— Porque minha presença em seu quarto lhe incomoda? Está nervoso comigo aqui? - Antes de lhe responder o Barão entrou e estranhou Samuel e Danilo estarem próximos e no quarto de seu sobrinho.

— Interrompo algo?! - Ele pergunta.

— Não meu tio. Eu estava contando um pouco da minha história para o senhor Danilo. O senhor deseja algo? - Antes que o barão dissesse algo, um grito foi ouvido.

" QUE VENHAM OS BATUQUES!"

— Meu Deus! Que gritos são esses? Parece da Baronesa! - Samuel falou.

— Exatamente! Por isso vim, Danilo sua mãe exagerou na bebida e está um pouco alterada. Gostaria de lhe pedir para levá-la para a charrete que deixei do lado de fora. - Danilo confirmou com a cabeça e os três desceram. Ao chegar na sala encontraram a Baronesa rodando de um lado para o outro pedindo mais vinho e os BATUQUES.

— "OLHEM!! MAIS CONVIDADOS CHEGARAM A LA FIESTA. ARRIBA!!!!" - Danilo estava envergonhado e Samuel ria da situação e incentivava.

— Dança urubu, requebra urubu!!! - Danilo ria junto com Samuel, e Elias percebeu o clima dos dois. Quando a Baronesa cansou, Danilo levou ela com certa dificuldade para a charrete.

— Barão, banqueiro e Sr. Samuel, me perdoem pela minha mãe. Espero poder vir amanhã, para continuarmos a conversar Samuel. - Ele subiu e assim a charrete partiu.

Todos voltaram para a sala rindo.

— Samuel! Eu e o Banqueiro vamos conversar algumas coisas e gostaria de falar com vosmecê! - Seu sobrinho assentiu, e subiu para o quarto.

Em meio a pensamentos, ele resolveu escrever uma carta para sua mãe. Foi até a mesinha, pegou um papel, pingou a pena no tinteiro e começou a escrever.


Agosto de 1892

      Mamãe! Quanta falta a senhora me faz, seus carinhos, beijos, comida e sua companhia. Seu sorriso sempre alegrava meu dia, sua proteção me fazia sentir especial. Estou aqui há algumas semanas, e elas não têm sido fáceis, mas graças a sua força que me foi herdada, estou superando tudo.
      Meu tio também é um excelente homem, educado, é muito bondoso comigo, cuida de mim como um pai. Falar nele, como ele está? Apesar de tudo me preocupo com ele. Como anda as finanças? Quer que eu peça para meu tio mandar alguma ajuda para vosmecês? Aguardo sua carta de resposta.
   Te amo minha mãe, dê um beijo em minhas irmãs e espero que meu pai já tenha me perdoado.
                      Atenciosamente Samuel Gonçalves, seu filhote.


Após escrever, Samuel a dobrou, colocou em um envelope endereçado e colocou selos. Estava com algumas lágrimas, afinal a saudade de sua família era grande. Foi tirado de seus pensamentos com batidas na porta, ele guarda a carta e abre, era Alaor.

— O Barão está lhe esperando no escritório!

— Eu já estou indo. - Samuel se recompôs e desceu para encontrar seu tio.

Deu duas batidas na porta e entrou, seu tio pediu que ele sentasse.

— Pelo tempo que está aqui, eu posso me considerar seu amigo? - Seu tio perguntou e Samuel estranhou.

— Claro meu tio! O senhor tem se tornado mais que meu amigo, um verdadeiro pai! - Elias ficou feliz de ouvir aquelas palavras.

— Eu perguntei isso, porque quero lhe perguntar algo pessoal. - Samuel assentiu e seu tio continuou - Eu sei de tudo que houve, mas não consigo sentir verdade nessa história. Vosmecê mal fala do seu noivo, não vejo carinho em sua voz, sempre que pergunto, vosmecê fica estranho, até mesmo nervoso. Me diz a verdade! - Samuel ficou mexido pensou em dizer a verdade, mas o medo foi maior.

CARTAS PARA MEU NOIVO ( Mpreg )Where stories live. Discover now