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Narrador POV

Bianca estava parada encarando Rafaella, e o menino que a olhava com um sorriso nos lábios. O mesmo sorriso da irmã.

- Você está bem mesmo? - a carioca falou, indo em direção ao menino - Eu... não vi, me distraí, quando olhei ele já estava na minha frente, nossa, meu coração está a mil. - Levou a mão ao peito, e sentiu seu próprio coração disparado.

- O seu ta a mil?! Olha o meu. - Rafaella pegou a mão que Bianca levava ao peito e colocou no seu. - Sentiu? Vai sair pela boca. - Sorriu olhando a fotógrafa.

- Nossa, como vocês se assustam fácil. Nem sangrou nada! - Renato dizia olhando para as duas.

-Vira essa boca pra lá, Zé ruela, tá maluco é? Aliás, você é maluco, porque você disparou no meio do estacionamento. A Bianca ruim de roda e você correndo feito louco nesse estacionamento, foi por Deus, que isso não acabou em desgraça. - Rafaella respondeu, num tom de bronca e brincadeira com o irmão. Era fato, por mais levado que Renato fosse e por mais sustos que ele desse nela, ela jamais conseguia ficar mais de 5 segundos brava com o pequeno.

-Opa, ruim de roda? Credo, Ella, também não é assim, eu estava devagar, e - Rafaella e Renato estavam rindo de Bianca, que não completou a frase e começou a rir com eles. - Tá. Deixa eu me desculpar pagando o almoço pra vocês?

-Isso a gente pode negociar, nada que umas batatas fritas não resolvam e assim eu perdoo você...

-Que isso trem, se comporta. - Rafaella olha Bianca - Aí Bi, desculpa, e não queremos te dar trabalho, não precisa se preocupar com almoço até porque a gente já estava indo pra casa. Nossa mãe ta esperando pro almoço em casa, sabe como é.

-Ah Ella, mas eu fico mal, quase machuquei seu irmãozinho, e ele quer comer batata frita, imagino que a comida da sua mãe seja gostosa, mas será que ela bate a super batata frita do Beto aqui? - Bianca jogou seu charme pra cima de Rafaella, era a oportunidade batendo na porta dela de novo, não poderia perder.

- É cabeção. Vai, liga pra mãe e diz que a gente vai ficar aqui. - Renato falou pra Rafaella com olhos pidões. - Por favor.

-Meu Deus, que bombardeio vocês dois hein?! Tudo bem, eu falo com a mãe. - Rafaella foi voto vencido, por mais que ela adorasse a ideia de almoçar com Bianca, não queria ter problemas em casa.

-Ótimo, vou estacionar o carro e a gente senta ali pertinho da praia. - a carioca disse com um sorriso encantador, e foi em direção ao carro.

Renato pegou sua bike, e foi guarda-la junto com a de Rafaella, enquanto a mesma foi ligar pra mãe.

Não foi fácil, mas a mineira jogou com a mãe e prometeu fazer o jantar de sábado, e almoçar com a família inteira no domingo, sem reclamar. E assim, conseguiu garantir seu almoço surpresa com Bianca.

Ela mal podia acreditar que tinha encontrado a fotógrafa ali, e bem, ela ainda mal acreditava na noite que teve, então, tudo ainda parecia um sonho.

Sentou em uma das mesas que ficavam de frente para o mar, e aguardou enquanto, Renato e Bianca iam se aproximando rindo, pareciam totalmente íntimos. Esse era o poder da carioca, cinco minutos perto dela e você já estava completamente vidrado nela.

Eles se sentaram e Rafaella percebeu que Renato estava contando sobre o jogo que os dois tiveram mais cedo.

-Então, você é jogadora também Dona Rafaella? - Bianca falou num tom de brincadeira - To vendo que você é uma deliciosa caixinha de surpresa. - Sorriu maliciosamente.

Rafaella corou com o comentário e agradeceu internamente por Renato estar entretido com o cardápio, em vez da conversa delas.

-Que nada, é só que eu tenho irmão caçula, então acabo ficando meio moleque. - Ela olhou a fotógrafa nos olhos meio sem jeito. Ainda não sabia como lidar com o beijo da noite anterior, não sabia se ela sentia a mesma coisa, se pensava no beijo, que nem bem beijo era. Rafaella estava confusa, mas não tinha coragem de enfrentar a fotógrafa. Vai que tudo não passava de imaginação dela.

Mas quando ela olhava Bianca, sabia que não era só isso. Que tinha algo mais. Ela queria algo mais.

-Claro, eu sou filha única, então não sei como é esse laço que as pessoas criam, é meio chato não ter irmãos.

-Só se for pra você. A Rafa é mó chata, pega no pé igualzinho minha mãe. Quando me livro de uma vem a outra - Falou Renato com um tom indignado na voz.

-Mas olha só, vou te deixar em casa da próxima vez. - Rafaella disse, e riu junto com Bianca.

-Brincadeirinha cabeção.

Fizeram os pedidos, com direito a duas porções de batata frita, afinal Bianca quase tinha atropelado Renato, e ele fez questão de lembrá-la desse enorme detalhe. Quando os pratos chegaram, almoçaram em um clima leve, sempre com brincadeiras entre os três.

Após o almoço, Renato pegou a bola e foi jogar, Rafaella e Bianca puderam ficar sozinhas pela primeira vez no dia.

-Rafaella, preciso te pedir uma coisa. - disse séria.

A mineira olhou direto nos olhos da fotógrafa e sentiu seu coração apertar. Marina ia falar da noite passada, do que tinha acontecido na porta da sua casa, ela ia tirar essas ilusões que Rafaella estava tendo, não sabia se estava pronta pra ouvir isso, não sabia se queria ouvir.

Vendo que Rafaella não respondia, Bianca segurou a mão dela.

-Desde que te vi ontem à noite, eu não consigo parar de pensar, que eu preciso, eu necessito eternizar você pra mim e a melhor forma de fazer isso é te fotografando. - Bianca olhou para Rafaella, molhou os lábios, sorriu para ela. - Deixa eu te fotografar, Ella? Deixa eu ver a sua alma?

A mais nova ficou sem palavras. Não era o que ela estava esperando ouvir, e a forma como Bianca disse, devorando-a com os olhos e ao mesmo tempo parecendo uma menina indefesa que precisava dela, Rafaella não sabia o que dizer.

Diante do silêncio da mineira, Bianca agiu.

-Pensa e segunda-feira você vai lá no estúdio, conhece o local e me responde, pode ser?

Involuntariamente Rafaella apertou a mão de Bianca, e sorriu pra ela, voltando a respirar novamente.

-Eu vou lá, prometo.

🗼

Boa tarde.

Vemos claramente que Rafaella vai morrer de gay panic.

Vocês tão gostando? Me falem...

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