A Corte de Asas e Espadas

28

— Isso se sobrar alguma energia depois de uma semana. — Rhysand riu.

Azriel torceu o rosto em uma careta. Sua filha devia estar feliz, claro que estava. Ele se lembrava da sensação de quando aceitou sua parceria. Mas isso não o impedia de querer socar, só um pouco a cara de Nyx. Mas Catrin estava feliz, ela merecia, os dois mereciam, o Encantador de Sombras se deixou sorrir por fim.

— Agora que nosso novo casal deu notícias, preciso de você. — Rhys disse, agora mais sério.

— Diga Grão-Senhor. — Az disse a ele.

— Aquela mensagem que você me trouxe, de Thalis, ele quer que eu faça uma visita a ele. Amanhã. Pediu desculpas por não poder vir, mas ele ainda era muito necessário lá, você sabe como é reorganizar uma Corte. — Rhys disse.

— Pode ser uma armadilha. — Azriel considerou.

— Por isso preciso que vá comigo, você identifica esse tipo de coisa melhor que eu. Mas acredito que não, ele é inexperiente demais para esse tipo de coisa. — Rhys explicou.

— Ele é filho de Tamlin. Mesmo depois de ter nos ajudado, não confio nele. — Az disse sério.

— Ele não é a cópia do pai. Tamlin sequer criou os filhos. Teremos cuidado, claro, sempre temos, mas eu até que gosto do garoto. — Rhysand considerou.

— Ele confia em você, aparentemente. — Azriel afirmou.

— Eu fui o único a ir conversar com ele depois daquela bagunça. Não me surpreende que ele tenha resolvido confiar na única criatura que mostrou um pingo de compaixão a ele. — Rhys respondeu.

......

— Eu achei que o negócio do treinamento fosse só conversa fiada para nossos pais. — Catrin considerou enquanto vestiam os casacos.

Ah, fora um verdadeiro sacrifício para ele se controlar. Ele tinha planejado o treino deles pela manhã, mas Catrin o provocava e... céus, eles mal tinham dormido a noite e durante a manhã toda ele não conseguiu fazer outra coisa a não ser ficar enterrado nela. Já tinha ouvido que a parceria deixa os instintos aguçados e a fome voraz, mas aquilo... que a Mãe o salvasse, será que seria sempre assim? Desejando estar dentro dela a cada respiração?
Então depois do breve almoço deles ele reuniu todo o bom senso pra chama-la para um treino.

— Eu odiaria ter que explicar para o senhor Encantador de Sombras que não tivemos treino nenhum. — Ele brincou.

Catrin então se aproximou dele. Ah, pela Mãe, ele não conseguiria mais ficar perto da parceira dele sem desejá-la? Controle-se disse a si mesmo. Ela então passou os braços pelo pescoço dele e deixou um leve selinho em seus lábios. Ele abraçou sua cintura.

— É sério que você está com medo do meu pai? — Ela perguntou com a sobrancelha arqueada em diversão.

— E eu não deveria? Posso ter esse monte de poder acumulado no meu corpo, mas não sou burro o suficiente para não temer o olhar dele. Acredite, ter tio Az como sogro ainda está me deixando de cabelo em pé. — Nyx brincou. Catrin riu.

— Tio... é assim que vamos chamar os pais um do outro agora? Por exemplo, Feyre e Rhys são meus sogros, mas também são meus tios. — Ela considerou.

— Acho que nem faz diferença. Eu vou continuar chamando seu pai de tio Az e sua mãe de tia Gwyn. Com meus pais, pode chama-los do que quiser, mas diria que minha mãe ficaria triste se parasse de chamar ela de tia Feyre. — Ele disse.

— Tudo bem. Então já que você insiste em me arrastar para a sessão de treino, vamos? — Catrin sugeriu.

— Vamos. — Ele concordou.