Prólogo

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Bea.

O som.

O som do despertador.

Esse som nunca me deixou tão feliz. Pois hoje, finalmente estou saindo da minha casa, para ir a uma república estudantil em São Paulo.

Certamente ninha mãe não aceitou isso muito bem. Mas meu pai, mesmo sabendo de minhas condições, confiou que eu posso cuidar de mim sozinha.

Veja bem, eu tenho dezessete anos. Acho que já estou bem "grandinha" para morar longe deles.

Estava tão ansiosa que não me importei com qual roupa iria, apenas optei por usar uma calça jeans e um cropped verde, prendi meus cabelos rapidamente num rabo de cavalo despojado.

- A quilômetros estamos conectando...- cantorolo enquanto pego minhas malas.

Só eu estou extremamente viciada nessa música? Ela está uma febre atualmente.

Oh! Me perdoe, caro leitor.
Não me apresentei devidamente.
Meu nome é Beatriz, e eu tenho dezessete anos como já foi citado a alguns parágrafos atrás. Meu cabelo é longo e castanho escuro.
Eu tenho uma doença crônica, sem cura, que é conhecida pelo nome Insuficiência renal.

E como consequência, eu adquiri outras doenças como diabetes, hipertensão arterial e asma.

Pois é, agora você entende o porquê da minha mãe não concordar com a minha ida.

E bom, não é nada interessante usar bobinha de asma. Eu também tinha curiosidade até eu desenvolver e odiar.

Quando chego na sala, meu pai toma as malas das minhas mãos.

- Eu não concordei com a ida da Beatriz - Diz minha mãe, irritada.

- Bom dia - Tento ignorar oque ela acabou de falar.

- Não há necessidade de toda essa birra - Meu pai diz, pondo as malas no carro.

- Não entendo porque ela não confia em mim, já não provei que sei me cuidar? - Pergunto, já me estressando com todo esse papo que tem se repetido todos os dias.

- Eu confio em você - ela se pronuncia - Só tenho medo de você ter uma piora e não estarmos lá para lhe ajudar.

É compreensível, mas, de qualquer forma, ela deveria entender que isso é tudo oque eu mais quero agora. Ela não vê? Que eu não sou feliz aqui e que não aguento mais toda essa rotina monótona? Afinal, já faz um tempo que não tem nenhum agravamento na doença.

- A matrícula já está feita, não há como voltar atrás - Meu pai diz e pega na mão dela, tentando lhe passar um certo conforto. - Vamos indo, se despesa da sua mãe Beatriz.

E então eu vou até ela.
Ela me abraça tão forte que quase me mata sufocada.

- Toda aquela conversa já estava ficando chata.

- Não fala assim- ele ri- Ela só tem medo, e você sabe que ela tem motivos - meu pai começa a dirigir o carro.

Ele está se referindo a quando eu resolvi sair de casa sozinha para ir a uma festa, já que eles não me deixaram ir, e nessa festa eu tive um ataque de dores fortes. Oque resultou em mais e mais diálises.

- É...mas agora estou bem - digo pondo o cinto de segurança.
- Estou animada.

Eu acho que tenho mais intimidade com o meu pai, ele é bem mais compreensivo.

- Eu também estou feliz por você. E bem, possivelmente haja garotos naquela casa... Então, de qualquer forma, se cuide.

- Entendo, mas fique tranquilo, eu não penso muito nisso -  Sorri.

- Você já é quase adulta, não há problema nenhuma nisso.

Sorri.

- Eu ficarei bem - Digo um pouco desconcertada.

Seguimos caminho conversando até o aeroporto.

- Até mais pai- Digo abrindo os braços para um abraço e consigo notar ele segurando o choro - Ei, não chora. Eu prometo ligar sempre que der e vim visitar todos os dois, isso é uma promessa- digo e encosto minha testa na dele - Te amo pai - sorri enquanto limpava suas lágrimas

- Te amo também, querida. Agora corre, o vôo já está para sair - ele diz e eu ri.

- Tchau coroa! - grito e ele acena de longe.

[...]

Acordo com uma aeromoça de cabelos loiros me acordando.

- Olá, boa tarde, nós já pousamos - A mulher de cabelos loiros diz.

- Obrigada - Agradeço e me levanto logo em seguida.

Desço e ponho no GPS do uber o local da República.

O motorista era quieto e só deu boa tarde. Minha mãe conta tudo, até a cor das panelas lá de casa. Fiquei pensando tanto em como seria que mal notei quando já tinha chegado.

Suspiro bem forte e bato na porta.

Uma garota morena abre a porta.

- Oi! - ela sorri - Você é a...?- Pergunta.

- Beatriz Ribeiro- digo.

- Certo- ela sorri e me dá espaço para entrar- Sou Carla, aluna também. Mas a diretora foi ao banheiro e me deixou aqui olhando. Acho que encontrei meu emprego, é muito bom. Me senti a superior agora - ela ri.

Ela fala muito e muito rápido.

- Bom...sou Beatriz, você viu aí - digo.

- Oii! Ai caraca como ela é linda né?- Uma menina alta e com cabelos curtos vem até mim. Ela usa uma calça rasgada,e uma blusa escrito : LOS ANGELES.

- É sim- Carla sorri.

- Sou Lara - a afobada sorri.

- Beatriz - digo e ela sorri.

- Olha, a diretora me contou sobre seu problema renal ,sua diabete e entre outros. Temos um frigobar do lado da geladeira, ali você pode por suas insulinas e coisas de uso pessoal. - ela diz e eu sorri.

Finalmente alguém falando da minha doença sem parecer me julgar.

- Ok, obrigada- sorri e me sento no sofá que tem na sala.

[ Pode haver erros ortográficos, a história está em constante revisão]

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