Gatinho de Pelúcia

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— Ah, eu gosto muito de ser o Chat Noir. - Ele disse, se achando. - E também, quando as coisas ficam difíceis, eu sei que posso contar com a Ladybug.

Isso a deixou um pouco inquieta. Era bom saber que ele contava com ela, claro, mas... e se ela falhasse?

— Não tem medo de que ela possa... Falhar um dia? - Perguntou incerta. E Chat Noir ficou um pouco confuso.

"Será que é isso que está causando terrores noturnos na Marinette? Ela tem medo de que possamos falhar um dia?"

— Bom, eu não sei o que eu faria, mas eu sei que estaria lá por ela, e com ela. - Ele terminou sorrindo para a Marinette, a fim de tentar tranquilizá-la. - Mas esse é seu medo Mari? Acha que não somos o suficiente para proteger Paris?

— Não! Quer dizer, sim, eu acho que vocês são suficientes. - Ela riu nervosa, não queria deixar ele pensando que essa era sua opinião. - O meu medo, não é esse... - Ela deixou a voz morrer. Não sabia se podia contar a ele ou não sobre seus pesadelos. E ao mesmo tempo, não queria mentir caso ele perguntasse. Ele já estava a ajudando tanto.

— Então qual o seu medo? - Ele perguntou. Parecia ter lido sua mente, e ela respirou fundo. - Desculpa insistir, mas é que você chamou o meu nome na primeira noite em que estive aqui, e bem... Como você só consegue dormir comigo do lado, parece que o problema tem haver comigo. - Ele contou o que havia pensado nesse tempo. - Desculpa insistir, eu...

— Não, você está certo. - Ela o parou antes que se desculpasse mais. - Você está me ajudando tanto, então acho que o mínimo é te contar a verdade...- Ela decidiu que ele merecia, pelo menos um pouco, da verdade. Contaria a ele sua versão como Marinette, não como Ladybug.

Quando ela terminou de falar, Chat até prendeu a respiração. Estava muito curioso, não podia mentir.

— Eu tenho pesadelos com você... akumatizado. - Ela disse, e esperou ele absorver a informação.

— Ta, mas eu nunca fui akumatizado. - Ele tentou se lembrar. Havia, de fato, sofrido e sido afetado com vários akumatizados de Hawk Moth, mas ele próprio ser akumatizado, nunca havia acontecido.

— Eu sei que você nunca foi... - Ela disse, tentando afastar Chat Blanc de sua mente. - Mas eu sonho com isso, e parece muito real. - Ela abraçou as próprias pernas. Como se pudesse proteger sua mente usando o próprio corpo de escudo.

— E como era? - Ele insistiu. - Como eu sou, no seu sonho?

— Ai, eu preciso detalhar? - Ela disse, fazendo cara de sofrimento e sorrindo.

— Bom, eu li que compartilhar ajuda no processo de evitar os terrores.

— Olha, alguém andou pesquisando. - Ela não pode deixar de se surpreender ao ver o tanto que ele estava empenhado naquilo,

— Bom, eu sou super em tudo. - Ele disse, já inflando o peito, orgulhoso de si mesmo. - Se vou ajudar, quero ajudar direito. - Só a restou rir, mas não durou muito tempo.

— Você era diferente. - Ela começou séria, olhando para seus próprios joelhos, e Chat Noir não ousou dizer nada enquanto ela falava. - Seus cabelos, assim como suas roupas, eram todos brancos. E seus olhos... - Ela disse, não aguentando e olhando diretamente para ele, fitando seus olhos verdes enquanto se lembrava do outro. - Eram completamente azuis. Você estava pálido, e Paris... destruída. Foi horrível Chat Noir. - Ela se controlou para não ser esmagada pelas lembranças. A memória de si mesma embaixo d'água, apenas como uma estátua, frágil ao toque.

— Ei. - Ela só percebeu que estava quase chorando quando ele passou o braço em cima de seus ombros, a puxando para perto. - Está tudo bem, são só sonhos. - Ele disse, mas isso a fez ficar pior, pois não podia contar a ele a verdade. - Mas pode deixar, eu sou muito forte mentalmente, não vou deixar Hawk Moth me akumatizar, tudo bem? - Ele a ofereceu um dos melhores sorrisos, e ela o retribuiu, deixando que aquele gesto e suas palavras a acalmassem.

InsôniaWhere stories live. Discover now