Cap. 48 O que é meu

272 26 81
                                    

Capítulo revisado. 


Ainda não são 11h, mas tudo está escuro.

Passamos a melhor tarde todas e quase consegui me esquecer do imprevisto do almoço.

Quase.

Maxon estava além de irritado, mas no momento em que conseguimos ficar a sós a atmosfera em que o rodeava mudou para algo mais brando e delicado. Ele olhou em meus olhos e me fez ver mais sentimentos do que poderia sair de seus lábios em palavras. Em seus olhos havia um pouco de constrangimento, raiva, impulsividade e o que mais me comovia: esperança.

Era algo que eu sentia quando ele circulava a pontas dos seus dedos em minha mão ou quando sorria para mim quando eu conseguia tropeçar ou roubava um beijo seu.

Eu sentia de um jeito forte e vibrante que ele é meu e eu sou sua.

Apesar das minhas questões, eu sabia que o que tínhamos era verdadeiro e sempre vai ser verdadeiro, apesar de uma pequena parte ser falso, mas é apenas um mísero detalhe.

Mas aqui, na frente da porta da casa dos seus pais, voltamos à mesma aflição de quando saímos, porém um pouco mais relaxados com a esperança de todos terem ido dormir.

De simplesmente passar pela porta nos aconchegar nos braços um do outro e entrar em um sono gostoso.

Começamos a andar após o elevador fechar em nossas costas. Maxon me guiava com sua mão e tentamos ser discretos mesmo com algumas risadas baixas com piadas internas horríveis que são só nossas.

— Maxon Cálix Schreave. — Rosnou seu pai.

Senti os pelos que circulavam a espinha do meu corpo. Maxon sussurrou em meu ouvido me segurando pelos ombros como se estivesse com medo.

— Vá para o quarto, chego em um minuto. — E beijou minha testa se afastando. — Seu tom foi cauteloso.

Me arrastei pela parede torcendo para não ser notada e causar mais problemas até encontrar as escadas e nem um som eu ouvi pelo caminho até o momento que cheguei ao andar de cima, quando ouvi Maxon dizer distante.

— Senhor... — Baixo e distante.

Respirei fundo e puxei meu celular para enviar mensagens ao César, ele me deve algumas explicações bem claras sobre um certo acordo comercial que não foi me passado.

Concentrada em busca do contato, esbarrei em alguém e nem olhei antes de começar a me desculpar.

— Desculpe! Eu...— Comecei.

— Olhe por onde anda! — Diz o pedaço de perua que estava estacionada em frente ao quarto.

Aquela coisinha. Não me dei ao trabalho para conversar e puxei a maçaneta da porta do quarto. Então antes de entrar a curiosidade me tocou.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei de uma vez.

Notei mesmo no meio do luar suas mãos se movendo e o balanço da camisola levemente escondida pelo robe da garota.

— Eu... eu... — Gaguejou sem uma resposta certa.

Era irritante perceber que ela buscava uma resposta para algo óbvio.

— Veio ver o Maxon? — Falei com desdém.

— Eu... gostaria de falar em privado com ele. — Sua voz carregava um pouco de timidez, mas mesmo assim ainda tinha confiança.

— Com essas suas roupas de dormir? Quando todos estão dormindo? — Falei ríspida tentando conter o ódio.

Daphne vestia um robby preto de renda que não escondia nada a sua lingerie da mesma cor, era bem vulgar até mesmo para ela que estava na casa de outras pessoas.

Esse seu plano de tentar seduzir o meu namorado ficando pelada na frente dele não vai rolar. Tenho certeza que Maxon não trocaria carne por borracha, por esse é o gosto de tanto silicone.

Senti o sangue subir.

— É claro, por que não? — Diz esnobe. — Afinal falamos de Maxon Schreave.

Meu amor essa piranha loira está tentando subir para cima de mim? De mim? Logo eu que sou formada com diploma e carteirinha na mesma escola que saiu Blair Waldorf, Cherly Blosson e Lucrécia Montesinos. Sem contar em todo o dinheiro que eu esnobada em Londres. Se essa plastificada quiser passar por cima de mim ela precisa nascer de novo como uma princesa porque nessa vida não rola. Nem que para isso eu tenha que sujar as minhas mãos com essa vadia loira.

Já cansei de ser a boazinha, está na hora de America Singer mostrar um pouco as garras de felina.

— Olha, eu não sei em que zoológico você foi criada, mas que fique bem claro que não irá falar com MEU namorado com esses trapos, que você chama de roupa. — Notei seus olhos se arregalarem de surpresa pela minha fala e ajeitei a postura com superioridade, já que eu posso. — Então sugiro que pegue esse seu resto de brecho com seu corpinho de silicone barato e volte para o seu hospício de onde nunca deveria ter saído, porque apenas uma louca imaginaria essa ideia sua.

Fechei a porta sem olhar para trás deixando aquela desmilinguida para como uma estátua sem qualquer reação.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem imediatamente para César. Quero tirar a limpo essa história.

"Meu doce e adorável César,

Venho por este te desejar uma feliz páscoa, pois não sei se terei tempo para isso nos próximos dias, espero que seu descanso com o feriado possa refrescar a sua memória e se lembrar que tem documentos sobre uma aliança com a família Schreave que ainda não foram me encaminhados e sabe muito bem que a empresa da minha família trabalha com pessoas integras e que levam o trabalho muito a sério, ou estarão no olho da rua, então aproveite o feriado. Quero esses papeis no meu apartamento na segunda, não me interessa em como vai conseguir isso, lembre-se quem é que manda aqui.

Um beijo de sua queria patroa,

América Singer"

Já cansei de ser a boazinha para esse tipo de pessoa vou voltar a ser a America Singer.

A poderosa, estilosa, milionária, determinada e temida America Singer.

Lembro das palavras de meu pai, você tem um poder nas mãos que não imagina.

Ah papai, se você soubesse o tanto de gente que eu pisei sabendo muito bem o poder tinha o meu sobrenome deve se remoer no túmulo por conta disso.

Já minha mãe, sabia bem a cobra criada que tinha em casa, ela me via esnobando as modelos da sua revista e as obrigando manter a forma porque aquilo não era uma revistinha que garotos compravam para se masturbar era uma revista de nome, onde os mais ricos compravam para se inspirarem sobre as tendencias. Ela me xingava, mas no fundo eu sabia que se impressionava em como eu colocava as modelos em ordem sem ter a menor obrigação a isso.

E meu caro tio me ensinou que nunca abaixe a cabeça para ninguém, você é superior só pelo sobrenome e pelos 6 dígitos na sua conta bancaria de desemprega, menor de idade e estudante, então se faça superior e não deixe ninguém tomar o que é seu.

Ninguém nunca tomou, nem mesmo agora quando aquele cretino que se acha poderoso e inteligente, nem imagina que eu controlo tudo por suas costas. E é claro vou colocá-lo atrás das grades sem nem me arrepender.

Então querido titio, você não vai tomar o que é meu.

Ninguém vai.

Ou não me chamo América Singer.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

OIOIOIOI meninas 

Realmente achei que não iria postar o capítulo de hoje, mas veio uma inspiração. 

Me digam o que você acharam sobre essa volta da "antiga América" e o que 

devemos esperar sobre essa personagem de agora em diante. 

Espero que estejam gostando. 

Um beijo, se cuidem e até amanhã

Mudando os horizontesWhere stories live. Discover now