「Capítulo: Um」

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Respirei fundo enquanto tocava no pingente de sol que estava preso no colar de ouro que ele havia me dado um ano antes de toda essa merda acontecer e peguei minha guitarra novamente. No entanto, desta vez com a minha palheta preta, desisti da melodia que iria tocar inicialmente. Estava sentindo raiva dos meus pais por terem me empurrado de novo para longe outra vez. Estava triste, com saudades e sinceramente, cansado de tudo isso. Decidi, após um tempo pensando, que seria alguma música do Pierce The Veil, não estava com disposição para tocar alguma composição minha.

Eu queria gritar, porém todos os meus gritos foram passados para a guitarra em forma de melodias.

Andrew... Eu sinto sua falta.

˗ˏˋ ♡ ˎˊ˗

— Queria viajar pelo mundo...

— Primeiro termine seu dever de casa, Andrew... Depois você pode pensar em como conseguir dinheiro para fazer isso — Falei apontando para a atividade de história aberta na mesa do garoto. Ele ainda estava preso na primeira questão.

— Pietro! — Andrew me chamou animado, deixando o caderno e o rascunho de algum desenho que estava fazendo de lado — Vamos viajar pelo mundo, juntos! Não... Melhor! Vamos dar uma volta completa no mundo juntos!

— Que? — Lhe olhei confuso — Não estamos em um livro, idiota.

— Não vamos dar a volta ao mundo em oitenta dias... Mas eu queria viajar pelo mundo inteiro, quero conhecer cada lugar desse imenso planeta.

— Então vá.

— Não quero ir sozinho.

Suspirei, desviando um pouco o olhar.

— Tudo bem, tudo bem! Eu prometo que vamos viajar o mundo um dia, então apenas termine a sua atividade para irmos jogar alguma coisa.

— Certo! — Ouvi ele concordar animado, certamente estava com um sorriso radiante no rosto.

˗ˏˋ ♡ ˎˊ˗

Tento desesperadamente agarrar essa memória antes que ela fuja de mim. Antes que eu acorde e ele não esteja mais lá, ao meu lado, brincando enquanto se recusava a fazer as atividades. Porém, todo o meu esforço foi completamente em vão.

— Maldita lua — Resmunguei olhando para o teto.

Senti algumas lágrimas deslizarem sob o meu rosto. Com o passar dos segundos, a quantidade foi aumentando... Mais e mais.

Faziam quatro noites que eu sonhava com ele, contudo, esse foi o pior sonho que tive de Andrew, pois tive a mesma sensação de viver tudo aquilo de novo e sinceramente, foi horrível.

Lembrar dele constantemente desta forma me mata aos poucos. Antes essas memórias não vinham até mim quando quisessem, eu ia lá e as buscava quando sentia saudades. Mas esses dias, qualquer coisa me lembrava do Andrew.

Às vezes, eu desejo te esquecer do que sofrer todos os dias com a tua ausência, Andrew...

— Por que eu te amei tanto? — Falei apertando os olhos, impedindo a força que mais lágrimas caíssem, o que foi em vão.

Cobri meus olhos com o braço e respirei fundo algumas vezes.

— Pietro? Está tudo bem, querido? — Minha tia abre a porta do quarto, um pouco preocupada.

Agora um pouco mais calmo, me pergunto se realmente falei aquilo ou apenas gritei.

— Está sim, apenas tive um pesadelo.

— Entendo. Cheguei do trabalho agora a pouco e fiz um pouco de café para você — Ela disse, imagino que esteja sorrindo — Tome antes de ir para o colégio.

Ao retirar o braço que cobria meus olhos, tentei rapidamente limpá-los para não olhar para ela com os olhos cheios de lágrimas.

— Não precisava fazer isso, Tia Ellie. Eu poderia comprar um pouco no caminho do colégio, afinal você chegou cansada e ainda teve que fazer café.

— Hoje é o seu primeiro dia de aula no colégio, eu tinha que fazer isso — A mulher caminhou até mim e após retirar algumas mechas espalhadas pela minha testa, depositou ali um beijo — Lave bem o seu rosto antes de sair, ok?

— Você parece a minha mãe — Comentei sorrindo.

— Enquanto ela não está aqui eu terei que fazer esse papel, mocinho — Ela disse rindo e olhando fixamente para a guitarra ao meu lado — Aliás, não durma com a sua guitarra. Ela pode te machucar durante a noite.

Tia Ellie pega cuidadosamente a minha Jaguar vermelha e a coloca em cima da escrivaninha do quarto.

— Eu sei, mas estava tocando ontem a noite e acabei adormecendo — Expliquei.

— Apenas guarde ela quando estiver com sono, querido — A mulher sorriu novamente e caminhou em direção da porta — Quando sair, pegue as chaves reservas. Elas estão penduradas no gancho, próximo à porta.

— Eu sei, Tia. Obrigado.

Ela fechou a porta do quarto e eu apenas suspirei, um pouco cansado. Sendo sincero, nem sequer lembrava que hoje seria o primeiro dia de aula. Olhei para o relógio que ficava ao lado da cama e já eram seis e vinte da manhã. As aulas só começaram às sete e quinze, então tecnicamente eu não estava atrasado ainda. Apenas me levanto da cama e pego meu uniforme, indo um pouco zonzo para o banheiro.

Minha cabeça nesse momento se limitava apenas a ele.

Andrew, Andrew, Andrew, Andrew, Andrew, Andrew, Andrew, Andrew, Andrew...

— Eu poderia parar de pensar em você de vez em quando, não é? — Disse sorrindo para mim mesmo enquanto deixava aquela água quente cair sobre meu corpo e meus cabelos.

Sunlight: O Encontro do Sol e da LuaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu