2-Eu achei que tinha acabado, mas parece que só esta começando.

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Fiquei olhando pra ele por algum tempo. Ainda agachada, ainda tremendo, ainda assustada.

Ainda confusa...

- O que faz aqui?

- Só passando. E você?

Olhei para os meus joelhos, confusa. Será que ele só estava passando mesmo?

O olhei desconfiada e ele riu.

- Algo errado?

- Você... você viu o que aconteceu? - ele suspirou e me estendeu a mão.

- Eu te avisei, amor. Devia tomar cuidado com quem você brinca.

Olhei para a sua mão e hesitei por um minuto... ele tragou o seu cigarro enquanto sorria.

- Você nunca disse isso pra mim. - agarrei a sua mão, usando-a para me levantar, assim que estava em pé, tentei me soltar, mas ele agarrou a minha mão firmemente.

- Uh, então foi mal.

- Que seja. Vou pra casa.

- Ok. Eu te levo.

Espera, o quê?

- Como é?

- Vamos, a minha moto está por ali.

Sem soltar a minha mão, ele passou a andar praticamente me arrastando com ele.

- Então doçura, você mora longe? Porque se for, vai ter que pagar a gasolina.

- O quê?

- A gasolina está cara, amor. Eu não sou rico, sabia?

- Então não precisa me levar. - resmunguei, mais uma vez tentando soltar a minha mão, mas ele somente riu.

- Só estava brincando, amor. Você pode me pagar de outras formas. - piscou e parei fazendo-o derrubar o seu cigarro.

- Me solta agora? Eu já estou farta das suas piadas e gracinhas. Chega!

Ele soltou a minha mão se afastando um pouco, só pra em seguida me abraçar pelos ombros, enquanto voltava a me puxar em direção a moto, acho.

- Isso aí amor, é assim que tem que falar com esses pervertidos da vida.

Ainda estava meio chocada e ele aproveitou a deixa para me levar até a bendita moto. Como eu não entendia nada de motos e carros, vamos dizer que era bonita do tipo grande com um grande guidão toda preta, mas com alguns detalhes de labaredas em um vermelho bem vivo.

Ou seja, meio assustadora.

- Quer que eu suba nisso?

- Vamos amor! Vai ser a viagem da sua vida. - tentei me afastar, mas ele não me soltou só me puxou para mais perto da sua moto.

Olhei para a moto e para o meu uniforme de garçonete, e mais uma vez, tentei me afastar só pra ser mais uma vez puxada de volta.

- Com medo?

- Não exatamente.

- Qual o problema então?

- Uh, estou de vestido.

- Eu não vejo problema algum nisso. - sorriu olhando para as minhas pernas e bufei estalando meus dedos na frente do seu rosto.

- Meus olhos estão aqui, sabia?

- Não tenho culpa se a parte de baixo é mais interessante.

Rolei os olhos. Homens eram todos iguais.

Maldito Demônio// Adaptação Noart Where stories live. Discover now