Jeffrey- O Justiceiro

Capítulo 03

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Narradora//
A garota sente falta do pai ao qual a protegia quando criança, ela sente falta de seu pai de verdade, sente falta da sua família de antes, sente falta da segurança do seu lar. Mas Eva sabe que nada nunca voltaria a ser como antes, sua infância já havia sido destruída o amor de pai e filha já é inexistente, e o contos de fadas de uma família feliz desmoronou há muitos anos.

-Lisa!- grita com a entonação de voz mais firme.

Eva perdeu sua verdadeira identidade, ela se perdia no personagem que Edward havia a obrigado a assumir, ele a fez acreditar em muitas mentiras, e uma dessas cruéis mentiras é que a garota tem que substituir a sua mãe. É tão nojento pensar em algo assim.

-Lisa!- grita novamente.

A pobre garota suspira pesadamente sabendo o que à espera, anda lentamente rezando para que nada aconteça. Ela encara o homem embriagado que os olhos em chamas e seu rosto com uma expressão sombria, mas o que a fazia se arrepiar completamente de medo é seu sorriso perverso.

-Você é surda? Eu estou mandando você pegar mais bebidas há horas-exclama extremamente irritado.

-Me perdoe, eu não ouvir, estava lavando roupa-explica sabendo que nada irá ajuda-lá escapar de seu destino doloroso.

Edward apenas retira cinto de sua calça jeans velha e surrada.

-Não..... por favor-súplica a garota desejando está no inferno.

O ser humano faz seu próprio inferno e acaba sujeitando outras pessoas a serem aprisionadas, mas não se pode esperar atitudes diferentes de seres estúpidos e egoístas.

-Vá para o banheiro-sorrir-agora!-ordena autoritário.

Novamente, como todos os dias ela caminhava para o banheiro para receber seu castigo.

Ela se perguntava se era errado se acostumar com os abusos ou as agressões, chegou ao ponto de não sentir mais nada. Às vezes a mente dela ficava confusa, é esclerose chegando à ela.

"Como posso ser feliz sendo abusada a todo tempo?"

A voz em sua mente sempre fazia perguntas difíceis , talvez um dia a garota tivesse as respostas certas, talvez um dia existisse a salvação para ela, porém Eva está cansada de tantos talvez, e é compreensível, é uma vida inteira de muitas incertezas.

-Seja uma boa menina e fique nua-ordena com a voz rouca e intimidadora

Ela retira suas roupas deixando a mostra seu corpo cheio de roxos e cicatrizes, a menina não se orgulha das marcas que a vida lhe deu tão nova, na verdade ela não tinha motivos nenhum para se orgulhar de nada em sua vida.

-Seu corpo é tão lindo-pausa-suas cicatrizes contam os seus erros cometidos mas também dizem o perdão que lhe concedi-resmunga Edward frio e sádico.

Ele se aproxima rapidamente e pega bruscamente os cabelos de Eva a colocando encurvada em sua frente, a menina sentia o cheiro forte de bebida alcoólica, ele a deixava enojada, mas ela já aceita sua vida, por esse motivo permanência calada, o silêncio é consolador.

-Sem punição não há salvação, não há perdão, eu mereço o castigo, meu corpo merece ser castigado, me castigue até a morte-pausa- repita!-ordena furioso.

A pobre menina repete tudo em voz alta e clara enquanto é penetrada bruscamente, ela recebe tapas e puxões de cabelo, sente sua pele ser rasgada e sangra, é cômico pensar que apesar dos anos o seu corpo ainda sangra como se fosse a primeira vez.

-Nunca mais me ignore-grita Edward aborrecido.

Eva apenas chorava silenciosamente, sentindo o corpo enfraquecer lentamente, sentindo sua alma ir para o vazio, mas esse vazio é similar ao inferno.

Ele abusava dela desde que tinha onze anos, já eram sete anos sendo maltratada, violentada e agredida constantemente, às vezes o fato dela simplesmente existir o irrita extremamente, ele só queria um motivo, nem que fosse um pequeno problema, um mínimo gesto que o lembrasse que ela ainda respirava como parecia se a presença dela o atormentasse.

Quando ela sofria os abusos sua alma iria para outro lugar, agora ela estava em um jardim florido deitada enquanto ouvia os passarinhos cantarolando. Talvez sua mente já estivesse doente, talvez ela já não fosse um ser capaz de medir seus atos, talvez estivesse enlouquecendo.

A verdade é que a menina preferia viver em um mundo em sua cabeça, foi assim que a convivência no lar dela se tornou aceitável, a voz em sua mente a faz se sentir viva, os pensamentos cruéis de morte e destruição pairam sobre ela. Mas sabemos que é a vontade dela expressa em sua mente.

Mesmo tendo seu corpo violado, ela ainda era apenas uma garota, é apenas mais uma no mundo caótico.

Mas do outro lado das paredes finas e também do cercado, havia alguém à espreita, alguém que seguia e vigiava os passos dos moradores daquela casa, apenas esperando uma oportunidade para colocar suas artimanhas em prática. Ele usaria a vulnerabilidade de uma jovem traumatizada ao seu favor.

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