33. ADEUS

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Mais uma vez,
vim dizer adeus
já me faço longa,
mas isso é por que não quero partir.

Ainda não consigo,
largar a tua mão,
já não habitas em mim
mas não sei deixar-te ir.

Nunca conheci,
alguém como você
procuro motivos pra te deixar ficar,
mas todos dizem que deves partir.

Devo deixar-te ir,
apesar do meu coração fragmentado quebrar de novo,

e das lágrimas poéticas
eu tenho de te deixar ir,
e farei da tua partida
uma nova obra de arte.

Mas em momento algum,
vou derramar uma lágrima por ti.

O silêncio é profundo,
consegues ouvir-me chorar?
Não consegues, eu sei.

O meu choro não é externo,
tudo em mim destruído por ti
és o furacão que me deixou em ruínas
e eu tinha apenas dezesseis.

As palavras que te escrevo,
são às minhas lágrimas
o meu luto e a minha tristeza.

Você não é quem eu conheci,
isso porque nunca te conheci
tentei conhecer-te,
e no processo me perdi.

Perdi tudo o que tinha
e o que não tinha,
a Língua Portuguesa
tem mais de quatrocentas mil palavras
e eu não sei qual usar
para te despedir...

Estou cansada,
cansada de escrever versos sobre você,
cansada de pensar em você para escrever poemas
e fazer de ti o tema,

cansada de ter de ouvir o teu nome
cansada de me questionar se estás bem
cansada de lembrar o que você fez
cansada de não saber o que sinto por ti
cansada de ti.

Por mais que eu tente omitir,
tenho de aceitar
na minha vida
você já não tem lugar,

fiz de tudo e mais um pouco,
dediquei-me,
e tudo se resume em
três dias.
Só precisaste de três dias...

Tenho de te deixar ir,
por que só eu sei
o que passei.

Empurraste-me do precipício,
e deixaste-me lá,
ainda assim quis te defender
preferi acreditar que foi sem querer
e que voltarias para concertar.

Dizer que doeu é pouco
não existe forma de explicar,
nem de descrever
o quão doloroso foi,
e tu nem foste lá,
pra saber se eu tinha sobrevivido.

Tenho de te deixar ir,
porque enquanto eu desabava
e chovia
só eu estava lá, por mim.
E não posso me magoar por ti, novamente.

Tenho de te deixar ir,
porque não tenho motivos
para te ter na minha vida.

Eu te amo,
mas odeio o que fizeste comigo.

Eu odeio te amar
e odeio mais ainda
ter motivos para te odiar
e não conseguir o fazer.

Sim, eu disse que te amo.
Mas não como te amava,

nunca mais irei te amar, como te amei
nunca mais irei olhar pra ti com orgulho
nunca mais irei pensar em você
sem sentir dor,

nunca mais irei sorrir com você
nunca mais irei acreditar em você
nunca mais quero saber de você

Porque estou a dizer adeus,
meu grande amor platônico.

Por mais que eu não queira
existem coisas,
que sempre me farão lembrar de você.

Existem lugares,
que sempre me farão lembrar de você,
tudo tem um pouco de ti,

vejo-te em todo lado
és o meu pior pesadelo,
a minha perdição
quem me dera ter outra opção
mas tenho de dizer adeus.

Adeus meu amor,
obrigada por partires o meu coração
e obrigada pelas boas
memórias,

que hoje são poesias tristes
e melancólicas.

Adeus meu amor,
obrigada por conheceres um
pouco do meu lado mais escuro,
e mesmo assim
viste luz.

Adeus meu amor,
minha paixão doce e intensa
meu tesouro,
obrigada por fazeres as minhas borboletas voarem.

Adeus meu amor,
Obrigada pelo carinho e atenção,
pelo apoio,
obrigada por tudo, meu amor...

Quero olhar pra ti e não sentir dor
quando for partir,
então deixo esta carta de despedida
espero que ela te cause uma ferida.

Espero que encontres o remédio,
daquelas feridas
que desconheço,
por mais profundas que elas forem
espero que encontres a cura,
e se não a encontrares,
sê tu a cura
eu quero que fiques bem.

Levarei comigo,
uma parte de ti
por mais que nos afastemos
a nossa conexão ainda é a mesma
e é sobre isso,
os nossos caminhos sempre se cruzam,

duas almas conectadas
duas peças fragmentadas,
armazenadas
pelo destino
unidas por um amor
separadas pela dor,
vagueiam pelo além
a procura de sei lá quem,
ou quê.

Meu amor adolescente,
ainda sinto um carinho muito grande
por ti,
faria o que fosse preciso para te ver bem
e se precisasses de mim, eu estaria lá.
Eu iria sem pensar duas vezes
mas não estarei na tua vida,
e nem tu na minha.

Levarei-te nos meus cacos,
e andarei por aí
sem rumo
nem destino
até encontrar o caminho.

Este adeus,
é o último adeus
acabou,
desta vez eu estou
com a caneta,
decidi colocar um ponto final
e queimar a folha.

Adeus meu amor,
meu lindo e hipérbole amor,
eu te amo, mas vou te deixar ir...

Borboletas Podem Magoar Where stories live. Discover now