Chamada inesperada

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Gemo ao ouvir o som irritante do notebook me chamando.

- O que foi? - Pergunta Harry com os lábios pressionados em mim.

- Meu notebook.

- O que tem ele?

- Está tocando. Eu preciso atender. Devem ser meus pais. - Digo entre os beijos.

- Eles podem ligar mais tarde.

- Se eu não atender agora, a próxima ligação deles será pra polícia.

Ergo meu corpo, desgrudando de Harry e me sento para ajeitar o cabelo.

- Nada do que fizer vai apagar essa sua boca vermelha manchada. - Diz Harry sentando no sofá.

- Ai meu Deus. - Pego uma almofada desesperada, tentando consertar o estrago. - Melhorou?

Harry afirma com a cabeça. Arregalo os olhos para ele.

- O que foi? - Ele diz.

- Sente no outro sofá, meus pais não podem te ver aqui.

- Por quê?

- O que eles vão pensar que nós estávamos fazendo a essa hora da noite antes deles ligarem?

- Exatamente o que nós dois estávamos fazendo há um minuto atrás. - Jogo uma almofada nele e ele muda de sofá.

Respiro fundo para me acalmar e abro o notebook.

- Oi mãe! Oi pai! - Digo sorridente.

- Oi filha! - Eles dizem em uníssono. - Por que não está de pijama?

- Eu ia sair para dar uma volta, mas desisti e fiquei com preguiça de trocar de roupa.

- Cuidado onde anda filha, Londres não é Brasil, hein.

- Ainda bem, pai.

Rimos.

- Você está fazendo o quê?

- Assistindo a um filme. Simplesmente amor.

- Sozinha? - Pergunta minha mãe.

- Sozinha. - Afirmo, apesar de não ser verdade. - E vocês, estão fazendo o quê?

- Nos preparando para jantar filha. Aliás, é melhor irmos logo ou minha barriga vai começar a doer de tanta fome.

- Ok, mãe, vejo vocês depois. - Jogo um beijo para eles. - Amo vocês.

- Nós também te amamos filha.

- Tchau. - Aceno antes de fechar o computador sorrindo.

Olho para Harry que está imóvel no sofá, olhando para mim com uma expressão maravilhada.

- Seus pais parecem ser pessoas maravilhosas.

- E são. - Respondo sorrindo.

- Onde nós estávamos? - Harry pula para o meu sofá e captura meus lábios em um beijo, mas eu o empurro.

- Ei, ei, ei. Você não acha que essa pequena interrupção cortou todo o clima?

- Não. - Ele chacoalha a cabeça. - E você?

- Talvez.

Ele sorri de lado e me puxa de novo. Seguro forte em sua camisa, puxando-o para mim, e não tenho vontade alguma de soltá-lo. Suas mãos estão em minha cintura, subindo de vez em quando para minhas costas.

Não quero soltá-lo, não quero soltá-lo. Mas eu não posso. Eu não devo.

Voltamos a posição inicial: Harry deitado no sofá comigo por cima. Os beijos não param, mas ficam cada vez mais lentos e suaves, até que estamos nos beijando sem pressa alguma de acabar.

- Eu estou...cansada. - Consigo sussurrar entre os beijos.

- Quer parar? - Sussurra Harry ainda me beijando.

Sim.

Não.

Balanço afirmativamente com a cabeça.

- Tudo bem. - Ele murmura.

Começo a me levantar, mas Harry me puxa outra vez.

- Eu não disse que eu ia embora. - Ele cola os lábios em minha orelha. - Hoje eu sou o seu colchão.

Sorrio para ele e me aconchego em seus braços, lembrando de três dias atrás no avião, quando estávamos vindo para Londres. Eu deitei a cabeça no colo de Harry e adormeci até o final do voo. Agora, estávamos repetindo a dose.

Harry beija minha testa e eu fecho os olhos.

- Boa noite, bela adormecida.

Spaces Between UsWhere stories live. Discover now