Bruno tirou o notebook do colo e levantou do sofá me fazendo erguer a cabeça para encarar seu rosto.
- O fato de você ser mais alto não me intimida. - falei, sentindo minha pulsação acelerar com sua proximidade.
- Não estou tentando te intimidar. - disse, em um tom baixo, e então soltou meu braço para segurar meu rosto.
- Então para de tentar melhorar meu humor... - fiquei parada quando ele se aproximou e deixou um beijo na minha bochecha, e desceu seus lábios até meu pescoço. - Tenho o direito... de ficar puta da vida...
Sentindo minha pele formigar, foi impossível não sorrir, no entanto, quando meu marido voltou a me olhar, eu desfiz o sorriso fingindo ainda estar irritada.
Difícil não ceder ao seu encanto, mas eu podia ao menos fingir que não estava quase me entregando.
- Eu estar tentando te animar te incomoda? - perguntou, confuso.
- No momento sim. - respondi. - As vezes é bom sentir vontade de bater em alguém.
E como eu sentia vontade de voltar até aquele escritório e fazer meu sogro engolir toda aquela arrogância.
Dobrei os dedos dos meus pés quando Bruno acariciou levemente a pele da minha bochecha.
- Ao seu dispor.
Antes que eu pudesse responder, meu marido olhou para o chão e eu vi que o Winnter estava mordendo a barra da sua calça de moletom.
- Ele acha que você está brigando comigo. - falei, sem esconder mais o sorriso. - Pelo menos alguém nessa casa me respeita.
Me agachei e peguei o filhote, com ele no meu colo, levantei e comecei a acariciar seu pelo.
- A gente não terminou nossa conversa. - Bruno disse, quando comecei a caminhar até a cozinha.
- Terminamos sim. - respondi, sem olhar na sua direção. - E nem vem atrás, ou vou soltar meu cão de guarda.
O filhote latiu me fazendo rir.
- Isso ai, tem que mostrar quem manda. - falei, já dentro da cozinha.
Coloquei Winnter no chão e abri a geladeira para escolher o que jantar. Com preguiça de esquentar a comida, eu resolvi só fazer um lanche.
Fiz meu sanduíche e depois de encher um copo com café e leite, eu sentei em uma cadeira que fica encostada na bancada.
Olhei em direção a porta de vidro quando um trovão soou lá fora.
A noite vai ser longa.
Bruno entrou na cozinha quando eu já tinha terminado de comer. Quando ele deu a volta no balcão para ficar ao meu lado, viu que Winnter estava deitado perto da minha cadeira.
- E eu achando que o problema era o gato. - comentou. - Falando nisso, cadê o Alfredo?
- Deve estar por ai se lamentando porque está longe da Ângela. - falei, sabendo que é bem provável. - Quer comer alguma coisa?
- Não, eu já vou dormir, tenho que estar cedo na empresa. - respondeu.
Ele deixou um beijo no topo da minha cabeça e saiu da cozinha me deixando sozinha.
Levantei da cadeira e deixei o copo dentro da pia.
Estava planejando apagar a luz para subir e dormir com o Bruno, quando senti um calafrio que arrepiou todos os pelos do meu corpo.
Olhei novamente em direção a porta de vidro e senti que estava sendo observada.
Me aproximei da porta e depois de conferir que ela estava fechada, eu sai da cozinha e fui de porta em porta para saber se todas estavam trancadas.
Fiz o mesmo com as janelas. Me certifiquei até se o alarme estava ligado.
Subi até o segundo andar e entrei no quarto das meninas.
Elas dormiam tranquilamente e isso acalmou meu coração.
Tudo está bem.
Bem mesmo.
Capítulos finais são tensos, né?
ESTÁ A LER
Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...
Capítulo 72: Calafrios
Começar do início