𝗨́𝗡𝗜𝗖𝗢 - beijos quentes.

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PARIS AMANHECEU MERGULHADA NUM FRIO INSUPORTÁVEL, obrigando os Parisienses a desencaixotar seus casacos e luvas. Nas ruas, uma multidão acelerada percorria pelas faixas de pedestre enquanto alguns carros tentavam se desvencilhar dos montes de neve que pintavam quase toda a cidade.

— droga — Chloe sussurrou por de baixo do cachecol que cobria sua boca. A verdade era que a Bourgeouis não tinha boas relações com o frio, já que sempre fora uma pessoa primaveril.

Seus pés afundavam conforme caminhava pelas calçadas tingidas de branco, e a cada passo que dava, resmungava palavras nem um pouco dóceis. Finalmente, depois de 5 longos minutos, chegou na padaria dos Dupain-Cheng.

Fora convidada por Marinette para saborear um chocolate quente de cortesia. Sinceramente, Chloe sabia que quando o convite veio a tona, a Dupain-Cheng contava com uma recusa de sua parte. Marinette ficou tão surpresa que não soube manter seu habitual sorriso, apenas fez uma expressão estranha e murmurou um "até lá então" antes de se afastar.

E lá estava ela, a grande Chloe Bourgeouis que complicou a vida acadêmica de Marinette a níveis estratosféricos prestes a cumprimenta-lá educadamente.

— Bom dia Dupain-Cheng — disse, aproximando-se sucintamente do balcão, onde apoiou os dois braços.

— Bom dia Chloe  — respondeu a garota meio desconfortável — é... um prazer... NÃO! calma, não que sua visita não seja prazerosa e tudo mais... — Marinette perdeu-se nas palavras, e depois de se auto sabotar com a língua, finalizou sua fala — é muito bom te ver aqui, fico feliz que tenha aceitado meu convite.

Um sorriso singelo fez-se presente no rosto da loira, já fazia tempo desde a última vez que sua presença foi apreciada de maneira positiva.

Marinette estendeu a mão indicando uma mesinha, e logo pediu que Chloe a acompanhasse.

— Já lhe trago o chocolate quente e uns biscoitos! por conta da casa!

— Biscoitos? achei que a cortesia era apenas o chocolate.

— Hum... digamos que alguém me pediu que eu lhe entregasse certos biscoitos.

A constatação elevou um ponto de interrogação na cabeça de Chloe. Alguém encomendou biscoitos pra ela? seria o seu pai ajudando os comércios locais?  um presente de Sabrina? não havia muitas hipóteses a serem feitas, já que o número de pessoas que a odeiam é mil vezes maior das que gostam.

Assentiu e esperou em seu lugar. O dia estava cinzento, molhado e frio mas de alguma forma, ela sentia um ponta de calor queimando dentro de sua garganta. Sentiu mariposas no estômago, e, mesmo que os biscoitos e o chocolate quente fossem uma fachada armada por seu pai o seja lá quem for, deixou-se levar pela pequena voz de seu cérebro que dizia que o gesto foi genuíno e sem segundas intenções.

Quando Marinette estendeu a bandeja sobre a mesa, o coração de Chloe quase pulou para fora da boca. Analisou bem cada biscoito meticulosamente decorado com pequenas abelinhas e notas musicais. Mas o do centro lhe chamou a atenção. Uma guitarra vermelha, esse era o foco principal no prato com biscoitos. Naquele momento, não houve dúvida: o remetente deste presente é, com toda certeza, Luka Couffaine.

"merda" pensou. Chloe não era uma pessoa frágil, sua mente era muito estável e bem protegida, mas Luka Couffaine... Luka Couffaine não respeitou nenhuma barreira, entrou de vez dentro da mente da garota, lentamente conquistando mais espaço.

Chloe lembrou-se das vezes que o garoto dedilhou delicadamente os dedos na guitara e de como ela desejou que ele dedilhasse sua cintura também. De como seus olhos se encontravam despretensiosamente nos ensaios da Kitty Sectione de como cada pequeno contato entre os dois a desmanchava completamente.

chocolate quente.Where stories live. Discover now