da escuridão, guardiões dos Rios Arcanos e, como gosto de chama-los, os únicos seres capazes de nos deter. Lembram como foi difícil se livrar deles? Séculos de preparação, planejamento e falhas atrás de falhas. Até que, o menino de ouro caiu no nosso colo. O rejeitado pelos seus que foi odiado simplesmente por nascer. O seguidor perfeito. Bons tempos que tivemos atormentando o garoto. Mas não vamos mudar o foco sim?

— Os Pendragons foram derrotados e seus corações, calomedwliau, arrancados de seus peitos. Loki e Atena arquitetaram o plano e este levou séculos para ser concluído. Eram necessários movimentos precisos, um empurrão aqui, um puxão ali, uma ideia sussurrada ao vento, um medo implantado no decorrer de anos. Até que, a oportunidade perfeita surgiu com o nascimento da praga. Vocês têm ideia de como foi difícil colocar veneno na mamadeira de um príncipe? Não é fácil, lhes afirmo isto. Mas foi feito graças aos traumas que implantamos na Rainha Dourada que negligenciou a criança.

— Com a praga, a "promessa", fora do caminho o resto foi relativamente mais simples. Um filho bastardo e rebelde retorna para exigir um trono que é seu por primogenitura e jura libertar os deuses de Ogígia para salvar a própria mãe ainda que isso signifique... bom, libertar os deuses. Nós!

— Claro que nosso peão não foi aceito com salvas e alegrias, não... claro que não. Os Pendragons jamais aceitariam isto, mas também não podiam negar o direito do garoto. Para contornar a situação eles resolveram treinar o príncipe com "regras da corte" e quem sabe mudar a cabeça dele no processo.

— Devo admitir que quase conseguiram, a feiticeira que ele apaixonou quase o fez mudar de ideia e a irmã dele foi um problema com sua ingenuidade, mas felizmente Athena causou um pequeno incidente com a irmã e fez parecer que foi culpa do garoto, a desconfiança do rei e da rainha fez o resto do trabalho e a rejeição da feiticeira foi a cereja do bolo. Ótimo trabalho da Afrodite, que descanse em paz. E então o bastardo fugiu de volta para nós num piscar de olhos.

— Algumas meias verdades, algumas lembranças dolorosas e o garoto já estava espumando pela boca como um animal selvagem. Um dos meus melhores trabalhos, modéstia a parte. E após passar meses envenenando a mente dele com pesadelos, Bhuta terminou o trabalho com toque especial — vampirismo. Não foi fácil criar um feitiço que se transformasse em uma doença real, ainda mais com o sangue do garoto que o torna imune a magia, mas o coração escuro dele ajudou no processo.

— Quando ele já estava sedento pelo sangue do pai, nos dois sentidos da palavra, nós o mandamos de volta. Lembram de como eram gloriosas as chacinas que ele fazia enquanto se dirigia até Camelot? Os contos de horror que ainda são contados entre os sobreviventes me ajuda com meu sono das quatro horas. E quando ele matou o primeiro Pendragon e ficou ensandecido com a magia no sangue deste? Bons tempos aqueles...

— E lembram-se que Edwyn quase estragou nossos planos? Ele e aquela maldita espada... Além dele conseguir cortar qualquer coisa, a bainha cura qualquer ferimento. Edwyn acabou com o garoto sem sequer suar, foi ridículo...

— Felizmente, para nós, as sementes de ódio que plantamos na princesa deram fruto. Foi graças a tola tentativa dela de atacar nosso peão, só para ser trucidada em segundos, que fez Edwyn baixar a guarda o suficiente para ser atacado com a própria espada. Irônico como a coisa que mantinha o rei vivo foi a mesma que o matou, não acham?

Dractite - Sobre deuses e mortais (DESCONTINUADA)Where stories live. Discover now