II - Moonlight

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-Yoongi!- ouvi uma voz conhecida atrás de mim. Virei-me para encarar a pessoa.

-Oh, olá Tae!- digo assim que vejo que a pessoa era Taehyung, o meu melhor amigo. Tae tem olhos amendoados, pequenos e profundos. Tem o cabelo castanho muito claro com uma franja que tapa as sobrancelhas meio despenteada. Tem a boca pequena e lábios finos que esboçam um sorriso.

-Olá Yoongi! Ouve, ainda estás à procura de emprego?- perguntou-me ele.

-Sim, estou. Porque?- digo

-Encontrei algo que acho que irias gostar bastante.

-Então? Desembucha.- digo

-Ah sim. Então, um café/bar a que eu costumo ir perto da minha casa está à procura de alguém. E eu achei que irias gostar, não sei.

-Parece-me bem. Onde é que é exatamente o café?

-Estás ver a minha rua?

Assinto.

-Viras à direita no primeiro cruzamento. O café barra bar noturno chama-se Moonlight.

-Okay Tae. Muito obrigado! Fico-te a dever uma.- digo.

-Oh, não foi nada. Bem tenho que ir agora. Vemos nos depois!- diz ele enquanto começa a caminhar com um pouco de pressa.

Aceno-lhe enquanto ele continua a andar, ou a correr, para o emprego. Até que o perdi de vista e baixei o braço.

É cedo, e ainda não tomei o pequeno-almoço. Com a noite de ontem não dormi nada. Nem mesmo quando voltei pois aqueles olhos perseguiram me o resto da noite. Ou seja, um Yoongi adormecido significa hora de um café. Decido ir ver já do tal bar ou café Moonlight.

Sigo as instruções de Tae ao promenor para não me perder nestas imensas ruas. O sol ainda está a nascer pelo que não está muito calor. Mas daqui a umas horas aposto que nem se vai poder estar na rua.

Continuando. Fui pelo caminho que tem me indicou até que finalmente dei de caras com uma placa preta com letras grandes e brancas que dizia “Moonlight” e com uma semi-lua ao lado do nome. Na janela do lado tem um placar grande que dizia: “Precisa-se empregado”.

 As portas do café são escuras e têm uma janela grande, que ocupa quase metade da porta, cada uma. Janelas essas tapadas por uma grade levemente desenhada negra. Fazendo lembrar casas antigas, daquelas que as pessoas dizem estar assombradas. Conseguia ver para dentro do café e decidi espreitar. Vi duas idosas sentadas numa das mesas a comer o seu bolo matinal e a conversarem. E uma jovem de cabelos compridos negros presos num rabo de cavalo atrás do balcão a limpar. Acabei por entrar. Olhei em redor.

-Bom dia.- disse ao entrar como pessoa bem educada que os meus pais criaram. As senhoras responderam e a jovem olhou para mim e parou de limpar. Dirijiu-se a mim.

-Bom dia. O que vai desejar?- disse ela. A sua voz não era doce, mas também não era arrogante. Era apenas, banal, acho eu. Tinha uma voz um pouco rouca e seca mas ao mesmo tempo um pouco doce. Era diferente mas banal.

-Um café por favor.- Disse eu.

Ela começou a fazer o café e um sentei me numa das cadeiras do balcão. Encarei-a. Ela tinha lábios finos com um batom claro. Os seus olhos eram grandes, fundos e negros. Não era bem castanho mas também não era preto. Como uma mistura de ambas as cores.

-Aqui tem o seu café. – disse colocando o café à minha frente.

Agradeci e comecei a bebericar o café enquanto olhava para a televisão no canto do bar.

Acabei o meu café e paguei à rapariga.

-Onde me posso inscrever para o emprego?- pergunto eu.

-Preenche este formulário e depois entrega-me e podes receber uma chamada do café.

Assinti e comecei a preencher aquela folha de dados como nome completo, idade, morada, contacto, etc. Quando finalmente acabei entreguei a folha à empregada e saí.

Reparei nas horas e já eram perto das 11 quando cheguei a casa. O caminho a pé de minha casa ao café é um pouco longo mas vale a pena se eu conseguir o emprego.

O calor já começava a apertar. Acabei por trocar as minhas calças de ganga por uns calções largos e confortaveis e mantive a minha t-shirt. Sentei-me no meu sofá e suspirei. ‘Finalmente vou conseguir um emprego’ penso.

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Eu sei que a história não parece estar ligada, a pessoa estranha com o Tae e com o café mas esperem pelos próximos capítulos que vão perceber tudinho. 

~Yoon

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