Quando a assistente pessoal Im Nayeon ganhou 69 milhões de dólares na loteria, ela nota que tem dinheiro o suficiente para largar seu trabalho que exige muito dela. Mas onde estava a diversão ao se demitir? Sendo assim, ela decide ficar por mais um...
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"Quem sou eu? Eu já nem sei, senhor. Mudei tantas vezes desde hoje de manhã." Alice nos País das Maravilhas.
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Im Nayeon
Aquela era a pior ressaca da minha vida.
Tudo que eu desejava era voltar a dormir. Porém havia Jeongyeon, me mandando mensagens e perguntando onde eu estava. Conhecendo ela, a maldita não iria me despedir mesmo que eu ficasse em casa, dormindo.
Como era algo que valia dinheiro, tempo e empregos, decidi me arrastar para fora da cama e tentar arrumar o ninho de gato que estava meu cabelo. Com o pente na mão, eu percebi algo. Eu tinha que ir trabalhar mas não tinha que parecer que eu queria estar lá...
Vesti uma legging confortável e um casaco moletom preto que tinha um coelho branco estampado no centro. Tinha até um capuz com orelhas de coelhos! Ele ficava guardado no meu guarda-roupa pois era grande demais para mim. Um dos erros de comprar pela internet.
Como eu não queria impressionar ninguém, nem tomei banho. Talvez ainda cheirava a álcool da noite passada, mas quem se importava? Pelo menos escovei os dentes, higiene necessária, e engoli diversos analgésicos numa tentativa de aplacar a dor.
E depois? Depois eu fui à guerra.
Passear pela empresa vestida daquela forma não era favorável a mim. Os seguranças quase me barraram e as pessoas me encaravam surpresos, mesmo que ninguém talvez estivesse me reconhecendo. Desconfiei que aquela era a primeira vez que eu saia de casa sem maquiagem, pois eu sempre fiz questão de manter algo em minha cara, mesmo se fosse só um batom e base.
Todos os olhares tortos direcionados a mim valeram a pena quando eu entrei no escritório de Jeongyeon. Ela e Chaeyoung pararam no meio da conversa para me encararem. Devia ser um choque me ver de cara limpa e com uma roupa que não fosse formal. Sempre me importei com a aparência.
— Olá, Nayeon. Parece que você teve uma noite díficil. — Disse Chaeyoung, parecendo gostar do que via. Ela não me discriminava e nem me julgava. Escolhi a mulher certa para endeusar.
— Sabe como é, Chaeyoung — Ela ficou mais surpresa ainda ao ouvir seu nome saindo de minha boca de modo tão informal — eu gosto de uma balada forte.
Chaeyoung sufocou uma risada enquanto eu me aproximava da mesa de Jeongyeon. Peguei a xícara de café dela e a mesma levantou a mão no automático, tentando me impedir.
— Eu já tenho... — A interrompi, levando a xícara aos lábios e bebendo alto. Argh, péssima escolha.
— Ecaaa! — Fiz uma careta. — Eu não sei como você bebe isso aqui. É nojento.
Soltei um suspiro e caí na cadeira livre em frente à mesa dela. Pela primeira vez ela parecia sem palavras para retrucar e somente ficou me encarando. Chaeyoung limpou a garganta, ainda à beira da gargalhada. Dava para ver pelo modo que sua boca estava inclinada para cima e seus lábios estavam tensamente pressionados.
