Chapter XIX (I will win, I am strong girl)

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GWYN

Depois de um longo tempo de espera na cozinha e de uma longa e instigante refeição, Rhys apareceu junto de Cassian.
O Grão Senhor havia deixado Azriel em Sangravah e depois tinha ido buscar o General em Illyria, onde havia ficado.

Quando contei que gostaria de ir até o templo para Rhysand, ele se assustou, mas não negou.
Diferente de Cassian, que quis ir junto a todo custo. Protetor sempre.
Foi necessário que Nesta tivesse uma corversa com ele sobre e então, só assim, eu pude ir tranquila, ou o máximo de tranquila que conseguisse.
Mas meu amigo exigiu que eu deveria mandar qualquer sinal de fumaça ou qualquer coisa que o fizesse ver que eu precisava de ajuda, se precisasse.
Ele voaria até lá sem pestanejar. Eu acreditava.

Nes, por outro lado, era mais cordial em relação a isso. Ela sabia a importância que isso teria pra mim, e entendeu de primeira quando soube que eu gostaria de ir sozinha. Mas eu sentia seu coração se apertando com a possibilidade de eu me machucar ao reviver esses traumas.
Eu, somente eu devia lidar novamente com tudo isso. Como disse, se algumas lágrimas surgirem, é um sinal de que estou sendo limpa. Que vai parar de doer.

Agora, deixada por Rhys, estou de frente a escadaria do templo.

Não é como a da Casa do Vento e seus milhares de degraus, mas é longa.

Após subir cada degrau, a entrada do templo já é visível.

Um embrulho toma conta de meu estômago e minha mente se agita. Era hora de seguir.

As longas colunas cinzas, que mesmo após a invasão e a longa destruição que foi deixada, estão renovadas. Rhys disse que trabalharia na reconstrução, e realmente fez.

Inúmeras colunas envolvem toda faixada da entrada de Sangravah, o maior templo que a Corte Noturna possui. O mais distante, e o que um dia foi o mais protegido. Não era mais.

Os arabescos no teto de entrada remetem algumas partes do lado de dentro, da área interna onde ficávamos, onde moravamos. — pisco tentando limitar as lágrimas que já caem. O lugar é lindo, mas tudo que sinto é tristeza. Sua beleza já não me importa.

Envolvo a capa sobre mim, fechando-a o máximo que consigo. Não sei como é possível um lugar te fazer se sentir tão suja, tão baixa... Um lugar que por fora era só beleza e por dentro, estava em reconstrução. Estava se erguendo. Mas que nunca, nunca perderia suas marcas, toda dor que foi deixada ali. Todas perdas.

Na entrada, não haviam sacerdotisas, como era de costume. Pelo contrário, estava vazio. Demora para que eu aviste alguma pelo salão. Mas quando avisto, estão  totalmente cobertas.

Uma jovem mulher sorri para mim assim que adentro.
Por mais que eu queira estar sozinha, eu não posso ser mal educada. Sorrio de volta. Ela é diferente, não parece uma das sacerdotisas.

Ela se aproxima.

— Como posso ajudá-la? Existem poucas sacerdotisas aqui, acho que não sabe, mas o Grão Senhor está reconstruindo. — anuo concordando.

— Eu sei que Rhysand está tentando melhorar a estética que foi perdida. Mas e a essência? Onde está a vida do lugar... Ninguém nunca trará de volta. — seco uma lágrima  solitária que cai.

A senhora, que olhando com mais atenção aparece bem familiar pra mim, apenas assente.

— As vezes, é realmente difícil vermos as coisas boas quando tudo que vivenciamos foram coisas ruins. Só que ainda que aqui tenha sido um palco de dor, também foi, em um momento, um palco de vida. Celebrações, festas, cerimônias, e até nascimento. — ela sorri, parece se lembrar de algo. — A vida tem dessas. É onde há mais dor, que também há os momentos mais felizes.

Corte de Rosas Flamejantes | HIATUSOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz