Chapter 12

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Quarta-feira chega, e San se sente como se estivesse sendo esmagado entre uma rocha e uma lixa.

Sua aula de Análise Elementar Qualitativa foi abominável; as duas horas e meia de laboratório se tornaram cinco, porque fez alguma merda em algum ponto da prática e teve que recomeçar do zero, fazendo-o sair de lá 17:25 ao invés de por volta das três, e sente seu peito comprimido como se estivesse debaixo de um bloco de granito.

Por sorte, Wooyoung pediu para se encontrarem no dormitório a alguma hora em torno das seis da tarde, mas já estava ficando sem tempo. Levaria uns vinte minutos para chegar a pé no prédio, não tem dinheiro o suficiente para pegar um ônibus e só se preocupa, preocupa e preocupa.

"Você checou suas notas da última prova?" Jongho questiona, enquanto San mete tudo dentro de sua mochila, chamando a atenção dos instrutores com como pragueja em voz alta.

"Não, não chequei, meio que não quero checar." O mais novo só assente, limpando a poeira em sua jaqueta.

"Eu passei, então acho que você deve ter ido bem." Diz, mas algo insinua que ele está falando de alguma outra coisa.

San, pela maior parte, ignora isso.

"Vou descobrir, e aí te conto, beleza?" Enfia a última pasta em sua bolsa e se agasalha, a luz do dia já se havia ido, dando lugar à escuridão no anoitecer.

É novembro, lembra-se, colocando seu casaco e enrolando seu cachecol ao redor de seu pescoço. Ignora o olhar que Jongho lhe dá.

"Tem certeza que você 'tá bem-"

"Eu 'tô, Jongho." O mais velho põe seu boné e joga a mochila sobre seu ombro, saindo do laboratório com Jongho atrás de si. "Só foi um longo dia, e eu preciso fazer uma coisa agora."

Eles caminham para dentro do elevador, e tudo é silencioso fora as batidas de seu coração, altas demais para seus ouvidos e para o espaço muito apertado que ocupam.

Quando estão quase na entrada e o elevador apita suavemente abrindo suas portas, Jongho fala de novo.

"Acho que te vejo por aí então?" Ele afaga seu ombro e lhe dá um sorriso sincero, que o desarma um pouco. "Eu não sei pelo o que você 'tá passando, mas espero que você se sinta melhor logo." Com isso, sai do elevador, e San suspira, movendo-se no automático.

São quase 18:30 quando chega ao dormitório de Wooyoung; seu rosto vermelho, seus calçados ensopados, pois acidentalmente pisou em uma poça mais funda do que parecia, e seu agasalho manchado por gotas d'água, já que de repente havia começado a chover. Só quer ir para casa, tomar um banho e gritar contra seu travesseiro, porque nada parece dar certo, mas isso não é sobre si mesmo. Já fodeu com tudo o suficiente. Isso é por Wooyoung — mas não é sempre assim? —, porque, por uma vez, precisa parar de se esconder, e-

"San?" Wooyoung está de pé a uma distância segura de si, acenando para chamar sua atenção, e repentinamente toda a merda que passou no dia se torna irrelevante. "Tudo bem?"

Nem tanto.

"Nem tanto." O outro faz uma careta, e San tenta suavizar com uma risada. "Eu tive um longo dia." Segue-o quando o mais novo sinaliza para entrarem no elevador, e, bem parecido com o cenário de mais cedo, é silencioso.

Sem abraços.

Sem bate-papo.

Quieto.

"'Tá bem frio hoje." Wooyoung comenta, encostando-se à parede do fundo, de frente para as portas metálicas. Há espaço — em excesso — entre eles. "Espero que você não esteja sentindo muito frio."

The Flowers I've Bloomed For You  [TRADUÇÃO PT-BR]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt