𝓺𝓾𝓪𝓽𝓻𝓸

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Meu dia se resumiu a isto. O silêncio que me matava. Me consumia por dentro.

Eu já não aguentava, deveria ser algo como umas uma ou duas da manhã quando me dei por conta de que todas as garotas ali já estavam a dormir

Me levantei com cuidado e sai. Apenas respirar o ar fora da comunal me fez bem. Quando me dei por conta estava indo em direção a cozinha, talvez pelo velho hábito de ir lá durante algumas noites

Até que sinto alguém ficar em minha frente e então me encosto na parede mais próxima por puro impulso

- Já não esta tarde demais para que você fique andando pelos corredores? - a voz era familiar, o fator de ouvir ela com mais constância nos últimos dias me fez perceber que era o sonserino amaldiçoado

- Pergunto o mesmo a você. - Levanto o queixo e direciono meus olhos ao dele, algo naquele maldito verde dos olhos dele me fazia revirar o estômago.

- Disse a alguém que eu a acompanhei até a torre? - jamais me fizeram pergunta tão idiota, como se ele não lembrasse de todos por quem passamos enquanto ele me levava até lá

- Precisava dizer, ou quer que eu faça um poster para divulgação? - Merlin. Ele conseguia me deixar ao desastre da sanidade em segundos.

- Qual a razão para você apenas não desaparecer da minha frente? - A voz dele era ácida, e se fosse de fato tenho certeza de que ele já teria me queimado de propósito

- Anjinho, você está na minha frente e impedindo a passagem. - rio de canto. Isso me anivama. O fator de irritar ele e conseguir era algo que fazia o sangue voltar a correr em minhas veias

- suas palavras me mandam embora e teu corpo tenta me impedir de fazer isso, estranho não? - um sorriso sarcástico nasceu em meu rosto

Sinto o baque de ele apenas colocar a mão ao lado de minha cabeça

- Se acha muito corajosa não é, Black? - ele diz meu sobrenome com repulsa enquanto tudo que eu senti foi orgulho

A repulsa dele era pelo fato de minha família não apoiar a supremacia de sangue, meu orgulho era por não está em um movimento ridículo que tenta dizer que uns são melhores que os outros apenas por seu sangue sendo que a magia que flui é a mesma.

- Apenas defendo o que acredito, da mesma maneira que você. - ele empurra sua mão contra a parede, naquele momento eu poderia quase jurar que ele me daria um tapa.

Mas ele apenas sai me deixando sozinha enquanto ajeitava seu traje. O emblema de monitor brilhava logo em seu peito, além de metido e supremacista de sangue o demônio ainda ter mais direito que os outros apenas por carregar um broche.

Volto a traçar meu caminho de volta a minha sala comunal, sei que não iria dormir mas era bom tentar cair na minha própria mentira.

O dia amanhece e eu ainda estou aqui. Sentada no chão da comunal, meus olhos ardiam e eu já não sabia se eram lágrimas ou sono.

Demoro no meu banho, ouço demais garotas entrarem e logo saírem enquanto eu continuava lá. Meus pensamentos pareciam ser silenciados cada vez que a água tocava em minha cabeça ou meu corpo.

Quando finalmente termino o banho e me apronto acabo por perceber que todas as outras meninas já haviam saído dali. Prendo o cabelo com a varinha enquanto corria para o salão em busca de não perder o café da manhã, eu já havia perdido a noite de sono e não perderia meu café.

Ao chegar lá avisto o Diggory na mesa da Lufa-Lufa e me direciono sem ao menos pensar para a mesa da Grifinoria onde estava Gina e Hermione a conversar.

Eu sentia que as pessoas me olhavam, eu não sentia vergonha por isso afinal o que eu e Cedric tinhamos não era nada que se espalhasse.

