Desculpa Belchior

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A alma está sedentária
O frio na barriga não tem aparecido
Tudo virou um calor
Que sufoca conforme é sentido.

Usando a roupa do passado
Mesmo que não servindo como antes
O que já foi um casaco largo
Tecidos podres apertam sonhos grandes.

Lembro daquela canção
Passado é uma roupa que não nos serve mais
Porém ando com lentidão
Na escola não se ensina como superar finais.

Dói saber que no escurecer do vento
Sonhos aparecem nas vontades
Corrói saber que em tão pouco tempo
Beijei diferentes realidades.

Levanto atrasado demais pra acordar pra vida
O sonho sempre me leva pro mesmo local
Costumava estar lá um eu de risada assídua
Minha vida virou um purgatório espacial.

A alma está sem gravidade
O frio não tem aparecido na barriga
Não fica, nem fixa de verdade
Mas enche mais que uma bexiga.

Infernos Internos • POEMASWhere stories live. Discover now