Capítulo Único

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Recomendo lerem com "Everybody Talks - Neon Trees" para uma melhor experiência. 

Boa leitura, y'all.


O menino loiro andava aos tropeços em direção ao grande Salão Comunal das serpentes. Os cabelos claros e lisos entravam em seus olhos azuis cristalinos e embaçavam sua visão por alguns minutos, o deixando cair quase ofegante em direção ao quadro.

As mãos fechadas em punho forte, as bochechas estufadas que logo adquiriram uma coloração avermelhada, indicando o aparente desagrado com o que estava acontecendo minutos antes.

— Potter! — cuspiu nervoso. — Aquele idiota. Quem ele acha que é?

A razão do rompante de raiva era que Harry Potter, o garoto mais popular da escola, tinha beijado Ginevra Weasley, a apanhadora da Grifinória, na frente de todo mundo ao final do jogo.

Gina era a menina mais linda da escola e popular, irritando profundamente o loiro ao perceber que além de tudo isso, ela era extremamente dócil e simpática.

Era particularmente difícil odiar ela.

Então o loiro entendia o motivo da queda de Harry pela menina, apesar de sentir até suas entranhas se revirarem com isso.

Ele tinha muita inveja dela.

Lógico que o contato não passou de um selinho desconfortável, fruto do empurra-empurra do time com a vitória contra a Sonserina.

Mas Draco Malfoy não queria saber. Ele ficou profundamente magoado com a amostra de beijos explícitos de frente para toda a escola ver!

Harry havia visto o menino loiro por quem já nutria uma queda sair rapidamente e se alarmou, tentando segui-lo e sendo impedido pelo time outra vez.

Draco não sabia dos sentimentos do menino de cicatriz peculiar, achava que nutria algo totalmente unilateral, então sentiu seu coração se quebrando de diversas formas.

— Eu sei que eu não sou a pessoa certa para ele — bufou em direção ao espelho. — Ele é todo popular e eu sou... eu.

As lágrimas desciam lentamente pelo rosto pálido, causando uma sensação de angústia no peito.

Draco andou até a janela, debruçando-se de forma inconsolável, sentindo a famigerada sensação de desespero ao não ter seu amor correspondido da forma que queria.

Ele queria tanto ser Gina naquele momento.

Suspirou, observando uma estrela cadente rasgando o céu de forma rápida.

Por alguns instantes, o menino realmente tinha pensado no que sua mãe tinha ensinado sobre estrelas cadentes que atendiam preces de corações desesperados.

Bom, ele tinha um coração. E estava desesperado.

— Seria algo muito tolo...? — se questionou, arrumando os cabelos que teimam em se infiltrar em seus olhos. — Eu desejo ser a pessoa mais descolada do colégio.

E tendo o resultado esperado, nada havia acontecido.

Apenas o silêncio sepulcral em resposta.

Expirou com mais força, tendo certeza agora que tinha ficado biruta de vez.

O que nós não fazemos por amor, não é mesmo?

***

O sol tinha acordado radiante aquele dia, espetando a lua com uma luz forte e enérgica, alaranjado todo pelo céu. Os raios queimavam quem estava embaixo e o suor caía das peles dos que não tinham se protegido em meio a um refúgio fresco.

Socorro, virei uma garota! | DIARRYWo Geschichten leben. Entdecke jetzt