･ﾟ✧༄ Auditions - Joalina ･ﾟ✧༄

༄ 11 ༄

Joalin

Estava furiosa, e pelo visto Sabina também. Sabina era tão estúpida de cogitar que eu poderia estar tendo um caso com Sofya sendo que deixar ela me beijar. Como eu era tonta! Sabina deveria ter recebido uma dedada de cada menina desse estúdio, porque eu seria especial?

— Joalin Loukamaa e Maria Sabina Hidalgo, por favor, na minha frente. — A voz de Will ecoa na sala inteira.

Fazia um mês que já estávamos aqui, éramos vinte e seis agora, e três tinham ido para casa há trinta minutos, temos ser a próxima, nunca avisam previamente que você vai embora, se te chamam, você precisa torcer para ser uma bronca, se não "obrigada pela sua participação, mas você não está no Now United".

Levanto do chão, estava ao lado da parede, não tinha mais ninguém por perto agora, havia contado para Sofya sobre o que tinha escutado no banheiro, como uma normal adolescente de quinze anos, ela ficou assustada e achou melhor a gente se afastar, para não criar mais boatos. Tentei explicar que a cabeça da minha colega de quarto era tão podre quanto um lixão, mas Sofya apenas sorriu nervosa e deu as costas pra mim.

Paro de caminhar, ficando ereta onde Will pediu, Sabina fica ao meu lado, rio mentalmente, há pelo menos dez passos de mim, quis dizer. Acho que tinha contraído algo radioativo e todos perceberam menos eu.

Olhei para o lado e me surpreendi vendo que ela também estava me olhando, minha pulsação aumentou quando fez mais de cinco segundos e ela não havia desviado, era algo que ela conseguia fazer, me deixar um pouco ofegante só de me olhar. O que me doeu foi ver que seu olhar não carregava nada mais que nojo, como no primeiro dia que nós vimos. Fiz a mesma expressão que ela, levantando uma sobrancelha. Escutei alguém assoviar como provocação.

— É, parece que hoje nossas meninas mexicanas estão selvagens. — Will sorri, provocando enquanto passa o dedo polegar nos lábios. — Já que estão assim, quero que usem seu ódio, quero que usem toda a raiva e rancor acumulado para um solo, claro, uma de cada vez vai se apresentar, não quero os mesmos movimentos, quero apenas inspiração e ódio. Vocês vão se dar bem nessa.

— Quero começar, posso?

Sabina levanta a mão, e me encara de novo por dois segundos, arrepio da cabeça aos pés. Aproveitei para olhar para ela, não há encarava assim há dias, desde o acontecido no banheiro, nossas rotinas eram iguais, mas quando eu chegava no quarto antes de dormir, ela não estava e quando amanhecia, o único jeito de saber se ela tinha passado a noite na cama era ver os cobertores desarrumados. Nas refeições eu comia no quarto e quando era em grupo, não comíamos perto uma da outra. Não sabia o porquê dela estar tão rancorosa, se quem começou tudo isso foi ela mesma.

WilldaBeast faz que sim com a cabeça, me afasto mais, ficando perto dele que está se inclinando para ligar a caixa de som. Dispenso elogios, principalmente pelo fato de que ela não merece uma palavra positiva de mim, mas também não posso critica-la, seria hipócrita.

Quando termina, sua respiração está pouco acelerada, Will faz um som com a boca, o que faz ninguém decifrar o que ele estava pensando, nunca sabemos e isso me deixa mal as vezes. Sem precisar falar algo, Sabina e eu trocamos de lugar. Se ela não tinha o que o Will queria, eu tinha e iria apresentar muito mais do que ela.

Uma música desconhecida começa a tocar, não sou delicada com os movimentos, brutalmente me movimento sem qualquer indício de leveza ou calma, fazia me lembrar do que estava me enchendo de raiva. Estar no grupo B há dias me incomodava pra caralho, Sabina sendo uma vaca também, Sofya ter se afastado, eu sem saber o que sentia por todas essas pessoas que estavam me observando, me enchia mais e mais.

Memórias de Sabina em cima de mim, se esfregando no meu corpo, não ter terminado o que começou e ainda ter se afastado bruscamente me deixa com ódio, queria que não tivesse saído de cima, queria que ela tivesse terminado o que começou. Balanço a cabeça, tentando espantar esses pensamentos, tinha que ficar com ódio, não excitada, balanço a cabeça novamente, indicando que aquilo era um movimento da coreografia.

Termino com um espacate e com a cabeça olhando para cima. Era possível escutar a minha respiração alta até de longe e sublinhava que até as batidas do meu coração podiam ser escutado. Minha cabeça volta para o lugar, então olho para o lado observando Will e Sabina. Meu corpo inteiro treme, voltando a temperatura normal, mas o medo também contribuía.

— Acho que alguém caiu pro grupo B pela primeira vez. — Kyle entra na enorme sala me encarando.

Sabina vira o pescoço, podia jurar que ela tinha quebrado o pescoço, de tanta raiva. Sai da posição, um pouco constrangida pelo show que fiz.

— Acho que Joalin merece aplausos, não acha Will? — Novamente Kyle opina.

— Claro, se ela entrar no primeiro grupo pop global, vai ter que se acostumar com as palmas e gritarias.

Uma chuva de aplausos é escutado, novamente fico constrangida. Escuto Sabina pedir licença e sair do espaço, logo vejo Any correndo atrás dela, como sempre, parecia carrapato em cachorro.

Na verdade eu queria ser um carrapato da Sabina, me humilharia por ela se meu orgulho não fosse tão grande.

•••

No dia seguinte, o nome de Sabina tinha sido substituído pelo meu, e eu estava no grupo A pela primeira vez. Porém não pude ver a reação dela ao ver sua própria derrota, depois de dias, vi Sabina na cama de manhã, estava quente como um vulcão, e domia tão profundamente que derrubei minha mala duas vezes e ela nem se mexeu. Yonta me garantiu que um médico iria vê-la, sendo que eu não tinha mostrado um pingo de preocupação.

— Sabina não vem hoje? — A voz doce de Sofya invade meu ouvido.

— Não, está doente. Yonta esta supervisionando ela.

— Isso é bom, Yonta cuida bem de nós.

Faço que sim com a cabeça, mesmo calada  ela não sai de perto de mim, com um sorrisinho nos lábios.

— O que deu em você? Está tudo bem?

— Claro, está sim. Só acho que errei um pouco com você. Na verdade, muito, só fiquei assustada, não quero voltar pra casa sendo expulsa.

— Tá tudo bem, Sofya, mas seu problema é com o boato sobre você ou sobre ter a possibilidade de eu lésbica?

— Você é?

Bufo, dando de ombros.

— Não sei, Sofya, é um problema?

— Na-não. Tá tudo bem. Só não quero boatos sobre mim, já sabe...

— Sim, Sofya, você não quer voltar pra casa sendo expulsa. Você não vai ser expulsa.

Ela sorri e me abraça de repente, retribuo, passando meus braços pela cintura dela. Era bom pelo menos ter uma pessoa por perto.

~•~

Ei amores, sei que fiquei muito tempo sumida, espero que não tenham desistido de mim, pq eu não desisti de vocês, por isso estou aqui. E pretendo continuar com a fic. Preparados para muitas emoções? Espero que sim.

Vou tentar postar mais um capítulo essa semana se tiver algumas estrelinhas!

Bjs da Camiz ❤