Capítulo 3

39 8 0
                                    

[ Visão de Iuri Stevens]

É chegada a hora do almoço, os cinco primeiros horários seguiram chatos como sempre, já vi esses assuntos, então não preciso ficar focado nas aulas, posso seguir me perdendo em minhas fantasias de que talvez haja alguma mínima possibilidade de Aya aceitar meu pedido para ser o seu par no baile de verão.

Arrumo minhas coisas na mochila e de canto de olho noto Aya saindo a passos lentos da sala de aula.

— Anda logo cara, aproveita que ela tá sozinha — George fala me dando um tapa nas costas.

— Deixa só eu arrumar meu material — falo guardando rápido as coisas que faltam dentro da mochila — Me deseje sorte.

Um sorriso nervoso estampa meu rosto, sinto meus dedos tremerem só pela expectativa. Me viro e começo a andar para fora da sala.

— Vai que é tua mano! — posso ouvir o som de sua risada antes de atravessar a porta azul da sala.

Sinto meu coração acelerar rapidamente em meu peito, nunca fiz nada tão arriscado, não tenho experiências com garotas, meu pai também nunca conversou comigo, tudo o que sei é as coisas que raramente George fala comigo, mas nem boto muita fé, assim como eu ele também não tem experiência e tudo o que fala é baseado na internet.

Seguro no corrimão da escada e antes de passar pela curva lisa que a escada faz para seguir para os últimos degraus, meu corpo paralisa ao ver Aya de costa e logo a sua frente Leandro.

— Preciso falar com você — ele falou e isso fez o meu coração antes ansioso com a possibilidade de ganhar um sim pronunciado pelos lindos lábios dela, se aperta ao ver tal cena.

— So..bre o quê? — ela gagueja um pouco.

— Sobre o baile de verão, faltam apenas duas semanas.

"Por que ele está falando sobre o baile?" — meus pensamentos inventam várias teorias sobre o porquê, tento não me perder da conversa e com o corpo colado na parede — para que eles não me vejam —, continuo a escutar o que eles estão falando.

— Eu sei que não foi certo o que eu fiz da última vez que nós falamos...

— Da última vez eu falei sozinha — ela fala, em sua voz é notório que ainda está magoada.

— Sim, eu me arrependo do que fiz, quero também te pedir desculpas, fiquei sem saber o que falar depois de receber de forma totalmente inesperada aquela declaração que você fez. Você seria capaz de me perdoar, Aya?

Não sei se é por implicância minha, por ainda guarda mágoas do passado, ou se é apenas por ciúmes de vê ele tão próximo de Aya, mas não consigo sentir um pingo sequer de verdade em nenhuma de suas palavras.

— Tudo bem, confesso que eu me precipitei, então eu te desculpo e também peço desculpa por tê-lo deixado desconfortável — ela fala com sua voz doce, o rumo dessa conversa vai me deixando cada vez mais desanimado.

— Sem problemas, a outra coisa que eu queria falar com você, é ... Bem... Você quer ser meu par no baile de verão?

Prendo a respiração, não posso ter ouvido direito, Leandro realmente a convidou para ser seu par? E Suzana? Por que ele não vai com ela como sempre foram? A resposta de Aya leva alguns segundos, e a tensão em meu corpo apenas aumenta com todo esse mistério.

— Você tem certeza que quer que eu seja seu par no baile de verão?

— Nunca tive tanta certeza em minha vida!

— Então — sua pausa faz eu apertar minhas mãos contra o grosso pano jeans da minha calça — Eu aceito sim!

Acabou, sinto meus joelhos fraquejarem, e se eles conversam mais alguma coisa, eu já não escuto mais, sempre soube que minhas chances eram mínimas, mas ter a certeza de que agora elas eram nulas me deixam desorientado, mesmo sem a certeza, meu coração não se conteve e fantasiou com chances que não foram nada além de imaginativas, e agora se quebrou, perto de Leandro eu sou um nada, o que nunca foi diferente em minha vida, sou apenas um invisível.

O Amor de um InvisívelWhere stories live. Discover now