Três

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– O que estamos fazendo aqui, Perce? 

As aulas já tinham acabado, faltava duas horas para o jantar ser servido e Percy Weasley havia ido ao campo de quadribol por vontade própria. Oliver não entendia, porque o garoto mal ia aos jogos da Grifinória e se recusou a explicar o porquê enquanto eles caminhavam até o campo consideravelmente mais escuro do que o normal agora. Percy colocou o livro que carregava no chão e tirou na varinha do bolso. 

Oliver assistia completamente atordoado Percy pegar uma pedra perto deles e transfigurá-la em uma versão muito mais baixa e acessível de um aro. Antes que Oliver pudesse perguntar alguma coisa, Percy trouxe, através de feitiços, a goles e um dos bastões. Quando Percy agarrou o bastão que voava em direção e o botou em cima do ombro enquanto prendia a goles com o pé e virava-se para encarar o goleiro, Oliver deu um passo para trás. Não. Ele não deu um passo para trás, ele foi empurrado pela visão à sua frente. Nunca em todos esses anos convivendo com Percy Weasley poderia ter sonhado em vê-lo segurar um bastão no meio do campo de quadribol com seus cabelos ruivos balaçando como se ele tivesse mesmo em cima de uma vassoura. Seria impossível para Oliver explicar qual o tipo de desarranjo havia em sua mente naquele momento e nem se importou de parecer tão bobo para Percy como ele mesmo se sentia. 

O Weasley abaixou-se para pegar o livro que havia trazido consigo e quando ergueu seu olhar novamente, ele sorriu. Sorriu de verdade. Não era aquele sorriso que ele dava aos professores quando o elogiavam ou perguntavam de seus pais, nem o sorriso que usava em conversas banais na mesa do café da manhã. Não. Percy sorriu a ponto de seus olhos se encolherem e Oliver não se lembrava de um dia tê-lo visto sorrir a ponto de alcançar seus olhos cor de céu.

– Vamos estudar, Wood. 


After The Game I PERCIVERWhere stories live. Discover now