Voltou a descer as escadas, surpresa por Juliette continuar sentada no sofá.

– Aqui está. - anunciou lhe entregando o remédio.

– Obrigada. - Juliette espalhou um pouco de pomada nas mãos e iniciou uma massagem pelo próprio pescoço.

A substância tinha um cheiro terrível, mas Sarah nem percebeu, ocupada demais a vendo se massagear. Como estava com vontade de beijá-la...

– Com quem você foi beber? - Sarah fez a  primeira pergunta que veio em mente.

– Cami. - deu de ombros – Ela chamou um táxi, eu desci aqui e acabei dormindo no primeiro lugar que encontrei.

– Você chegou até aqui sozinha?-perguntou parecendo surpresa.

– Sim.

– E porque diabos não me chamou?- o tom de sua voz era sério.

– Não achei que fosse preciso. - mentiu – Eu estava me sentindo bem. - ela disse já podendo mexer melhor o pescoço.

– Okay, - Sarah respondeu irônica. – Agora conta a verdade. Quantas vezes vou ter que te falar que você não sabe mentir?

– Mas essa é a verdad... - ela se auto interrompeu suspirando quando por fim conseguiu mirá-la nos olhos. Não tinha como mentir. – Eu não quis te chamar porque você está brigada comigo... Eu sei que não quer falar comigo. Você não gosta de conversar e eu respeito isso.

Ela suspirou pesadamente, esfregando as mãos no próprio rosto.

– Eu estou atrasada agora, Juliette. - ela anunciou mudando completamente de assunto.

Sarah não havia ouvido o que ela acabara de dizer?

– Você ficará bem se eu for, ou quer que eu fique e te ajude com o torcicolo e a ressaca?

"Idiota, idiota, idiota desde aquela maldita vaga no estacionamento!"

– Não, eu ficarei bem. - a voz dela saiu mais estrangulada do que ela gostaria.

– Tudo bem. - pareceu dividida entre ficar e ir trabalhar. – Tenha um bom dia.

Sarah pegou a sua pasta e saiu pela porta, deixando-a ali, sozinha...

Ela prometeu a si mesma que não iria chorar, mas quebrou sua promessa assim que os olhos já não puderam segurar tanta lágrimas e o peito pareceu sufocar implorando por um soluço de choro sentido.

Sarah tinha plena certeza que nunca em sua vida, havia ido para a empresa tão angustiada. Se estava brava com Juliette?  Desconfiada dos sentimentos da morena de cabelo comprido que estava mexendo com seu coração? Sim estava, mas a vontade de beijar a boca dela e matar as saudades de seu corpo era maior. Tão maior que chegava a ser sufocante.

Ela tirou o casaco e o jogou em cima da cadeira. Viviane a tirou de seus pensamentos. Por um momento ela ficou feliz pensando que era Cleo que tinha lhe chamado.

– Sarah ? - ela disse estralando os dedos.

– Ah... É você... -ela disse visivelmente desapontada - Desculpe... O que disse?

– Está tudo bem com você? - ela perguntou parecendo realmente preocupada.

– Sim. Prossiga por favor.

Cleo não tinha aparecido na empresa aquele dia. Sarah se sentia estranha, mas havia sentido falta da presença animada da outra mulher. Ainda podia sentir seu cheiro de café.

Quando por fim a última reunião foi encerrada já eram quase quatro da tarde, e Filipe estava impaciente ao seu lado:

– Não acredito que ainda nem almoçamos! - reclamou novamente.

Amor Por Contrato | Sariette Where stories live. Discover now