18 화

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4:40 AM

Jimin entrou em sua casa, cansado, sentindo seus braços doerem como se tivesse carregando caixas pesadas consigo. Ele se jogou no chão da sala, procurando pelo seu cachorrinho. Seu olhar percorreu por toda a casa, vendo que nenhuma porta estava aberta, então o animal de estimação só poderia estar na varanda ou escondido em algum canto da cozinha.

Ele se levantou com dificuldade, abrindo a grande cortina, vendo a rua completamente vazia, com apenas algumas luzes ligadas. Ele viu seu cavalete vazio, e então arregalou seus olhos, encarando, desta vez, os seus sapatos, que estavam cobertos de tinta. Ele havia parado tanto tempo para aproveitar a brisa da sombria noite, que nem mesmo percebeu a bagunça que o seu cachorrinho havia feito.

O chão da varanda estava coberto com tinta azul, e seu quadro, que por tanto tempo trabalhou nele, estava sobre a cor cintilante. Sua arte estava completamente manchada. Era o Jungkook, ele estava sorrindo, sentando na grama da pracinha, encarando um buque de flores amor-perfeito. Tanto o quadro quanto o seu vínculo com aquele garoto, foram por água abaixo. Tais águas eram suas lágrimas, que deixou cair por todo o seu percurso para a casa, e quando chegou no seu doce lar, elas voltaram, manchando as paredes, fazendo as flores chorarem também. O clima havia ficado extremamente amargo.

Já se passara algumas semanas depois do sumiço do seu grande amor, mas, ele ainda sentia uma tristeza extrema, que apenas se aumentava conforme o tempo passava.

Jimin encontrou o seu cachorro encolhido detrás do cavalete, encarando seu dono com seus olhos brilhando... ele também estava chorando. Todos estavam. Ele sentia isso, pois em seu pensamento era assim. Quando sua felicidade ia embora, tudo se inundava em uma profunda melancolia, então, tudo que ocupasse sua mente, agora estaria triste também.

Seus olhos estavam cobertos por lágrimas, ainda segurando a pintura perdida, com seus braços manchados com a tinta azul, assim como seus sapatos novos. Ele se agachou no chão, sujando também a sua roupa. Não importava, nada mais importava.

Sua felicidade se tornara provecta, os sentimentos dolorosos que tanto evitou sentir, voltaram com extrema força. Fora como uma pancada, que lhe deixou tão machucado ao ponto dele não conseguir mais se levantar.

6:00 AM

Violet corria pelos enormes corredores do orfanato, entrando em todos os quartos a procura da sua amiga Hilary. A garota havia ficado distante de si por semanas. A outra não sabia o que estava acontecendo, mas estava disposta a descobrir o motivo daquele distanciamento, mesmo que lhe deixasse chateada. O que lhe magoava mesmo era a solidão.

A garotinha encarou o céu, se aproximando da grande janela do saguão. O Sol estava brilhando intensamente, feliz como sempre esteve. E era por isso que a Violet o odiava, ela preferia a Lua, pois esta expressava os mais diversos sentimentos.

—O que faz acordada a essa hora? —uma mulher de idade avançada perguntou a Violet Flores, caminhando de modo apressado até a outra. O estalo do seu salto era estrondoso, e isso fez a garotinha engolir em seco. O olhar da mulher era intenso demais, seu porte era de extremo exagero, e isso só assustava a menor cada vez mais.

—Me desculpe, senhora, mas estou procurando a Hilary. Não a vi deitada em sua cama esta madrugada. —começou a dizer em disparada, juntando suas mãos com força, evitando transmitir receio.

—Ela foi para a casa dos seus novos pais, eles vieram a buscar pela tarde, por isso o sumiço, de repente. —respondeu de imediato, segurando os bracinhos da garota, tentando a levar de volta ao quarto.

Mas Violet se prendeu onde estava. A garotinha havia ficado perplexa. Ela não conseguia acreditar em nenhuma palavra que a sua superiora disse.

—Não pode ser! Ela não me deixaria sem antes, ao menos, se despedir. —gritou, visivelmente chateada. Ela sentiu seu rosto se esquentar, sentindo a primeira lágrima escorrer pela sua bochecha gordinha. —Onde a Hilary está? —voltou a perguntar, se distanciando da mais velha, empurrando seu braço com força. Ela já não estava mais com medo daquela mulher caduca, e sim, com medo do que a tal citada disse, fosse verdade, e que ela foi, mais uma vez, abandonada por quem achou que lhe amava.

Cálida neve {jjk+pjm}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora