Capítulo 14

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- Meu Deus escolhe logo! - Sussurro mais para mim do que para Olivia. 

- Calma otário, em primeiro lugar eu nem queria você aqui! - Como sempre, os ouvidos e a língua dela estavam afiados. 

Na verdade nem eu queria ter vindo. Mas quando eu desci e vi Patrick arrumado e sorridente me convidando para ir comprar chuveiro com eles, a afirmação saiu tão rápido que eu mesmo me surpreendi. Deveria começar a rever como funciona esse impulso gravitacional que me empurrava em direção a ele, porque ficar rodando lojas atrás de chuveiro por duas horas era demais para mim. 

- O que ela vai fazer ? - Pergunto a Patrick quando vejo Olivia conversando animosamente com o atendente. 

- Ela está flertando com ele.  - Patrick parecia ocupado escolhendo pias para banheiro. 

- Fala sério, espero que consiga desconto naquele chuveiro caro que ela viu. - Estava começando a ficar emburrado, motivo maior: fome.  - Quando sairmos daqui podemos ir comer alguma coisa ? Eu tenho a leve impressão de que minha pressão caiu. 

Eu era um cara dramático. Era algo inerente a minha personalidade. E aumentava de grau a medida em que a fome subia. 

- Vamos, também estou com fome. O que quer comer ? - Patrick se vira para mim, seus olhos atenciosos. 

Eu nunca havia reparado antes o quanto ele se preocupava com os outros. Descobri que se eu o pedisse para ir comprar algo para mim porque eu necessito, ele iria sem reclamar ou fazer drama, o que eu certamente faria. Era impossível não achar encantador quando me checava por motivos alheios a mim mesmo, me ajudava no café da manha quando eu sou completamente capaz de fazer tudo sozinho. Meio que agora eu deixo ele me servir porque acho ... fofo. Esse adjetivo não era muito constante no meu vocabulário, no máximo, expandia para Katy e meus sobrinhos, mas agora parece que Patrick o ganhou de supetão. 

- Que tal comida chinesa ? Você não me disse que era metade chinês ? - Ele acena, um sorriso tímido nos lábios.  - Você já foi na china ?

- Já. Foi uma experiência interessante. 

- Sabe falar chinês ? -  E então, ele me responde com um conjunto de sons que eu não fazia ideia do que significava.  - O que ? 

- Eu confirmei em mandarim. - Ele me olhava como seu eu fosse a coisa mais idiota do mundo, talvez eu fosse. 

- Mandarim, desculpe. 

- Relaxa, as pessoas sabem pouco sobre a Ásia porque não é de caráter do governo promover ensinamentos interculturais. 

- Não tire a culpa dos cidadãos, literalmente há vários restaurantes chineses aqui e poucos sabem diferenciar os nomes, as línguas e as localidades de cada prato. O governo é uma merda, mas é composto antes de tudo por cidadãos. - Patrick inclina a cabeça, seu sorriso mais largo agora.

- Meu Deus, eu despertei seu lado crítico social  ? - Reviro os olhos. - Seja como for, podemos comer comida chinesa, não tem problema. 

Outro ponto positivo para constar na lista de prós infindável  de Patrick Taylor: seu perfil. O desenho de sua lateral facial foram esculpidos pelos anjos. Se eu fosse bom com pincéis, tentaria recria-lo para ficar na eternidade. 

- Por que seu nome é o oposto de asiático ? 

- Por que minha mãe é o oposto de asiático e meu pai não se prende muito a cultura de seu pais, ele saiu de lá muito cedo para se importar.  - Quanto mais eu conhecia sobre ele, menos eu queria saber. Sendo que não conseguia fazer o retorno, pois a minha curiosidade sobre ele crescia proporcionalmente a minha atenção aos detalhes de seu rosto, de suas mãos ...

Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon