O quê você quer afinal?

You?

Sentia-me leve. A seda tocava meu corpo como se tivesse o abraçando. O travesseiro macio apoiava a minha cabeça de tal forma, que parecia que o mesmo foi moldado sob medida para mim.

Estava com preguiça de levantar. Provavelmente teria que ir trabalhar hoje, o que me deixava frustrado em meio a tanto conforto... Mas aquele colchão estava tão macio hoje...

Se estivesse no Japão, iria querer me casar com aquela cama!

Me espreguicei na cama sentindo o meu corpo leve, com a maravilhosa sensação de uma boa noite de sono. Abri meus olhos de forma preguiçosa, encarando o teto cor de areia acima de minha cabeça.

Não lembrava de ter pintando meu teto dessa cor...

Levantei meu tronco devagar, sentando na cama, encarando o quarto que deveria ser meu. Deveria... Mas não era.

Aquele cômodo era enorme... do tamanho de uma suíte. Ao meu lado direito, havia uma janela enorme com cortinas de cor caramelo que ondulavam de acordo com a brisa lá fora, em minha frente havia uma cômoda e uma televisão tela plana fixada na parede e por fim um grande guarda-roupa de madeira escura na parede do lado esquerdo da cama próximo de outra porta.

Aonde eu estava?

Virei minha cabeça em direção a janela tentando puxar de minha memória como tinha parado ali.

Não lembro de ter saído com ninguém... Do jeito que a minha vida estava um caos o único caminho que fazia há meses era o da minha casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade e da faculdade para minha casa.

Não tinha saído com ninguém do trabalho e nem da faculdade. Por causa de minhas faltas constantes o povo da faculdade meio que se afastou de mim, só Henry que continuava me ajudando por ter uma alma boa... E ESSA NÃO É A CASA DELE! E no trabalho o pessoal me vê como o filho da amiga da esposa do chefe, então o máximo que tenho lá é um coleguismo superficial regado de segunda intenções... Até parece que eu tenho algum privilégio naquela empresa.

Mas onde estou afinal?

Minha linha de raciocínio foi cortada pelo o som de um assobio.

- Adoraria acordar todo o dia com essa visão.

Aquela voz...

Virei meu rosto para o lado esquerdo dando de cara com aquela porta próxima do guarda-roupa aberta, mas o meu susto não foi em vê-la aberta e sim ver aquele oxigenado filho da puta quente como o inferno, vulgo o meu novo chefe, sair de lá com uma toalha na cintura presa por um nó frouxo e outra em seu pescoço - provavelmente ele estava a usando para secar os cabelos já que estavam bagunçados -. Pequenas gotinhas caíram despreocupadas por seu corpo e findavam-se em sua toalha.

O quê ele está fazendo aqui?

- Bom dia Donghae-Ssi.

- O quê está fazendo aqui!? E cadê as suas roupas?

- Estão no mesmo lugar que as suas.

QUE!?

CADÊ MINHAS ROUPAS!?

Estava tão distraído tentando descobrir aonde me encontrava que não percebi que estava nu. Isso mesmo, eu estava só de cueca enrolado com um lençol de seda.

PERA AÍ!

- Não me diga que...

Minha fala morreu. Meu coração falhou uma batida e meu rosto ficou vermelho.

Eu não transei com ele!

Ou transei?

Tomei um susto ao sentir aquele "The Mônio" sentar entre minhas pernas, jogando os braços ao redor do meu pescoço e com o sorriso mais puto que já vi.