Prisioneiro 0115

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Olá, aqui é a Nyah para mais um conto de terror com o Monsta X, dessa vez será nosso queridíssimo Hyungwon a brilhar, todos os demais personagens são originais.

O plot surgiu a partir de uma interação no twítter com a página do @mxfanfics, melhor projeto ever, e eu não consegui parar de pensar sobre ele, então, estamos aqui.

Temos playlist: https://open.spotify.com/playlist/51F6rcUbGvcpeIOFv1kig6?si=a3ec35b352c84d22

Boa leitura!

Atenção, o conteúdo a seguir contém descrições de extrema violência e não é recomendado para pessoas sensíveis.

﴾♰﴿

A rua vazia ecoava alto os passos pesados da corrida de pés descalços. Ela tentava a todo custo abafar os arfares da corrida desenfreada e manter preso na garganta o grito de desespero por tudo o que presenciara. Precisava fugir. Salvar a própria vida. Seria possível?

Alguns cães latiram e tentaram avançar sobre ela, mas a ameaça que lhe perseguia os afastava. Nem mesmo os gatos, mais destemidos, ousavam cruzar o caminho da coisa. Ela estava sozinha.

A delegacia ficava a duas ruas. Mais um pouco e estaria a salvo. Os pés sangravam, com dor ela reduziu a velocidade. O pulmão ardeu, e a corrida tornou-se um trote claudicante. Ela apertou o corpo num abraço numa tentativa vã de proteger-se, usava apenas uma camisa branca e larga e a calça de um pijama velho com estampa de ursinhos. As lágrimas escorreram quando sentiu o perfume amadeirado do noivo no tecido de algodão, ela costumava pertencer a ele, e agora estava manchada com seu próprio sangue.

Mais uma rua e conseguiria ajuda. Mais alguns passos. Inconscientemente começou a contar.

Um passo. Dois passos. Três. Quatro...

Estava mesmo contando? De quem era aquela voz dentro de sua cabeça, anasala e divertida, como se não fosse um momento de pânico?

Quinze passos. Dezesseis. Dezessete.

Em cerca de cinquenta passos alcançaria o estacionamento onde uma viatura dormia tranquila. Deixou que as lágrimas escorressem, o soluço não pôde ser contido, e logo ela berrava como uma criança pequena.

Trinta e um. Trinta e dois. Trinta e três passos.

Uma policial apareceu na entrada da delegacia, eram três da madrugada, ela fumava. Deixou o cigarro cair no chão assim que avistou a mulher de roupas ensanguentadas. Começou a caminhar, cautelosa, em sua direção, pois ela havia parado, talvez em choque, chorava copiosamente.

Trinta e cinco. Trinta e seis. Trinta e sete passos. Ela parou.

A policial falava alguma coisa e ela não entendia, será que gritava? Dois homens fardados apareceram de seu lado, as armas em punho. Por que? Era a vítima ali, não a criminosa!

"A brincadeira acabou", a voz que contava seus passos falou suavemente, "Peguei você!"

Três policiais declaram voz de prisão e foram ignorados. O homem alto, de cabelos compridos na altura dos ombros e terno cor de vinho, sorriu quando a mulher de camisa branca deixou-se cair de costas em seu peito. Surgira do nada e os policiais não conseguiam entender o que viam. Os dedos compridos das mãos pálidas cruzaram o ar elegantemente parando debaixo do queixo pequeno que foi elevado exibindo o pescoço curto e suado. Ele baixou a cabeça mantendo os olhos sempre ma plateia, parecia divertir-se.

"Acorde!"

A mulher da camisa branca ouviu o comando e arregalou os olhos. Sentiu a mão gelada em seu queixo, a outra segurando seus pulsos para trás. Frio, ele era frio. Seu corpo tremeu, o coração bombeava sangue com toda a força de que era capaz, uma resposta fisiológica involuntária, seus instintos implorando para que fugisse. A bexiga estava apertada, assim como o intestino, sentia-se comprimir para dentro. O pelos arrepiaram quando ele passou a língua pegajosa no comprimento de seu pescoço, da base até a orelha.

Madrugada SangrentaWhere stories live. Discover now