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Rafaella ligou o som do carro e foi cantando até em casa. Era incrível o que um dia perto de Bianca tinha feito com ela. Se sentia mais leve, mais viva, mais mulher e mais segura, era como se a carioca tivesse achado uma nova Rafaella, e ela se sentia muito melhor nessa nova Rafaella do que na antiga.

Guardou o carro e foi entregar as chaves para tia, agradeceu inúmeras vezes por ela ter ajudado e disse que no dia seguinte conversaria melhor com a tia. Agora era a hora de falar com os pais.

Ela respirou fundo antes de passar pela porta e quando entrou encontrou a mãe e o irmão em casa.

-Oi gente, tudo bem? - disse receosa, por mais que a tia tenha dito que ia acobertá-la, sua mãe parecia ter um sexto sentido para quando ela fazia alguma coisa escondida.

-Fala aê cabeção. - Renato cumprimentou a irmã com o toque especial deles, e voltou a ver televisão.

-Oi filha, como o foi o dia hoje? - Genilda estava arrumando a mesa do jantar, mas logo notou que tinha algo errado com Rafaella. Ela estava com um sorriso meio bobo, parecia mais feliz. Não era a mesma que saiu de casa de manhã cedo.

Rafaella foi se aproximando da mãe e lhe deu um beijo no rosto.

-Foi muito bom mãe - Ela falou baixo para a mãe - Preciso falar com você, mas sem o pai, pode ser?

Genildaa sorriu e concordou com o pedido da filha. Não demorou muito para Sebastião chegar e passaram o jantar inteiro falando das ideias que ele estava tendo de abrir o próprio restaurante. Saiu até uma mini discussão, com Genilda dizendo que ele não tinha juízo e nem dinheiro para cuidar do próprio negócio e ele dizendo que ela não estava dando apoio para ele. Por fim a situação foi amenizada quando Rafaella disse que ele poderia buscar um sócio em vez de tentar financiamento em banco.

Os meninos cuidaram da louça e de arrumar a cozinha, mãe e filha foram para o quarto dela ter a conversa. Rafaella sentou na cama de pernas cruzadas, pensando em como contar para a mãe o que estava acontecendo. Genilda puxou a cadeira e ficou olhando para a filha.

-Então, o que você quer me contar?

-Mãe - respirou fundo - Lembra da exposição de sexta? Pois é, a amiga que encontrei, na verdade foi a própria fotógrafa. Tipo, eu tava lá olhando pras fotos maravilhada e ela veio e começou a conversar comigo, ficamos conversando a noite inteira e no outro dia...- Vendo o olhar de desconfiança da mãe, Rafaella achou melhor omitir a parte que Bianca quase atropelou Renato - e no outro dia, a gente se encontrou lá na praia, e ela me convidou pra posar pra ela, pros trabalhos dela sabe? E eu quero fazer isso mãe.

- Mas Rafa, como assim posar? Quem é essa mulher? Porque ela quer que você pose pra ela, você nem é modelo e filha eu sei que você é linda, mas isso tá muito estranho. Se ela for traficante de pessoas?

-Credo mãe, ela é uma fotógrafa conhecida no mundo inteiro. Olha só. - Rafaella levantou e pegou uma entrevista que tinha achado na internet com Bianca - Viu?

-Rafaella, uma entrevista na internet qualquer um dá hoje em dia, não quer dizer nada sobre ninguém.

-Poxa mãe, confia em mim, ela é do bem. Até me ofereceu um emprego de verdade.

-Oi? Como assim emprego de verdade?

-Ela viu que me interessei pelas fotos e por todo o processo, e me chamou pra ser assistente dela, onde eu posso aprender uma profissão mãe, e olha só, eu posso fazer teste, se eu não gostar eu volto pra tia Helena.

-Tá maluca Rafaella? Sua tia te paga, você tem um emprego de verdade.

-É, mas não quero ficar ali pro resto da minha vida.

Se não for você... Où les histoires vivent. Découvrez maintenant