Capítulo 08

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— Podemos parar por aqui, por favor? Eu não aguento mais. — Xiao Zhan pediu desesperado.

Yibo olhou para Zhan que estava sentado ao seu lado, com a cabeça apoiada na mesa. Ele disse: — Zhan-ge, eu não comecei a te explicar não tem nem meia hora.

Xiao Zhan suspirou.

— Eu sei, mas daqui a pouco as aulas começam e eu vou ter que estudar de novo.

Sentindo seu coração amolecer, Yibo sorriu e disse após fechar o livro: — Tudo bem, continuamos outro dia.

Essa era a rotina dos dois a mais ou menos duas semanas. Por conta do treino de basquete depois das aulas, o único tempo livre que ambos tinham para estudar era antes do início das aulas.

Portanto, ambos combinaram de chegar mais cedo que o normal e então ficavam na biblioteca até que o toque de início das aulas soasse.

— Por que está me olhando assim? — Yibo indagou.

Xiao Zhan piscou algumas vezes, porém ele sorriu. Apoiando uma das mãos no queixo ele respondeu, sincero: — Você é bonito.

Yibo arregalou os olhos levemente, porém um sorriso se abriu em seus lábios sem que pudesse controlar. Ele já havia percebido que Xiao Zhan possuía um certo grau de timidez, no entanto ultimamente ele parecia cada vez mais solto, o que deixava Yibo bastante feliz ao ver que o outro se sentia confortável consigo. Além de que ele adorava que o outro o elogiasse. Yibo deixou um tapa fraco no braço alheio antes de resmungar: — Besta.

Xiao Zhan sorriu e ao perceber que as orelhas de Yibo haviam ficado vermelhas algo agitou dentro de si. Porém antes que falasse mais alguma coisa, o toque de início das aulas tocou.

Piscando algumas vezes, Yibo logo juntou suas coisas, saindo da biblioteca com Xiao Zhan ao seu lado.

Enquanto andavam pelos corredores, Yibo lembrou-se de algo e disse: — Sua sala é para o outro lado, Zhan-ge.

Xiao Zhan deu de ombros.
— Eu sei.

Quando enfim pararam em frente a sala de Yibo, Xiao Zhan disse: — Boa aula. — ele depositou um beijo rápido nos lábios alheios e com uma piscadela, Zhan seguiu caminho para a própria sala.

Enquanto via o outro se afastando, Yibo sorriu. Apenas quando viu Xiao Zhan dobrar o corredor, ele entrou. Assim que entrou em sua sala, Yibo sentiu alguns pares de olhos olhando para si, porém ele resolveu ignorar e caminhou até a melhor amiga nas carteiras ao fundo da sala.

Sentando-se ao lado de Ziyi, Yibo indagou: — Por que esses urubus tão olhando para mim?

Ziyi riu.

— Por que você acha? Eles estão se perguntando quando e como você ficou tão próximo do capitão.

Yibo franziu o cenho olhando ao redor da sala de aula. Voltando seu olhar para a melhor amiga ele indagou: — Sério que eles não tem nada melhor para fazer?

Ziyi deu de ombros.

— Pelo visto não.

Antes que pudessem continuar o assunto, logo a professora entra na sala. — Rápido! Todos em seus lugares.

(...)

Ao chegar em casa naquele dia e perceber que seu pai ainda não havia chegado, deu a Yibo uma sensação de alívio.

Nunca teve uma boa relação com o pai, para Liu Fang tudo o que parecia importar era o trabalho e apenas o trabalho. Além de que seu pai possuía diversos comentários homofóbicos e preconceituosos.

Já com sua mãe, Yibo sempre teve uma boa relação. Era para ela que ele sempre corria quando alguma coisa dava errado, era ela que sempre estava ao seu lado quando ele precisava.

— Pode deixar que eu lavo as louças, mãe. — ele disse ao terminar de jantar.

Daiyu sorriu para o filho, se aproximando para deixar um beijo em sua testa e após isso subiu para descansar.

Não era como se Yibo gostasse de lavar as louças, se ele fosse sincero ele detestava. No entanto sua mãe passava o dia trabalhando, já que a mesma era dona de uma rede de lojas de roupas, então ajudá-la de vez em quando era o mínimo já que a mesma sempre fazia de tudo por ele.

Yibo nunca entendeu como sua mãe, sendo a mulher batalhadora que é, determinada e de outras várias qualidades, no fim acabou casada com um homem de mente tão fechada como seu pai, que acha que lugar de mulher é na cozinha e apenas isso.

Quando pensava nisso, Yibo sempre chegava à conclusão de que algum defeito sua mãe tinha que ter, e esse era o dedo podre.

Após lavar todas as louças, Yibo cortou algumas fatias de cenouras para levar para seus filhotes e seguiu em direção ao seu quarto. Depois de alimentar os dois coelhos famintos e de ter quase seu dedo arrancado por uma mordida de Chocolate, Yibo caminhou até sua enorme estante de livros pegando um que já vinha enrolando há dias para terminar e jogou-se na cama.

Nada melhor do que um bom livro para passar o tempo.

Together - ( Yizhan )Where stories live. Discover now