Taehyung se vê caindo por um túnel azul, roxo e dourado, até se sentar em uma colchão macio sobre as mãos de Jeon Jungkook, o grande imperador dos livros de história.
O que acontece depois é uma trama de comédia, romance e guerra em um período remot...
"Quem começou esses rumores?" Taehyung estava se matando por pensar sobre aquilo, desde que dormiu sobre o livro muitas coisas vinham acontecendo. "Jimin, você é o único que nunca fala mal de mim pelas costas, sabe que eu amo você, não é?", passou a mão sobre os pelos macios do gatinho, "meow", Taehyung sorriu gentilmente, ele realmente gostava dele.
Aquele dia havia sidotão problemático, malditos sonhos que vem me deixando maluco, maldito imperador, malditos lábios.
Taehyung poderia o amaldiçoar até se cansar.
No caminho de volta para casa, seus olhos passeavam pela paisagem, o céu estava azul e havia algumas folhas laranjas espalhadas pelo chão, sinal de que o outono havia chegado. Ironicamente, para todos os lugares em que Taehyung olhava, havia uma pintura do famoso imperador, naquela época do ano eles celebravam a vitória do grande Jeon contra os fantasmas verdes, cultuavam o imperador e deixavam oferendas para que o deus fogo, Shen huo, abençoasse a primavera que iria vir. Todos os cidadãos seguiam a tradição, todos os anos. Taehyung adorava os festivais e também fazia questão de não perder um, afinal, havia se apaixonado pelo imperador muito novo, de certa forma sentia que se o pedisse todos os anos para ser amado, o pedido chegaria aos céus e seria atendido.
A casa estava silenciosa como sempre, sem sinal de qualquer movimentação, Taehyung subiu para seu quarto pé por pé, como se respirar pudesse quebrar aquele silêncio que resguardava a bandeira de paz erguida.
Os dias se resumiam unicamente a estudar, limpar o seu quarto, dormir um pouco e pensar sobre sua miserável existência. Em seu lugar, muitos agradeceriam pela cama, a família, a casa, pela vida de Taehyung, mas naquele momento ele gostaria e estava sendo ingrato, talvez se não tivesse nada, mas um pouco de alegria, seria o suficiente. Pensar sobre isso era como criar um buraco na mente de Taehyung, o consumindo dia após dias, ele se sentia engolido, no estômago de uma grande cobra sendo digerido por seus medos e tristezas. Mas diante de tudo ele tentava se manter positivo e perseverante, o mundo já era mal o suficiente, focar nos problemas era idiotice.
Taehyung se sentou para fazer seu amuleto de desejo desse ano, como todos os anos, pediu amigos, amor e alegria, as letras bem desenhadas, ele tinha esse cuidado, para que qualquer dinvidade pudesse ler, mas principalmente o deus fogo. Taehyung se lembrava de todos os anos em que ouviu sobre as histórias e de todas as vezes que pediu, os festivais acabavam de forma trágica para si, mas ele realmente não se importava, contato que pudesse levar seu pedido, tudo estava bem.
Como o esperado, a noite foi chegando de mansinho e as luzes nas ruas se acenderam, o que mostrava que o festival já havia começado. Taehyung vestiu sua roupa festiva, os desenhos de sol em seu hanbok' eram vermelhos como o fogo, mas o tecido era negro e alaranjado, estranhamente, parecia que aquela noite seria especial, como se até o ar estivesse diferente, sinal de que grandes coisas aconteceriam naquele festival.
Taehyung desceu até a cozinha e todos estavam lá sorrindo, um sentimento triste se infiltrou em seu coração, pois apesar de sua roupa e maquiagem extravagante, eles pareciam ignorar sua presença a todo custo. Um menino invisível. Se despediu silenciosamente e saiu pela porta da frente, sustentando o sorriso em seu rosto, enganando seu cérebro até que ele acreditasse que estava feliz. Pobre menino, seguiu pelas ruas com o amuleto em volta de seu pulso até chegar ao distrito da luz, aonde seus olhos brilharam pelas luzes e as decorações.
Naquele único instante, no meio de tantas pessoas coloridas e luzes dançantes, Taehyung se esqueceu de sua vida e se pós a brincar, haviam tantas atrações naquela noite que ele mal pôde se conter, o dinheiro que havia juntado estava indo embora e ele sabia que era por uma boa causa. Após passear por todas as barracas, como de costume foi até o desfiladeiro, aonde se sentava para dar um pouco de Eomuk' para o gatinho que o esperava lá. Taehyung estava feliz, como se uma chama preciosa estivesse acalentando seu coração. Daria a comida para Jimin e seguiria para o templo para fazer suas petições aos deuses.
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Tudo o que parecia ser um sonho havia se transformado em um pesadelo.
Alguns homens o esperavam ali, sem se sequer entender o que estava acontecendo, Taehyung foi espancado, tantas e tantas vezes que perdeu a consciência nesse processo, mas a recuperou quando eles haviam ido embora. Se lembrava das falas deles, como se amar um homem fosse um terrível pecado, existir alguém assim era um terrível pecado, até mesmo o gatinho não saiu ileso por tentar o defender. Jimin estava jogado no chão, ainda havia pulso, mas a consciência parecia já ter se esvaido. Sem forças, Taehyung se ergueu, em um último fio de esperança, seu corpo todo doía e seu pulmão parecia gritar, o ar era pesado e dolorido. Pegou os pedaços de seu talismã no chão e os guardou no bolso de sua roupa agora rasgada, se esforçou para não cair e segurou Jimin em seus braços. As lágrimas caiam abundantemente pela face machucada, mas ele se arrastou, como se não fosse sobreviver e também não se importava, Taehyung se arrastou até o templo, degrau por degrau, então quando chegou ao local de petição, se ajoelhou e se curvou pedindo aos deuses que pelo menos poupassem a vida daquele gatinho, pois ele havia sido corajoso em o defender, não merecia morrer assim. Como o esperado, a ânsia da morte tomava seu corpo, sentiu uma vontade grande de tossir e quando o fez havia sangue por todo o lado, seu corpo se curvou ainda mais, não tinha mais forças pra respirar, uma alma bondosa se sentou ao lado do corpo de Taehyung e ele pode ouvir as orações para que ele ficasse bem, bom, Taehyung gostaria de se lembrar de quem o salvou, mas só consegue se lembrar do sorriso gentil que recebeu antes de apagar por completo, um sorriso quente que o tranquilizou para enfim descansar em paz.
Caindo, assim que ele se encontrava, novamente, caindo por aquele mesmo túnel colorido, mas desta vez sentiu o impacto bem mais e tinha a total certeza de que não era um sonho.
E aqui começa a vida de Kim Taehyung, a sua primeira vida.
