- Refrigerante de limão? - Pergunta ele logo atrás de mim. Me encoxando. Ou quase.

- Ahã. - Tento manter minhas mãos firmes, mas elas tremem, assim como as minhas pernas.

- Interessante. - Sussura ele.

Antes que eu possa perguntar o porquê de ele dizer isso, o alarme do microondas apita dizendo que a pipoca está pronta. Harry sai de trás de mim e vai pegar a pipoca. Respiro aliviada e termino de pôr o refrigerante nos copos.

- O lanche está pronto! - Diz ele levantando os baldes de pipoca cheios.

- As bebidas também.

- Então vamos ao filme.

Harry coloca o DVD enquanto eu me ajeito no sofá. Fiquei tão empolgada com sua chegada que nem perguntei que filme vamos ver.

- Ei! - Harry olha para mim com a capinha do DVD aberta. - Que filme iremos ver?

- Um dos meus favoritos. - Ele vira a capa para mim. - Simplesmente amor.

- Achei que o seu favorito fosse Clube da Luta.

- Também. Por isso eu disse "um dos". Além do mais, dizer que seu filme favorito é Clube da Luta soa mais masculino.

Rio. Harry empurra o compartimento do DVD e vem se sentar ao meu lado.

                               ***

Já estamos quase na metade do filme. Minhas pernas estão dobradas em cima do sofá. Nem consigo imaginar a reação da minha mãe se me visse com os tênis vermelhos em cima do sofá branquinho. Mas tudo bem, eles estão limpinhos.

Meu braço esquerdo está colado com o direito de Harry. De repente, num golpe de mestre, ele levanta o braço fingindo passar a mão no cabelo e o reposiciona atrás de mim em cima do sofá. Teria sido perfeito, se eu já não conhecesse bem esse truque.

Decido então dar o próximo passo. Deito minha cabeça no ombro de Harry e chego mais perto dele, enquanto continuo a comer minha pipoca amanteigada normalmente. Ele então toma coragem e coloca seu braço bem atrás de mim, abraçando-me, sua mão pousada nas minhas costelas.

Ele bate freneticamente com o pé direito, como um tique nervoso, como se estivesse muito ansioso para fazer alguma coisa. Começo então a ficar nervosa com esse gesto. Tremo por dentro e por fora, esperando o inesperado. Harry percebe, mas não diz nada. Consigo finalmente me acalmar e respiro aliviada.

Olho para cima para fitar Harry. Seus olhos verdes estão concentrados na tela. Seu rosto macio e perfeito está sem expressão alguma. Seus cabelos cacheados molduram perfeitamente o seu rosto perfeito. Até que, algo acontece. Meu coração salta quando ele olha para mim.

Seus olhos verdes agora estão concentrados em mim. Seu rosto, antes impassível, agora demonstra um ar de confusão. Seus cabelos escorregam do alto, formando uma cortina lateral no seu rosto. E sua mão esquerda, que antes segurava o balde de pipoca, agora acaricia a minha bochecha.

E é então que ele beija. O beijo começa com certa urgência, como se ele precisasse muito disso, mas isso rapidamente acaba. O beijo se torna calmo, sereno, suave, bem diferente dos beijos calientes que trocamos ontem. O beijo parece durar horas, mas tenho certeza de que ficamos alguns minutos nos beijando.

- Você me beija, diz que não quer nada comigo e depois me beija de novo? - Sussurro para ele quando nos separamos, nossas bocas ainda muito próximas, resvalando umas nas outras. - O que você quer de mim?

- Eu quero você, Katherine. - Sussurra ele. - Só você.

- Como posso ter certeza de que não vai me deixar sozinha amanhã dizendo que deveríamos ser só amigos?

- Assim. - E ele me puxa para mais um beijo.

Já não ligo para quem está fazendo o que no filme, neste momento, somos só eu e ele. Eu e Harry. Sozinhos.

Ele coloca os baldes de pipoca no chão com cuidado para não derramarem, sem parar de me beijar. Ele deita no sofá, me deixando por cima dele. Não paro de beijá-lo nem por um segundo. Agradeço mentalmente à minha mãe por aquelas aulas de natação forçadas quando eu era criança. 

Obrigada mãe, agora eu tenho fôlego suficiente para beijar Harry Styles.

Sua mão esquerda agora acaricia meus cabelos castanhos. Sinto sua mão descer de meus cabelos, parar no pescoço e me puxar ainda mais para ele. Ela desce mais uma vez e se depara com a minha cintura, dando um leve apertão nela. Ela desce ainda mais e para confortavelmente sobre a minha coxa.

E é aí que o meu notebook toca.

Spaces Between UsWhere stories live. Discover now