- se não for incoveniente perguntar, quem te tirou da multidão na noite anterior a esta?- a voz de Ginny ecoa por meus ouvidos enquanto eu puxava a jarra do suco de abóbora

- ninguém, sai sozinha - direciono o olhar a ruiva apenas quando a vejo sorrir ladina

- desembucha Weasley - digo já sem tanto ânimo, essa alegria matinal dela me fez rir

- pois tem um "ninguém" te olhando a ponto de faltar se levantar da mesa da Sonserina e vir aqui diretamente - meus olhos seguem para a mesa da Sonserina sem pressa, ele estava me encarando antes mesmo que eu pudesse encontrar seus olhos

Meus olhos se reviram sem que eu pudesse evitar. O que se passa na mente do Riddle?!

- aposto que em questão de instantes ela está aqui, me dá arrepios de uma maneira não boa. - diz Hermione enquanto enchia a boca com um pedaço de torta

- Ron e Harry faltam babar de tanto olhar para vocês e eu não falo nada, o olhar de tom não passa de uma intriga que ele criou na própria cabeça - bebo o suco enquanto a Granger revira os olhos e Ginny desdenha de minha fala

- quem se importa com Ron e Harry, quando se tem Oliver Wood intrigado se vem até você ou não - diz a Wesley com deboche, Ginny tinha o humor parecido com o de George algumas vezes

- podemos comer sem falar de caras e qualquer coisa que os acompanhem? - não consegui sequer terminar minha fala e os gêmeos se sentem a meu lado

- S/a eu e George estávamos pensando, com o nossos eu's interiores - odiava quando eles faziam isso, me refiro a eles pensarem e a completar as frases um do outro

- O que acha de irmos a torre de astronomia após o jogo ? - Hermione e Ginny riam baixo como se soubessem de algo, isto me faz revirar os olhos e encarar os dois gêmeos

- se vocês pensaram pra isso, então é furada. Vou pensar entre levar uma detenção com vocês ou ficar quietinha na minha comunal sem demais advertências - ouço os dois murmurarem "não se arrependerá" igualmente

Quando olho para meu copo de suco, já se fazia vazio. Maldito Frederic Weasley.

- Oliver - é um murmuro solto por Ginny, baixo mas não o suficiente para não chegar a meus ouvidos

O grifano sorri, ele não era tão alto quanto os gêmeos e tinha apenas alguns centímetros a mais que eu. Ele sussurra meu nome, parecia um pouco envergonhado

Aceno com a cabeça para que ele me acompanhasse, eu teria de ir para a aula de poções e seria uma ajuda para me livrar do assunto das garotas

Elas não eram assim rotineiramente, falando sobre garotos. Geralmente senta anos e discutimos sobre os estudos ou a vida pessoal em outros âmbitos

- hoje ocorrerá o jogo, sonserino e grifanoria... - ele parecia repassar em sua cabeça o que estava dizendo

Caminhava logo a meu lado e gesticulava com as mãos enquanto as palavras saiam de sua boca

- tenho a grande intenção de ganhar o jogo desta noite, e não parei de pensar em lhe perguntar - ele para de caminhar e eu faço o mesmo enquanto o encarava

- aceitaria sair comigo, não precisa ser hoje, apenas lhe faço o convite - um sorriso genuíno cresce nos lábios dele, as bochechas vermelhas combinavam com o suéter que ele usava

- me busque logo enfrente minha comunal, antes do jogo - ele se aproxima de mim e sussurra próximo a meu rosto

"Posso?"

Aceno com a cabeça e logo sinto seus lábios tocarem minha bochecha rapidamente, ele questiona se eu quero sua companhia até a sala e eu aceno que não

Afinal, a aula dele era do outro lado do castelo e eu não o atrasaria. Mesmo assim ele me acompanha até o corredor da sala de poções e então da meia volta

Já havia alguns alunos em sala e logo a multidão de lufanos e sonserino adentra

Quando a aula se inicia Retiro de dentro da pequena bolsa que carregava os pergaminhos. Colocando-os sobre a mesa

Quando Riddle chega se senta a meu lado mas sequer me olha. Reviro os olhos com sua atitude de criança mas logo direciono diretamente a ele quando ouço um cintilar de vidro.

...

𝐌𝐄 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐀 𝐒𝐄𝐑 𝐒𝐔𝐀 :: ᵗᵒᵐ ʳⁱᵈᵈˡᵉʳWhere stories live. Discover now