Capítulo 72: Calafrios

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Bruno tirou o notebook do colo e levantou do sofá me fazendo erguer a cabeça para encarar seu rosto.

- O fato de você ser mais alto não me intimida. - falei, sentindo minha pulsação acelerar com sua proximidade.

- Não estou tentando te intimidar. - disse, em um tom baixo, e então soltou meu braço para segurar meu rosto.

- Então para de tentar melhorar meu humor... - fiquei parada quando ele se aproximou e deixou um beijo na minha bochecha, e desceu seus lábios até meu pescoço. - Tenho o direito... de ficar puta da vida...

Sentindo minha pele formigar, foi impossível não sorrir, no entanto, quando meu marido voltou a me olhar, eu desfiz o sorriso fingindo ainda estar irritada.

Difícil não ceder ao seu encanto, mas eu podia ao menos fingir que não estava quase me entregando.

- Eu estar tentando te animar te incomoda? - perguntou, confuso.

- No momento sim. - respondi. - As vezes é bom sentir vontade de bater em alguém.

E como eu sentia vontade de voltar até aquele escritório e fazer meu sogro engolir toda aquela arrogância.

Dobrei os dedos dos meus pés quando Bruno acariciou levemente a pele da minha bochecha.

- Ao seu dispor.

Antes que eu pudesse responder, meu marido olhou para o chão e eu vi que o Winnter estava mordendo a barra da sua calça de moletom.

- Ele acha que você está brigando comigo. - falei, sem esconder mais o sorriso. - Pelo menos alguém nessa casa me respeita.

Me agachei e peguei o filhote, com ele no meu colo, levantei e comecei a acariciar seu pelo.

- A gente não terminou nossa conversa. - Bruno disse, quando comecei a caminhar até a cozinha.

- Terminamos sim. - respondi, sem olhar na sua direção. - E nem vem atrás, ou vou soltar meu cão de guarda.

O filhote latiu me fazendo rir.

- Isso ai, tem que mostrar quem manda. - falei, já dentro da cozinha.

Coloquei Winnter no chão e abri a geladeira para escolher o que jantar. Com preguiça de esquentar a comida, eu resolvi só fazer um lanche.

Fiz meu sanduíche e depois de encher um copo com café e leite, eu sentei em uma cadeira que fica encostada na bancada.

Olhei em direção a porta de vidro quando um trovão soou lá fora.

A noite vai ser longa.

Bruno entrou na cozinha quando eu já tinha terminado de comer. Quando ele deu a volta no balcão para ficar ao meu lado, viu que Winnter estava deitado perto da minha cadeira.

- E eu achando que o problema era o gato. - comentou. - Falando nisso, cadê o Alfredo?

- Deve estar por ai se lamentando porque está longe da Ângela. - falei, sabendo que é bem provável. - Quer comer alguma coisa?

- Não, eu já vou dormir, tenho que estar cedo na empresa. - respondeu.

Ele deixou um beijo no topo da minha cabeça e saiu da cozinha me deixando sozinha.

Levantei da cadeira e deixei o copo dentro da pia.

Estava planejando apagar a luz para subir e dormir com o Bruno, quando senti um calafrio que arrepiou todos os pelos do meu corpo.

Olhei novamente em direção a porta de vidro e senti que estava sendo observada.

Me aproximei da porta e depois de conferir que ela estava fechada, eu sai da cozinha e fui de porta em porta para saber se todas estavam trancadas.

Fiz o mesmo com as janelas. Me certifiquei até se o alarme estava ligado.

Subi até o segundo andar e entrei no quarto das meninas.

Elas dormiam tranquilamente e isso acalmou meu coração.

Tudo está bem.

Bem mesmo.

Capítulos finais são tensos, né?

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Capítulos finais são tensos, né?

Para Sempre Te AmareiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora