Capitulo 6

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Tô bem melhor que ontem, digamos que revigorada.

Enfim, último ano do ensino médio, não vejo a hora disso tudo acabar.

Se bem que o ensino médio é só o começo.

O Teddy meu doguinho entra no meu quarto com o meu sutiã entre os dentes.
Será que Isso é um sinal para eu arrumar a casa?

Tomo um banhozinho de gato, dou um jeito no cabelo, visto um moletom e vou para a escola.

Eu nunca espero nada do dia, porque sempre que eu crio expectativas eu me ferro.
Acho que minha força de atração tá com defeito, eu mentalizo um dia de paz e recebo um dia de estresse.

Me atrasei demais para pegar o ônibus e tive que vir andando pro colégio.

Coloquei meus fones e vou caminhando sem me preocupar muito com as coisas ao meu redor, com a exceção apenas para a pista. Ninguém merece ser atropelado plena segunda feira as 7h da manhã.

Enquanto caminho na calçada, sinto alguém tocar no meu ombro, olho rapidamente pra trás.

Ah não...

Que coincidência te encontrar aqui! - ela diz me puxando para um abraço.

Quem ela pensa que é? Apenas me afastei rápido.

Oi. - respondo sem euforia.

Estou muito empolgada para estudar com vocês?

Espera, como assim 'estudar com vocês?' - digo parando de andar.

Claro que sim, amiga! Fiquei na turma de você! - ela diz entrelaçando os braços nos meus.

Sabe o que é - digo tirando os braço dela do meu - eu não gosto de grude.

— Tudo bem amiga, com o tempo Você se acostuma comigo. - Continuamos andando e estou tentando processar as informações.

Puta merda, isso não está acontecendo.
desse jeito vai ser IMPOSSÍVEL ignora-la e manter a paz. IMPOSSÍVEL!

Parei por uns 2 minutos e chamei um uber, afinal eu já estava atrasada.

Chegando na escola fui correndo contar o que rolou pra Louise e parecia que ela já estava me esperando.

Amiga, você não sabe o que aconteceu! - ela vem em minha direção
Também tenho uma parada pra te contar!
— A Adriana tá aqui! - falamos juntas.
— Caralho Isy e você não sabe da maior
— Ela também pegou em seu braço e te chamou de "amiga"?
— Sim, porra! Que ódio! - digo indo em direção ao bebedouro.
— Vai dar merda, escuta o que tô te falando. Essa garota tem cheiro de problema, e eu não estou afim de resolver nenhum. - coloco o cabelo atrás da orelha.
— Putz, você fez.
— O quê? - digo sem entender.
— Falou e botou o cabelo atrás da orelha, você tá puta da vida. O parquinho vai pegar fogo.
— E a gasolina está em minhas mãos. - O sinal toca anunciando que a aula já ia começar.

Na sala de aula o Pedro já estava sentado, quando me vê chegar, levanta pra falar comigo.

— Gatinha, se atrasou - Ele dá um toque na minha mão.
— Houveram uns equívocos. - Ele parou de braços cruzados me olhando de cima a baixo.
— O quê? Tô tão feia assim? - digo sem entender.
—  Não é isso, você tá boladona com alguma  coisa, anda, conta o que rolou. - ele diz dividindo a cadeira comigo.
— Você é grande, sabia? - digo tentando me ajeitar na cadeira que agora estava apertada com o Pedro lá.
— Não muda de assunto hein mocinha, fala logo, qual foi a pilha a essa hora?
— A "Adry" me estressando logo cedo. Você acredita que ela me pegou pelo braço e me chamou de "amiga?" Pedro, eu vou socar a cara dessa garota. - digo fechando as mãos bem forte. E o Pedro, querendo rir.
— Porque você tá rindo? - falo sério.
— Você é linda até cheia de ódio. Fica suave, véi. Acho que ela só tá querendo ser sua amiga, ué - Ele diz debochando de mim.
— Você tá defendendo ela, na MINHA CARA? - digo entredentes.
— Tá maluca, tenho amor a minha vida. Olha, faz assim.. - um pausa pro riso - Falando sério, é só fingir que ela não existe, o que demais ela pode fazer? Fica de boa, irritadinha. Te encontro mais tarde? - Ele diz levantando e me dando um beijo na testa.
— Mais tarde você descobre. - dou língua a ele.
— Ô mulherzinha brava eu fui arranjar hein? - Ele ri e volta pro lugar dele.

O pior é que eu sei que não estou exagerando. É como se eu pudesse pressentir que vai dar merda.

A Adriana entrou na sala junto com a professora.

E como era de se esperar, ela é apresentada a turma.

— Bom dia, alunos. Essa é a Adriana, ela mudou de vida de recentemente para nossa cidade e como vocês devem imaginar, vai ficar em nossa turma. A recebam bem e lhe dêem apoio nos conteúdos. - Eu reviro os olhos.
— Você está bem Maria Julia? - A professora me indaga.
— Eu? Eu estou ótima. Porque não estaria? - olho fixamente para a Adriana.
— Acho bom. - A professora diz virando para o quadro e a Adriana procura um lugar para se sentar. E eu acho que vocês já imaginam onde é né? Óbvio. Perto do Pedro.

Eu tô contando até 10 mentalmente pra não pirar.

O foda é que eu confio muito em minha intuição e eu nunca cismo errado.

— Bom, a atividade será em dupla. Ah, e não. Vocês não vão escolher, já pré-defini. - odeio isso, todo mundo conhece meu histórico de trabalho em grupo.

— Maria Julia e Pedro - isso tá muito bom pra ser verdade...

— Adriana, você ainda não fazia parte da turma quando elaborei as duplas, mas como você está do lado do Pedro, pode fazer um trio com a Maria Julia.

— Que ódio! - resmunguei.
— O que disse Maria? - A professora me pergunta.
— Nada, não disse nada.

Ah, não fode! Só pode ser brincadeira.

Ok universo, eu já entendi. Os jogos vão começar!

Adolescente Em Crise - 2ª TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora