Prólogo

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- Eu não sei o que está acontecendo comigo, senhorita. – Antônio parecia que iria explodir em um milhão de pedaços a qualquer momento. Havia uma orquestra inteira de borboletas dançando dentro da sua barriga cada vez que se aproximava da senhorita Albuquerque.

Catarina.

Ele não pôde evitar. Havia muito tempo que tinha parado de pensar nela apenas como senhorita Albuquerque. Para ele, ela tinha se transformado em Catarina e, se desse sorte, muito em breve se tornaria uma Castro. Se tornaria sua.

- Pois eu também não entendo, senhor. – Os pequenos olhos da moça faiscavam ao encará-lo, mas ela mesma gostaria muito de entender o que estava acontecendo naquele exato momento.

Catarina havia começado a passar mais tempo com Antônio de Castro nos últimos dias e isso fazia com que seu coração quisesse saltar pela boca toda vez que seus olhares se encontravam. Discutir com ele havia se tornado uma das suas coisas favoritas, perdendo apenas para todas as vezes em que ele a conseguia roubar um sorriso e ela ficava com a imagem dos dois rodeando sua memória por horas a fio.

Às vezes se questionava se o plano dos seus pais estava realmente dando certo. Viver uma vida inteira ao lado de Antônio seria realmente tão tortuoso assim? Estaria desejando partilhar com ele seus planos e sonhos e tinha uma fagulha de esperança de que ele fosse apoiá-la? Catarina, Catarina... você realmente está desejando se casar com este homem?

- Por favor – disse um Antônio com todas as guardas baixas e um olhar suplicante, - não use de formalidades comigo. Acredito que já passamos dessa fase.

- Mas... – Catarina tentou impedir que o advogado, e a si mesma, de cometer uma loucura.

- Me chame de Antônio. – O moço suplicava enquanto quebrava a distância que separava os dois. – Por favor, Catarina.

Ela sentiu o seu corpo inteiro aquecer com a forma a qual ele a chamou pelo nome. Era como se fosse cair de um precipício e sabia que, assim que o fizesse, não teria mais volta. E não podia ligar menos.

Sentindo o aroma almiscarado do perfume de Antônio, Catarina levantou os olhos e encontrou as mesmas chamas que estavam em seus olhos nos dele. Sentiu o advogado descer o indicador levemente pela pele de seu rosto, acariciando suas têmporas e segurando seu queixo com delicadeza, seu olhar suplicando por uma resposta.

- Antônio.

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