Sociedade Secreta

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Tomou mais um gole... a cabeça latejando, os músculos ainda doloridos. A garganta queimou na medida em que o líquido passava. Impaciente, acendeu um cigarro. Foi então que ela chegou.

- Jack? Jack Monroe?

- V-você? - não conseguiu esconder a surpresa e certo desapontamento. Ele esperava alguém mais... mais...

- Esperava que eu fosse um homem, certo? Ah - disse com voz desgostosa e com uma expressão ameaçadora, desproporcional à feição meiga composta por olhos e cabelos claros -, nunca me acostumarei com o machismo dos seres humanos!

Ele fez algum som gutural, e quando ia tentar se defender, ela continuou com desdém e pouco interesse:

- Pois bem, você diz que foi atacado por criaturas não-humanas...

- Ora, se não acredita por que...

- Eu estou aqui representando a Sociedade Secreta... não tenho que ser convencida - retrucou, rapidamente, a misteriosa mulher, de forma cortante.

- Mas você não é quem...

E então foi interrompido novamente. Parecia que aquela figura diante dele ouvia os seus pensamentos antes mesmo dele os dizer:

- Logicamente que não. Só o verá quando eu souber que é seguro... que você não é mais um fã doentio que...

Dessa vez, ele quem a interrompeu:

- Espera... ele é um homem então? - respirou aliviado, pensando: "uma mulher não entenderia o que tinha acontecido... uma mulher não poderia lidar com aquelas criaturas horrendas... uma mulher..."

Quando voltou a si, ela tinha sumido, deixando apenas um cartão: "Reprovado o pedido de encontro com o Presidente Máximo. Fundamentação: incapaz. Encontro marcado com o Responsável de Defesa dos Direitos dos Seres Humanos".

Havia também a data, mas não o local. Apenas um "te encontraremos".

Ele voltou para casa, ainda tentando processar o que havia ocorrido:

Sociedade Secreta?

Por que aquela coisa o atacou?

Por que a ele?

Sua vida passou toda pela sua cabeça.

Ela latejava... os músculos doíam... os cortes ardiam... Será que ele iria virar um deles? Será que a sua vida iria mudar pra sempre? Será que o presidente do país sabia disso? Será que a polícia sabia? Ele era o único a saber?!  

O cérebro parecia se comprimir com força... uma enxaqueca absurdamente dolorosa rasgava seus sentidos... o coração estava disparado... E então, as luzes se apagaram.