Cretino

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Andando apressada pela Times Square com alguns papeis em uma mão e o celular na outra, estou indo para uma entrevista de empego na Hyperion a maior empresa de mercado petrolífero do mundo, para conseguir preencher a vaga de auxiliar administrativo, um bom salário, uma sala só minha e um horário interessante, espero ser contratada, pois acabei de me demitir do meu péssimo emprego anterior e o seguro desemprego não durará muito tempo. A Times está lotada esta manhã o trânsito de pessoas está alto e o de automóvel está um caos, o engarrafamento está bem grande e isto tudo é porque ainda estamos em uma famosa segunda-feira.

 Está meio difícil passar pelas pessoas, todas muito apressadas, ninguém dirige uma palavra de bom dia a outra ou pelo menos olha para a outra, pois estão muito preocupadas em seu mundo particular e a lista de afazeres de hoje. O meu café ficou intocado encima da bancada da cozinha, pois acordei um pouco atrasada e fiz tudo correndo, saí a pé prevendo o engarrafamento, e bom, pelo menos nesse ponto as coisas saíram certo. Ouço meu celular tocar e olho no visor onde tinha a foto de minha tia, meio desajeitada mudo os papeis de uma mão para a outra, arrumo a bolsa sobre o ombro e atendo o telefone.

- Alô.

 - Bom dia querida – minha tia diz fraternamente do outro lado da linha.

 - Tia, bom dia, ham você não poderia me ligar em outra hora é que eu..

 - Não, não poderia – reviro os olhos – e ai conseguiu a vaga de emprego? – minha tia é meio apressada ela vem me ligando ultimamente só para perguntar da vaga.

 - Tia estou indo agora para a empresa, não se preocupe, quando eu conseguir você será a primeira a saber. – digo virando a rua e trombo com o que parecia um muro, sinto um líquido bem quente escorrer pela minha camisa social branca – quente, quente – digo sacudindo a blusa, meus papéis estão todos molhados no chão, depois de me recuperar do que parece café e fervendo por sinal, me abaixo para ver se consigo recuperar alguma parte dos meus papeis e vejo alguém abaixar para me ajudar, até esse ponto os gritos de minha tia que vinham do meu celular podiam ser ouvidos por toda Times – Tia te ligo depois – digo rápido e desligo sem dar a ela tempo de resposta – você esta cego? – pergunto para homem que está me ajudando, este que é o que me entornou café.

 - Eu cego? – ele perguntou com sarcasmo – você que não me viu.

 - Eu não te vi? – perguntei irritada - você que virou a esquina, as pessoas tem a tendência em olhar para frente enquanto andam – digo com raiva recolhendo as minhas coisas de um arranco da mão dele – olha a minha blusa e você me queimou.

 - Olha me desculpe – ele pediu, e dessa vez eu foquei um pouco melhor nele, usava um conjunto de calça social e terno pretos uma camisa social branca por baixo que emolduravam seus músculos que mesmo com todo aquele pano se podiam notar, sapatos sociais, os cabelos loiros platinados levemente despenteados o que parecia ser proposital, olhos profundos azuis acinzentados, maxilar quadrado lábios finos e uma barba por fazer intrigante mente linda, ele é muito bonito, mas isso não ameniza a minha raiva – eu posso comprar cinco lojas que vendem essa blusa, se você quiser eu compro uma pra você – ele diz sério, não acredito ele está sendo esnobe, penso com raiva, estreito os olhos e sorrio dramaticamente.

 - Eu não preciso do seu dinheiro seu troglodita de merda, vai se ferrar – digo saindo andando rápido e bufando de raiva, eu não posso acreditar no que acabou de acontecer, mais que rápido viro outra esquina e entro em uma loja sem olhar o nome e rapidamente me arrependo, tem várias atendentes que mais pareciam barbies humanas que me olharam com cara de nojo, elas parecem discutir entre si para ver quem vem me atender e então uma com o nariz empinado vem até mim.

 - Em o que posso ajudar? – perguntou me olhando dos pés a cabeça, com cara de nojo talvez.

 - Eu quero uma camisa social branca – digo empinando o nariz, nem de salto eu fico do mesmo tamanho que ela.

O cretino do meu chefeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora