Eu nunca esperava que alguém que não fosse minha amiga íntima me trouxesse de volta a realidade e ver que eu estava perdendo a chance de ficar perto do meu filho, enquanto eu ainda tinha tempo.

Após refletir muito sobre tudo que Sakura havia me dito, eu pensei em mostrar para todos que eu estava bem, quebrado por dentro, mas eu estava bem. Então era assim que a Uchiha se sentia. Eu havia levantado naquele dia com alguma certa animação, arrastei meus pés até o banheiro e encarei meu reflexo por algum tempo. Estava acabado, minha barba por fazer já ficava mais evidente e as olheiras abaixo estava começando a ficar um pouco arroxeadas.

Se era isso que Temari queria, então eu seguiria minha vida. Não amaria ninguém como eu a amava, mas eu não podia parar minha vida, pelo menos não agora. Soltei um suspiro, porque mulheres tinham que ser tão… Complicadas.

Lembro que quando eu era mais novo, eu queria me casar com uma garota que não fosse feia, mas também nem tão bonita, nós teríamos um casal de filhos e quando eles atingisse a vida adulta, eu casaria minha filha com um bom homem e meu filho seria um bom Shinobi. Eu e minha amada esposa poderíamos viver em algum vilarejo perto de algumas termas e viver uma vida feliz e sossegado. Poderia curtir minha aposentadoria bebendo um saquê e jogando shougi.

Essa era a vida que eu esperava para mim, mas Temari chegou em minha vida como um furacão. E assim como ele veio, o furacão se foi. Se instalou alguns anos em meu coração e partiu deixando danos por toda minha vida.

Então aos poucos eu estava voltando a me permitir certas coisas, eu não queria ficar sozinho para não pensar em Temari e pensar que em poucas semanas ela estaria se casando. Todos os convites dos meus amigos, eu fazia questão de ir, pois ouvindo eles conversarem era uma maneira de não me fazer pensar nela.

Era como se fosse uma válvula de escape, como se fosse um antídoto para o meu coração e mente. Eu sabia que todos tinham suas vidas e tinham seus filhos para cuidar, então eu acabei me aproximando da única pessoa que talvez fosse precisar da minha companhia: Sakura.

Na nossa primeira saída até um bar, ideia de Ino que havia me pedido para fazer companhia para sua amiga rosada. Eu queria apenas conversar coisas que não fosse sobre Temari, pois eu não queria mais pensar nessa dor que eu sentia.

Nunca imaginei que eu ficaria devastado, mas eram 12 anos de casamento. Eu sempre acreditei que quando resolvemos nos casar com o amor da nossa vida, seria para sempre. Até a eternidade, mas Temari me mostrou que as vezes o nosso destino não está traçado para realmente ficarmos juntos, talvez fosse somente um ciclo que precisamos passar.

A vida era assim, precisávamos passar por várias situações para crescer, evoluir e tirar uma lição de cada acontecimento. Seja ela boa ou ruim.

Amy Hatake poderia ser muito persuasiva e insistente quando colocava algo em sua mente maléfica. Ela imaginava coisas demais e acreditava em algo que tivesse oculto ao olhos dos outros. Hoje em específico ela ficou insistindo que eu deveria me aproximar mais de Sakura, dizia que ela era uma boa companhia. 

Eu não estava entendendo onde ela queria chegar nessas conclusões, não havia malícia entre nós. Era uma amizade pura, apenas duas pessoas que estão com seus corações quebrados tentando seguir em frente.

Confesso, Sakura era uma mulher bonita, era independente. Uma das mulheres mais fortes de Konoha, tinha admiração por ela controlar um hospital, uma clínica, cuidar da filha e ser uma boa esposa.

Pelo menos a parte de ser uma boa esposa eu apenas imaginava. Os anos se passaram e acabamos perdendo o contato por causa das nossas rotinas, mas por causa dos nossos problemas acabamos nos aproximando, nem que seja um pouco.

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