Homem do Terno Branco

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    Eu estou muito chapada, muito, muito chapada. Tudo em minha volta gira. Flutuo pelo ar e ando na parede do corredor. Meu Deus... Não consigo parar de rir, caminho mais e logo estou de pé no teto. O sofá e a tv estão de cabeça para baixo. Cacete isso é bom demais. Caio e fico flutuando sobre a sala. Vejo alguém andando em minha direção, é um homem com um terno branco, elegante, tem um bigode, usa óculos escuros e fuma um cigarro, com um sorriso perverso em seu rosto encarando a minha pessoa.

— Isso é gostoso não é, Joyce? — Sua voz exala perversão e prazer, ele está radiante me vendo desse jeito

— Você é bonito. — Eu digo sem ter controle de mim mesmo... Cara, estou muito chapada.

— Obrigado.

— Me dá um pouco desse cigarro?

— Ah, não posso. Você já está dopada, poderei matá-la.

— Isso é engraçado — Dou risada a toa, sem motivo, ele continuou me encarando com aquele sorriso.

— Você é interessante Joyce. Não faz a mínima ideia do poder que tem, não é?

— Estou amando está flutuando aqui.

— Nem está prestando atenção no que estou dizendo, Joyce.

— Sua voz ficou esquisita, você é um homem mau?

— Você acha que sou mau?

— Eu não estou entendendo nada.

— Vai entender. — Ele estalou os dedos. Me vi voando até a lua.

— Coloca a máscara, garota. Pode morrer com falta de ar.

   A máscara está caída no chão. Respiro mais forte, quase perdendo fôlego. Coloquei. Quando olho para o céu, vejo a Terra.

— Lindo não é? — Disse ele contemplando o céu, demostrando aquele sorriso sagaz que possui. A sua presença me deixa travada de alguma forma, mas estou curiosa com tudo isso.

— Aqui é mesmo a Lua?

— Você acredita que está nela?

— Acho que acredito

— Tudo isso é tão lindo igual a você, Joyce. Principalmente o que você tem. Se me der o que tem, poderei fazer do seu mundo um lugar tão lindo como esse.

— Eu estou... Chapada demais.

— Hm.. está mesmo? - Ele estala os dedos de novo. De repente me vejo numa balada, está tocando Get Well Soon, da banda Breton.

   Caída no chão, desorientada, todo o meu corpo dói. Quanta gente dançando e se divertindo. No meio daquele povo aquele homem mostra um maléfico e misterioso sorriso. Ele vem em minha direção, jogou seu cigarro fora, se agachou e olhou no fundo dos meus olhos.

— Foi aqui onde tudo começou, né?

— Quê?

— Não se lembra?

— Do quê?

— Acorda, Joyce. Acorda. — Ele grita.

    Barulho de alarme. Desperto-me no susto. A respiração forte, corpo suado. Minha roupa esta molhada de suor. Isso foi tenso. Haviam fios no meu corpo, como se estivesse em algum experimento. Há uma grande movimentação no quarto por parte de alguns funcionários, só agora percebi todo mundo correndo falando algo de mim.

— Fim do programa de testes. — Enfermeiros? O que?

— Alguma coisa estava atrapalhando.

— Algum hacker? — Disse um homem em um computador, o que está acontecendo?

— Não sei, talvez seja al....

    Todos falavam em simultâneo. O sono bateu de novo, me sinto fraca. No momento não consigo pensar. Alguém entra na sala e é um doutor com jaleco, ele segura um caderno. Ficou parado me observando e anotou algumas coisas. Ele saiu e uma outra pessoa pegou a minha maca e me levou para algum lugar. Tudo é rápido demais para minha cabeça. O que aconteceu? O que houve? Tudo está embaraçado demais. Meu Deus... O Jeff, aquele homem, o que aconteceu?

Impulso (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora