O interior da construção era extenso e frio, isso porque não continha muitos objetos. Haviam algumas luzes ligadas no teto alto e algumas janelas altas nas laterais. Isso tudo você foi notando ao caminhar devagar pelo espaço. Curiosamente no centro do lugar havia uma espécie de altar, com livros grossos e algumas taças jogadas no chão. O que te fez questionar se ali acontecia algum tipo de ritual.

Um tanto sombrio.

A cada passo que você dava um arrepio percorria seu corpo, mas já estava ali e recuar estava fora de cogitação. Então passou pelo altar e encontrou atrás dele uma cortina vinho, que quando você a puxou, revelou pinturas na parede. Seu cenho se franziu olhando aquelas espécies de entidades estranhas desenhadas a mão. Era como se fosse uma entidade adorada.

Com passos para trás você se afastaria da parede pronta para deixar o lugar, até que a porta se fechou com força. Seu olhar seguiu o som, mas não havia ninguém.

"Acho que você tinha razão"

Na parede lateral uma sombra caminhava e a voz, você reconheceu a voz.

– Quem é você? – você perguntou seguindo a silhueta com o olhar.

"Você não precisa saber, apenas temer"

– A segunda opção não vai acontecer.

Bastou isso para que você o visse por inteiro. A grande capa vermelha e imponente sobre os ombros e o capuz cobrindo o rosto, dando um ar de mistério.

– Está sozinha, vai ser bem fácil. – falou dando passos em sua direção, te fazendo andar para trás.

O homem não era nenhum perito em artes marciais e nem estrategista em batalha, porém ele tinha algo invejável e simples: A inteligência.

No teto acima de ambos haviam vigas de madeira. E por estar naquele covil há bem mais tempo, ele sabia exatamente o que tinha que fazer. Diferente do que você imaginava, o encapuzado atirou aquela energia dourada numa pilastra de sustentação, fazendo a poeira surgir e desprender uma das vigas.

O objeto cairia em cima de você, mas quis o destino que sua reação fosse ágil e te fizesse pular para o outro lado para tapar os ouvidos depois.

A viga de madeira se desprendeu e caiu no chão abrindo uma rachadura. O som alto levantou poeira e ainda no chão o homem desapareceu de seu campo de visão, apenas os passos dele eram ouvidos. Ele gostava de mistério.

Quando você iria contra atacar, o lugar em que vocês estavam já não era um galpão abandonado. Era escuro, frio, o chão rochoso e o clima de morte. Um lugar que você desejou esquecer quando esteve nele. Vormir.

– O que está fazendo? – você falou, se vendo em pé outra vez naquele penhasco. Isso com o desespero começando a se apossar de você.

Era uma ilusão, onde ele podia fazer você quer o que somente ele quisesse, mas o vento soprava, a atmosfera era diferente e tudo isso fazia parecer real. Era como estar vivenciando outra vez a morte da mentora que você amava com todo seu coração.

"Vocês se julgam heróis"- você olhava para os lados, mas o encapuzado não era visível, somente a voz.- "Mas não a salvou"

– Não... – você murmurou lutando contra as lembranças ruins.

"E você teve a chance"

– Para! – você pediu, rondando o abismo que era Vormir. Aqueles dois pilares na montanha, as rochas gigantes, o lugar onde você a perdeu.

YOU AVENGER ² Where stories live. Discover now