10 |• that was... weird.

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Harry e Louis tiveram uma conversa decente e colocaram todos os pingos nos is, depois de alguns orgasmos, é claro.

Mas tudo estava resolvido agora, sem ressentimentos.

— Por que você não denuncia?— Harry perguntou bebendo um gole do suco.

— Porque eu não quero perder o emprego — respondeu deixando a xícara de café, agora vazia, dentro da pia.

— Mas ele não vai poder te demitir estando na cadeia, não é?

Louis deu de ombros e se apoiou no balcão, olhando nos olhos do outro.

— Inclusive, no que deu a sua entrevista?

Harry hesitou, e engoliu seco, desviando o olhar.

— Eu não consegui... Me desculpa.

Temeu que Louis ficasse bravo, mas ele não ficou.

— Tudo bem, princesa, essas coisas acontecem.

— Mesmo?

— É claro. Você ainda pode tentar de novo em outro lugar se quiser — Louis beijou a testa de Harry, e agachou em seguida — E como você está, princesinha?

— Achei que você fosse fazer outra coisa...

— Que mente poluída, Harry — olhou para cima, com um falso tom de repreensão.

— Não me julga, eu sei que você pensaria o mesmo.

— Levando em consideração o seu histórico...

— Só não te bato porque a Darcy está aqui.

— Pode me bater de outro jeito depois — Louis abriu um falso sorriso inocente, e voltou a sua atenção para a barriga de Harry — Papai tem que ir trabalhar, ok? Se comporte se não seu outro pai fica estressado e me xinga.

— Você está testando a minha paciência.

— Guarde a sua frustração para mais tarde — beijou os lábios do marido antes de pegar a sua mochila e sair de casa — Eu amo vocês! — gritou já praticamente dentro do carro.

— A gente também te ama — respondeu vendo o carro de Louis virar a esquina, suspirando sabendo de que ele demoraria para voltar para casa, sentindo um aperto no coração.

[...]

— Vocês ficou sabendo da Amanda? — Katie, uma das alunas da sala onde Louis estava dando aula, perguntou.

Louis havia passado alguns exercícios para ajudar os alunos a estudarem para a prova, enquanto ele corrigia alguns trabalhos de outra sala.

Mas se tratando de adolescentes, era impossível que ficassem em silêncio.

Katie Turner fazia parte do grupo meio-termo da escola. Aquelas pessoas que não são populares, mas também não são esquecidas.

E ela nutria uma paixão platônica por Nathan Gardner, o capitão do time de futebol, e também o namorado de Amanda.

Sim, Amanda namora.

Parecia um filme de romance adolescente clichê. O tipo de filme que Harry gostaria de assistir.

— O que tem ela? — Hazel, amiga de Katie, perguntou com o cenho franzido.

— Estão dizendo que ela estava transando com o diretor ontem. Eu não sei se é verdade, mas eu não duvido que ela faria isso.

— É a Amanda, com certeza ela faria isso. Mas quem te contou?

— Ninguém específico, só ouvi as pessoas conversando por aí.

O sinal tocou, indicando que era hora do almoço.

— Terminem os exercícios em casa — Louis avisou, quase gritando, antes que todos saíssem da sala.

— Sr. Tomlinson — Amanda chamou, se aproximando — A gente pode conversar?

— Pode, Srta. Newton. O que aconteceu?

— É sobre aquilo — Amanda mordeu o lábio inferior, enrolando as pontas do cabelo entre os dedos levemente bronzeados — A culpa foi minha, eu que me insinuei para ele... Eu só consegui o que eu queria. Eu ouvi vocês brigando, todo mundo no corredor ouviu, na verdade. Se o senhor tiver que culpar alguém, culpe a mim.

— Amanda — Louis se apoiou na mesa, enquanto fitava o rosto arrependido da garota — Pra início de conversa, o Sr. Jones é o adulto, ele que deveria ter dito "não".

— Mas eu não deveria ter provocado... Eu sabia o que estava fazendo, não é como se ele tivesse me manipulado ou coisa do tipo.

Louis suspirou.

— Escuta... — Amanda levantou o olhar, apreensiva — Não vale a pena fazer o que você faz. Se você se esforçar, você consegue tirar notas altas e voltar a ser uma ótima aluna como antes. Não precisa usar o seu corpo para conseguir passar de ano, você facilmente consegue passar se estudar.

— É que as matérias têm estado tão difíceis, eu não sei se consigo aprender. E a minha mãe disse que às vezes temos que usar o que a natureza nos deu ao nosso favor...

— Não digo isso por todos os professores, mas eu posso te ajudar na minha matéria se você quiser. E não leve isso para um lado sexual, por favor.

— Tudo bem... Obrigada — Amanda abriu um sorriso agradecido, ajeitou a mochila no ombro e se dirigiu à porta.

— Pense nisso, ok? E a sua mãe está errada, à propósito. Você não é um objeto de troca — Amanda assentiu antes de sair da sala.

Louis sentou novamente em sua cadeira, mas logo foi interrompido novamente por batidas na porta.

— Louis?

— Oi, Ryan — Louis cumprimentou a novo professor de artes. Não tinham conversado muito até então, apenas alguns "bom dia" polidos quando se encontravam nos corredores ou na sala dos professores — Precisa de alguma coisa?

— Preciso, na verdade — Ryan se aproximou, com um sorriso simpático nos lábios — Eu estou tendo dificuldade em lançar as notas do boletim no portal da escola, será que você pode me ajudar?

— É claro — Louis respondeu devolvendo o sorriso, e Ryan colocou seu laptop aberto na mesa — Posso? — perguntou antes de começar a mexer no teclado.

— Pode, sim.

— Bom, primeiro você tem que colocar o seu login e a senha aqui — Louis disse circulando o canto superior direito com o cursor, e Ryan se inclinou para completar ambos os campos — Depois clique em "Lançar notas", e selecione a opção do boletim...

— Você é casado? — Ryan perguntou ao ver a aliança no dedo de Louis, interrompendo a explicação.

— Ah, sou. Por que?

— Não, nada. Só curiosidade.

Ryan não parecia estar prestando tanta atenção assim, mas Louis pigarreou e continuou explicando.

— Obrigado, você é muito gentil — quando Louis terminou, Ryan agradeceu, se inclinando mais do que o necessário para pegar o laptop novamente.

— Disponha.

— E ela tem muita sorte — Ryan disse antes de sair da sala, fazendo Louis franzir o cenho — A sua esposa.

— É o meu marido, na verdade. Mas obrigado, eu acho.

— Hm, melhor ainda — Louis conseguiu ver o sorriso malicioso no rosto de Ryan antes que ele se afastasse.

Mas o quê..? — Louis murmurou para si mesmo, ainda com o cenho franzido, enquanto olhava para a janela, não querendo acreditar no que Ryan tinha dito.

the stars in your eyes | l.s. mpregWhere stories live. Discover now