- Claro, por aqui – ela diz me levando até uma das estantes – o seu numero é M ou G? – ela pergunta e eu me indigno, meu numero é P, aquela...

 - Na verdade é P – digo com a voz acida.

 - Tem certeza? – esta pergunta, estreito os olhos, horas é claro que eu tenho certeza eu sei a numeração que uso.

 - Sim, você poderia me dar logo a blusa, estou com um pouco de pressa – peço meio autoritária e ela me entrega a blusa parecendo contrariada, vou rápido para um provador e a experimento, serviu perfeitamente, saio já com ela do provador e me dirijo até o balcão apressada, eu não posso me atrasar e só tenho quinze minutos para estar na entrevista. Tiro rapidamente o cartão da bolsa e entrego a atendente. E logo depois saio rápido da loja com a notinha na mão e os olhares daquelas barbies em mim.

 Finalmente fora da loja me assustei com o preço daquela simples blusa, e quando virei para trás percebi que tinha entrado em uma das lojas da Secrets, uma simples blusa por cento e sessenta dólares é roubo, eu e meu orgulho idiota, pensei, apertando o passo, eu tenho agora menos quinze minutos para estar lá e isso me assusta, mas uma empresa famosa fica no centro de Nova York  e eu não estou muito longe. Depois de um tempo curto e rápido de caminhada entro por uma porta de vidro do enorme prédio onde tem um letreiro espelhado grande com o nome da empresa, não prestei muita atenção em nada até porque faltam cinco minutos e eu quero chegar a tempo.

 - Onde é a vaga de emprego? – pergunto a secretaria que fica no balcão no térreo.

 - Vigésimo terceiro andar – ela disse sorrindo – boa sorte viu, pois já subiram umas dezesseis perguntando pela vaga – ela disse irônica e meu coração quase saltou pela boca, agradecendo me dirijo até o elevador rapidamente e aperto o botão do meu destino.

 O andar que eu desejo parece não chegar nunca, mas finalmente as portas se abrem mostrando um corredor com paredes de vidro onde tem algumas mulheres sentas e o resto de pé, logo olham para mim dos pés a cabeça e começam a cochichar. Tem várias portas de madeira pelo corredor e da para ver as salas onde cada um trabalha sem se preocupar com nós no corredor, uma porta que está no final do corredor é aberta revelando um homem muito bonito aparentando ter seus vinte e sete, jovem com feições tranquilas, cabelos arrepiados, um sorriso com dentes brancos e pele clara que contrastavam com seu cabelo preto e seu porte malhado por baixo do terno grafite.

 - Becker Norren – este chama e eu saio da minha revisão logo indo até ele, este sorri estendendo a mão e eu aperto – prazer – diz dando passagem para que eu pudesse entrar.

 Uma vez dentro da sala, eu podia sentir vários olhares na minha nuca através do vidro, o lugar é sofisticado, mas eu ficaria mais feliz se as paredes fossem de concreto dando mais privacidade.

 - Bom dia – ele disse se sentando na grande cadeira e estendendo a mão para uma cadeira que estava em sua frente – Jonas Hoffmann – este diz sorrindo.

 - Bom dia – respondo simplesmente sorrindo e dando uma conferida pelo local, uma sala espaçosa toda de vidro dando visão privilegiada dos outros prédios, um vaso de flor grande em um canto da sala uma mesa de metal no centro, duas poltronas pretas a um canto, um quadro enorme em uma parede que mostrava uma dama e um anjo e estante de livros atrás das poltronas , porcelanato branco no chão, cadeiras de couro confortáveis pretas para os visitantes e para ele e um computador de ultima geração da Apple onde ele mexia distraidamente.

 - É Sandro Botticelli? – pergunto apontando para o quadro que ficava a nossa direita e tinha o nome de Cestello Annunciation ele olhou para o quadro e sorriu.

 - É sim como soube? Todos acham que é da Vinci – ele comenta, dou de ombros envergonhada.

 - Meu pai gosta de obras de arte e me ensinou a reconhecer os seus criadores, esse por exemplo – digo olhando para o quadro – se parece muito com "A Anunciação de da Vinci", só que este tem tons mais escuros, embora nos dois tenham anjos em uma obra um anjo busca saudação o outro parece ter medo, outro detalhe é a dama, em um a dama se afasta e no outro ela o salda, e da Vinci é mais clássico deixando tudo mais harmonioso – explico sorrindo, ele me olhava meio surpreso e meio intrigado com um sorriso na boca.

O cretino do meu chefeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora