Through the Shadows - Varchie

Divindale

O que? Essa autora também escreve sobre Riverdale? Sim, ela também escreve!

Essa é minha primeira fic de Riverdale, e é importante que vocês saibam que ela acontece a partir do Ep 03x06.

Boa leitura, nos vemos nas notas finais <3

Um lugar simples. Assim como toda aquela cidade. Luzes neon, que mesmo inutilmente, deveriam permanecer o dia inteiro acesas, uma porta vermelha com uma sineta, anunciando a entrada de cada pessoa, bancos e mesas dispostos na parte interna, colados as janelas. Um lugar familiar. Talvez, se a jardinagem não fosse tão bem feita, aquele local poderia ser o próprio Pop's. Mas, ficar parada ao lado de fora, em uma noite chuvosa e congelante, pensando em como sentia falta da lanchonete, não ajudaria Verônica a resolver seus problemas e por essa razão, a morena limpou as lagrimas teimosas que insistiam em escorrer por suas bochechas, respirou fundo e foi em direção a entrada, fazendo a sineta soar e anunciar sua chegada.

- Boa noite, posso ajudá-la? – Uma menina, talvez com seus quinze, dezesseis anos perguntou a ela assim que se sentou à mesa mais discreta do local. Verônica ficou alguns segundos constrangedores encarando a garçonete. Sentia algo empático nela, e até familiar.

- E-eu, sim, acho que sim... – E por algum motivo, receio e vergonha lhe tomaram, juntamente com um enjoo quase insuportável. Talvez fosse pelos acontecimentos dos últimos dias, tudo muito recente e muito invasivo. Não conseguia encontrar suas próprias palavras, e como uma resposta ao nervosismo, seu corpo, não com o usual sorriso de lábios, mas com lágrimas grossas, acabou entregando o quão fragilizada e atônita a morena estava.

- Bom, que tal isso: eu te trago o prato do dia, um chocolate quente que faz tudo, absolutamente tudo ficar melhor, e depois você me diz o que precisa, pode ser? Não acho que essas lágrimas sejam apenas por muita fome. – A menina de lindos olhos azuis disse, e ao contrário do esperado, Verônica não encontrou pena em seus olhos, havia apenas... compreensão.

Sem condições de responder com palavras, Verônica apenas acenou positivo com a cabeça e observou a garota se afastar. Poderia ter ido até o banheiro, lavado o rosto e se recomposto, mas sentia que as pernas não lhe ajudariam com essa tarefa. Se permitiu então olhar atentamente o local em que estava: um lugar aconchegante, em que você leva seus filhos em um domingo pela manhã, para tomar um café com panquecas e bacon. Se a sua situação não fosse tão dramática no momento, se permitiria pensar nessa cena como uma possibilidade futura. Mas não, ela não ousaria tanto.

- Aqui, especialidade da casa. – Novamente a adolescente simpática, com a comida e bebida. Provavelmente aquela era sua primeira refeição em horas.

- Obrigada... – Verônica disse baixo, com um sorriso mínimo

- Tessa, ou Teresa caso você deteste a comida e queira gritar comigo... – Verônica balançou a cabeça em negativo, após dar um longo gole em seu chocolate quente. – Bom, quando se sentir pronta para dizer o que precisa, eu vou estar ali no balcão, senhorita?

- Stacy... – A morena disse de maneira insegura o primeiro nome que lhe veio à mente sem ser Monica. Notou que o olhar de Tessa vacilou entre dúvida e surpresa, mas não se deixou abalar. – Só Stacy. – Pigarreou e antes que Tessa pudesse ir para o balcão de fato, ela continuou. – Eu, eu preciso de um lugar para ficar e um emprego... já andei pela cidade, mas não vi nenhum anúncio, então, pensei que por você viver aqui, poderia me indicar algo? – Indagou, e Tessa sorriu de lábios.

- Bom, eu acho que consigo arranjar as duas coisas para você, mas precisa me esperar aqui... pode fazer isso? – Perguntou divertida e Verônica notou uma semelhança entre o olhar da menina e o olhar quase diabólico de Betty sempre que tinha alguma ideia mirabolante.