Cumprindo o trato

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Ana

Se me falassem a um mês que eu estaria andando na moto de Thomas eu provavelmente iria rir na cara da pessoa, mas é o que está acontecendo agora.

Pelo o que eu entendi, Thomas conseguiu convencer o pai dele a devolvê-lo a chave da moto e como condição ele iria voltar para a faculdade, aposto que isso não dura 1 semana.

- Ana, se você não se segurar direito vai dar de cara com o chão - falou Thomas, acho que ele percebeu que eu estou, digamos, que um pouco insegura com essa proximidade.

Resolvi chegar mais perto e abraça-lo, não estou afim de ter que parar no hospital, já tivemos muita emoção para um dia.

Agora estamos extremamente perto, consigo sentir o seu doce cheiro natural misturado com o aroma de seu perfume.

- Thomas, ta louco? Se for pra morrer morre sozinho - falei quando vi o quão rápido estávamos.

Ele se manteve calado, porém diminuiu a velocidade. Agora nós estamos parados no sinal vermelho (ele não seria louco de furar comigo aqui).

- Tá com fome? - perguntou virando a sua cabeça levemente para o lado afim de me ouvir melhor.

- Um pouco para falar a verdade - eu tô morrendo de fome, não sei como ainda não desmaiei.

O sinal abriu e percebi que ele estava mudando o trajeto.

- Tá me sequestrando caralho? - falei alto

- Geralmente sequestram meninas bonitas ou ricas, você não se encaixa em nenhum dos dois.

Idiota, babaca, imbecil.

Resolvi ficar quieta, não quero levar mais patadas como esta.

Percebi que estávamos chegando a um shopping, espero que ele saiba que eu só trouxe dinheiro para caso eu precisasse voltar de Uber.

Ele finalmente estacionou a moto e eu desci. Thomas seguiu em frente sem falar nada, então resolvi segui-lo, nunca vim aqui e não quero me perder.

Quando chegamos na praça de alimentação ele parou e se voltou para mim

- Tem alguma preferência? - perguntou, ele parece estar impaciente

- Preferência em quê?

- Na porra do hambúrguer, ou você não se lembra que fizemos um acordo?

É, eu tinha me esquecido

- Pode escolher, só quero saciar minha vontade de comer besteira.

Ele estava indo em direção a uma hamburgueria, mas voltou

- Vai querer milkshake de quê?

- Nutella, meu preferido - respondi

Ele foi novamente, não quis ficar esperando em pé então resolvi me sentar em uma das mesas.

Eu estava analisando cada movimento que ele fazia, ele demorou para escolher um hambúrguer, se vir um envenenado eu não vou me surpreender.

Quando finalmente terminou de pagar, olhou em volta me procurando, o que ele acha que eu iria fazer? Fugir?

Quando me achou ficou uns minutos pensando e decidiu esperar lá mesmo, acho que alguém não quer minha companhia, quem perde é ele, sou super engraçada.

Já fazia 20 minutos que ele estava esperando em pé, prefere ficar com trombose do que sentar perto de mim, maluco.

Enquanto esperava notei que próximo de mim havia um casal de velhinhos jantando, eles são tão fofos conversando um com o outro.

- Se continuar encarando assim provavelmente vão chamar os seguranças - falou Thomas me dando um susto, garoto do caralho nem vi chegar - Vamos - falou se virando, eu percebi que ele estava segurando o pacote com o lanche em uma mão e na outra meu milkshake.

Afe, achei que ia comer aqui.

O trajeto para casa foi rápido e silencioso.

Quando chegamos ele me entregou a comida e foi guardar a moto, decidi ir comer no meu quarto, todos estão dormindo e eu não quero fazer barulho.

Eu estava abrindo a janela para ventilar quando pensei: " por que não ir comer no telhado?" Parece ser bem seguro e confortável, vou fazer isso.

O Irmão Mais VelhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora