Capítulo 9

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Na noite que sucedeu aquele turbulento dia, Johanna estava em seu quarto.

Como estava se preparando para tomar banho e dormir, despiu-se e removeu sua peruca, segurando-a como se fosse um bebê recém-nascido e colocando-a em um suporte de madeira no formato de uma cabeça que viera na caixa de presente.

Sua serva, Meredith, já tinha trago a água morna para a sua banheira no aposento de banho adjacente.

Meredith despejou a água na banheira e Jo entrou. Mer começou a esfregar as costas de sua senhora, depois seus braços e pernas, enquanto Johanna higienizava o resto do corpo.

Feito isso, era hora de fazer o que a princesa ansiou o dia inteiro.

— Você trouxe a navalha? — Perguntou à serva.

— Sim. Mas a senhora tem certeza? — Indagou Meredith.

— Tenho total certeza. Só não corte fora minha orelha ou coisa assim. — Retrucou a princesa, ligeiramente preocupada, que inclusive poderia ter chamado outra serva, mas quanto menos pessoas a vissem sem peruca, era melhor.

O pouco cabelo que restava a Johanna estava completamente mal cortado e irregular, afinal o corte foi feito às pressas e na emoção do momento. Agora era hora de acertar as coisas para não mais restar um único odioso fio negro. Chegara o momento de raspar a cabeça.

Johanna inclinou a cabeça para trás, ainda na banheira, e Meredith a ensaboou.

A passada de navalha foi suave, e a serva tomou especial cuidado perto das orelhas e na frente, para que não houvesse perigo de escorregar até os olhos.

O pouco cabelo que caíra se assemelhava a sujeira, de tão curto e bagunçado.

Mer entregou um espelho à sua senhora, e Jo se encarou por um momento. Era a primeira vez que se via calva e, ao mesmo tempo que era libertador, era estranho. Muito estranho.

Então Johanna olhou mais atentamente e viu caminhos de rato. O corte não estava perfeito.

— Passe a navalha mais uma vez. Não ficou tudo uniforme. — Reclamou, desejando que o corte acabasse logo. O aço da navalha era frio e incômodo.

Assim Meredith fez, e novamente levantou o espelho.

— Está quase perfeito. Mas agora segure o espelho e me dê a navalha.

A ordem novamente foi cumprida e Johanna fez alguns últimos retoques, até considerar que sua cabeça estava completamente lisa.

Jo queria passar a manejar a lâmina por si só, afinal não passaria uma semana sem usá-la.

A princesa então chegou para a frente na banheira e mergulhou na água, sentindo em detalhes o seu couro cabeludo. Era bom.

— Isso é tudo, Mer. Varra o chão e esvazie a banheira, depois pode descansar. Obrigada.

Meredith apenas assentiu. Quando terminou rapidamente as últimas tarefas, desejou uma boa noite (e recebeu o mesmo) e foi embora.

Johanna então deixou o espelho um pouco de lado e passou as mãos pelo escalpo. Estava sensível e um pouco ardido pelas sucessivas passadas de navalha. Caso continuasse incomodando, ela pediria ao meistre uma pomada de babosa.

De repente, ela percebeu estar sentindo frio, afinal saíra de um bom banho morno e não pensara que o cabelo também a aquecia. Vestiu uma camisola de mangas longas e colocou uma touca de linho, amarrando-a embaixo do queixo e fazendo um lacinho.

Após isso deitou-se na cama e virou-se, agarrando uma das almofadas para dormir. Fechou os olhos e ouviu vozes infantis do outro lado... com as batidas na metade inferior da porta que se seguiram.

Johanna Baratheon, a Filha de Cersei e RobertМесто, где живут истории. Откройте их для себя