— E o que fazemos com a filha dele? — O Rei questionou.

— Vamos movê-la aqui para a mansão. Colocamos ela em um dos cômodos que temos no subterrâneo, trancamos com mais feitiços e armadilhas além daquelas que já estão em volta de toda a casa. Eles teriam que passar por toda a casa. Seria muito melhor para interceptá-los. — Contou.

— Acho que está certo. Vamos trazer a princesa para um aposento no Palácio. — o Rei debochou.

.....

Assim que Beron, o Rei e Tamlin entraram com um guarda que segurava sua adaga na mão, Catrin sabia o que a aguardava.

— Muito bem garota, você deve estar gostando da estadia por aqui, já que não quer nos contar nada. — O Rei inclinou a cabeça para o guarda, um sinal silencioso.

Ele foi até Catrin e enfiou a lâmina em sua asa. Eles sabiam que lá doeria mais que em qualquer outra parte do corpo, doeria não só fisicamente, mas na alma, em sua parte illyriana. Ela não tinha mais forças para gritar, mas Adyra fazia isso por ela. Gritava para que parassem, para que a cortassem no lugar, qualquer coisa.

— Vamos garota, só precisa nos dar algumas informações básicas. — Beron disse. Outra facada na outra asa.

Catrin reuniu forças sabe a Mãe de onde para falar a única coisa a eles durante dias.

— Me torure, me mate, mas nunca darei informações a vocês. Me mate. — Ela desafiou. Iria morrer de qualquer forma. Ela queria resistir mais tempo a fim de poupar Adyra, mas não aguentava mais aquilo. Era seu fim, iria para ele com o ao menos um pouco de sua alma intacta.

— Não, não rapidamente pelo menos. — O Rei sorriu. Sim, eles tirariam sua alma aos poucos. — Tamlin, mostre aos guardas os novos aposentos da princesa.

Catrin viu as algemas de Adyra brilharem e depois se soltarem. Dois guardas a levantaram.

— Adyra. — Os olhos violeta da garota se voltaram para a ela. — Diga a todos que os amei até meu último fôlego. E diga a ele... — sua voz falhou, ela não falaria o nome de Nyx ali arriscando dar qualquer informação a eles, mas pelo olhar, Adyra entendeu de quem se tratava. — Diga a ele que eu sinto muito por não ter tido tempo de dizer tudo o que eu sentia, o quanto eu o amava. — Catrin começou a chorar.

— Obrigada Catrin, por ser minha amiga durante a vida toda. — Foi a única coisa que Adyra conseguiu dizer antes de ser arrastada de lá.

O Rei e Beron sorriram debochados.

— Emocionante. — O Rei riu. — Destrua as asas e deixe que se esgote até morrer. — Ordenou.

Ela parou de sentir qualquer coisa além da antecipação da dor.

O primeiro golpe. Na asa esquerda fez um rasgo.

No segundo. A outra asa já partida recebeu um novo talho.

O terceiro golpe. Outro e ela não sentiu mais conforme o sangue se empoçava. E suas asas, suas amadas asas illyrianas destruídas. Completamente

Ela se lembrou das noites voando sob as estrelas de Velaris, indo e voltando da Casa do Vento. Lembrou de seu primeiro voo, com sua mãe desesperada com medo que ela caísse, enquanto seu pai e seus tios a encorajava cada vez mais. Nas vezes que ela, Ethan e Dahrlan fugiam no meio da noite apenas para encontrar Nyx e voar até o dia raiar.
Se imaginou voando com Nyx, para um ligar distante, para que ela contasse o que sentia, para que ela dissesse a verdade... o voo que jamais aconteceria.

Ela parou de sentir enquanto o soldado perfurava, rasgava e cortava as asas que eram não só parte do seu corpo, mas da sua alma.

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A Corte de Asas e EspadasWhere stories live. Discover now