"Morrer não significa partir, amar significa morrer"
E se seus olhos significassem sua alma e consciência?
Em uma cidade pequena, afastada e pacata, Thomas Evan, um jornalista estagiário se hospeda após um acidente de carro. A estadia seria breve...
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Thomas Evan estava cego.
O jornalista estagiário estava preso no escuro.
Sem respostas.
Cego de alma.
Como suportar andar em águas rasas que o afogam? Como aceitar suposições? Como acreditar e concretizar o certo e o errado sem saber ao menos a origem? Aceitar ser enforcado por mãos de vidro cortado, o sufocando, o torturando, ou prender a respiração e morrer?
Entregando tudo. Desistindo de tudo.
Não! Thomas pensou, não!
Thomas Evan estava convicto em descobrir a verdade daquela cidade, e não sairia dali até conseguir o que queria. Em seu quarto espaçoso que prevenia ataques de claustrofobia no hotel, abriu um notebook emprestado de Eric, onde estava anotando todas suas investigações e experiências que estava vivenciando, e pesquisou as últimas notícias da cidade na internet. Precisava dormir e descansar depois daquela viagem, mas estava tão confuso e desacreditado que não conseguiu. As frases que a mulher de cabelo longo disse no cômodo de baixo repetiam em sua mente. Eram coisas inacreditáveis, mas, estavam acontecendo. Thomas precisava de uma vez por todas aceitar o real e parar de acreditar na hipótese de que todos estavam loucos e aquilo não estava acontecendo, ou ele, ou ele estava louco.
Mas Thomas não estava louco. Ele sabia. O menino de um olho realmente pode controlar objetos e seres com a mente. As cinco crianças realmente foram enterradas sem seus próprios olhos naquele velório. Aquela casa realmente desapareceu com Tyler dentro em meio a neblina. A mulher de cabelo longo e ondulado realmente pôde controlar aquele assaltante. Aquilo tudo estava realmente acontecendo.
E em relação aos irmãos, os Morwoods, Thomas estava convicto de que estavam escondendo algo.
Assaltos, mortes de velhos de mais de cem anos, gatos e cachorros desaparecidos. Essas eram as notícias de mais de dez linhas da cidade. Depois de descer mais a página, Thomas leu algo que o interessou. Pouco acima das dezenas de artigos sobre o caso das cinco crianças assassinadas, havia uma notícia sobre um incêndio, ocorrido um dia depois que a polícia encontrou os corpos na floresta.
Não havia culpado. Não sabiam a origem do fogo. O momento exato que o incêndio ocorreu ou até mesmo por quanto tempo durou. Um incêndio misterioso sem nenhuma resposta. Thomas salivou.
Anotou no pequeno caderno de anotações o endereço da casa incendiada.
Desceu mais a página e pouco antes das dezenas de notícias dos assassinatos, estava mais uma notícia de incêndio.
Não havia culpado. Não sabiam a origem do fogo. Mas sabiam que o fogo começou em uma terça as aproximadamente 18:00, ao anoitecer, em outra residência.